Os prazos para a duplicação das rodovias federais (153, 414 e 080) entre Anápolis, em Goiás, e Aliança, no Tocantins, podem ser diminuídos se houver interesse do governo federal é o que afirma a Ecovias do Araguaia, concessionária que opera os 850,7 quilômetros. De acordo com o contrato atual assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma parte da duplicação só deve ficar pronta em 2046.De acordo com o cronograma, até o quinto ano de concessão, 69,6 quilômetros de duplicação nas cidades de Campinorte, Uruaçu, Rialma, Rianápolis e Nova Glória. Até agosto de 2031, daqui a dez anos, cerca de 357 quilômetros duplicados devem ficar prontos e, no segundo ciclo de obras, que vai de 2039 até 2046, mais 265 quilômetros. Todo o trecho da BR-153 será duplicado. Na BR-414, dos 139,6 quilômetros sob gestão da concessionária, apenas 22 quilômetros serão duplicados e na BR-080 ocorrerá apenas a melhoria da pista dos quilômetros de trecho sob concessão. “Se for do interesse público, podemos antecipar as obras. A modelagem do contrato permite isso”, diz Carlos Eduardo Xisto, diretor-superintendente da concessionária. Ele também considera que a entrega de 265 quilômetros duplicados nos próximos dez anos é um grande avanço. “É um volume grande”, pontua. Xisto destaca ainda que os prazos definidos permitem que as obras sejam executadas sem um impacto grande no valor das praças de pedágio. “É uma medida sustentável, sem que se traduza em uma tarifa muito alta para o usuário.”O trecho da BR-153 agora sob gestão da Ecovias do Araguaia espera por duplicação desde 2014. A assinatura do contrato em outubro de 2021 fez parte de um processo de relicitação. A nova concessão é resultado da caducidade do antigo contrato, que era executado pela concessionária Galvão Engenharia, que venceu o leilão em 2014, mas foi alvo da operação Lava Jato, entrou em crise financeira e não conseguiu entregar as obras previstas no certame. A empresa nem chegou a cobrar pedágio e, em 2017, a ANTT declarou a caducidade das concessões.O prefeito de Barro Alto, cidade que é polo minerador no Norte de Goiás, diz que a construção de vias marginais na BR-080, que deem acesso da cidade à rodovia, seriam de grande importância para o município. “Ali tem um trânsito pesado de carretas, principalmente para Brasília e Niquelândia. Queremos uma melhoria da trafegabilidade para evitar acidentes”, afirma Álvaro Machado (MDB). Na programação, não existe previsão de construção de faixas adicionais e vias marginais na rodovia. O pedágio só começará a ser cobrado em outubro. Serão nove praças. Seis delas na BR-153 (Jaraguá, Hidrolina, Campinorte, Estrela do Norte, Porangatu, Alvorada/TO e Aliança/TO), uma na BR-080 (Santa Rita do Novo Destino) e uma na BR-414 (Corumbá). A ANTT ainda não divulgou os valores que serão cobrados em cada praça. “Teve o deságio do leilão. Agora tem de fazer o cálculo com a atualização para o momento do início da cobrança do pedágio pela inflação”, diz Rafael Vitale, diretor-geral do órgão.O POPULAR já havia mostrado, em reportagem publicada no dia 18 de março, que de acordo com a licitação, o valor final do pedágio por quilômetro ficou em R$ 0,10218. São R$ 10,128 a cada cem quilômetros. De Aliança do Tocantins até Anápolis são 624 quilômetros. Caso o motorista percorra todo o trecho, deverá gastar aproximadamente R$ 60.Até agoraO contrato da Ecovias do Araguaia com a ANTT foi assinado em outubro de 2021. A empresa terá concessão da rodovia por 35 anos. Nesses primeiros seis meses foram feitos os serviços de roçagem às margens da pista, reforço da sinalização e recuperação de 130 quilômetros de pista. O serviço de restauração funcional do trecho deve durar dois anos. Além disso, nesta sexta-feira (8) os postos operacionais da concessionária começarão a funcionar (leia mais abaixo). Ao todo, a concessionária investirá R$ 7,8 bilhões em obras. Outros R$ 6,2 bilhões são relativos a custos operacionais das rodovias.