A Prefeitura de Goiânia encaminhou para a Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza o repasse de R$ 30,7 milhões para a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg). Muitos vereadores reclamaram pelo fato de a proposta ter sido encaminhada na última semana com sessões antes do recesso e pela falta de informações sobre o motivo do acréscimo de recursos para a companhia.Conforme O POPULAR apurou, está sendo dito aos vereadores que o repasse é necessário para que a Comurg tenha recursos para continuar prestando os serviços de rotina, principalmente os relacionados à limpeza urbana e coleta de lixo. A situação envolvendo a manutenção dos veículos usados para estes trabalhos é citada como o problema mais crítico.Ao longo do ano, a imprensa tem noticiado momentos críticos de suspensão de algumas atividades envolvendo caminhões usados pela Comurg por atraso no pagamento da locação dos mesmos. Isso teria ocorrido pelo menos duas vezes neste semestre – em agosto e outubro. Houve também notícia de atraso no repasse de recurso referente a direitos trabalhistas e a exoneração de boa parte dos comissionados da pasta.Uma reunião extraordinária foi convocada para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) votar ainda nesta terça-feira (27) o projeto, mas durante o encontro o vereador Paulo Henrique da Farmácia (PTC) pediu vistas à proposta, fazendo com que a votação da mesma fosse adiada. Ao final da reunião, o secretário municipal de Governo, Michel Magul, presente na Câmara, conversou com o vereador.A vereadora Aava Santiago (PSDB) reclamou que a Prefeitura já estaria com o projeto pronto desde o dia 14, mas deixou para envia-lo apenas nesta segunda-feira (26), dificultando um debate sobre a necessidade do crédito adicional e sobre a situação real da Comurg.A fala dela foi respaldada na CCJ pelos vereadores, como Mauro Rubem (PT), que pediu mais informações sobre a proposta e protestou contra o envio “no apagar das luzes” do projeto. Paulo Henrique justificou seu pedido de vistas – que foi acatado por quase todos os membros da CCJ – dizendo que precisava entender melhor o motivo do repasse.Durante a reunião extraordinária da CCJ, os vereadores citaram uma série de reclamações de moradores da cidade relacionadas a atrasos na coleta de lixo e acúmulo de sujeira. O vereador Izídio Alves (MDB) acrescentou também questões trabalhistas, lembrando benefícios que outras categorias de servidores públicos receberam este ano.Aava também denunciou durante a sessão no plenário da Câmara de uma suposta manobra do vice-presidente da Casa, vereador Clécio Alves (Republicanos), que pediu vistas do projeto que atualiza o Código Tributário Municipal (CTM) até quinta-feira (29) para que, segundo ela, houve quórum garantido para votação do crédito extra para a Comurg.Magul disse à imprensa que a Prefeitura vai aguardar o debate no legislativo sobre o projeto e preferiu não comentar o que poderia acontecer caso o repasse não seja aprovado. Segundo ele, os R$ 30 milhões são necessários para que a “vida da Comurg tenha mais independência” e possa realizar trabalhos “que estão dentro do projeto”, sem dar mais detalhes.