A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) de Goiânia disse ao POPULAR, nesta quinta-feira (31), que o videomonitoramento na região do Parque Sullivan Silvestre, o Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, será retomado ainda neste semestre. No dia 17 de março, reportagem do jornal mostrou que desde 2020 os dez equipamentos instalados na área estão desligados, levando a um aumento do número de infrações de trânsito no entorno do parque e vias adjacentes. O problema é maior aos domingos e feriados, com a ocupação da ciclofaixa por veículos automotores. Conforme a Sictec, a interrupção do videomonitoramento, implantado em 2017, ocorreu porque terminou o contrato com a empresa que prestava o serviço de manutenção. Uma nova empresa especializada, contratada pela administração municipal já executa os reparos necessários. Foi realizado o serviço de manutenção em seis câmeras e outras quatro serão substituídas, essas com tecnologia superior às anteriores. Paralelamente, a Sictec está implantando uma rede de fibra óptica para proporcionar conectividade ao sistema de câmeras de monitoramento. As câmeras terão a mesma finalidade do projeto anterior, ou seja, vão monitorar o trânsito e a segurança na região. O monitoramento é responsabilidade conjunta da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GCM) e da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), com servidores alocados no Centro de Controle Integrado da Sictec. Gerente de Educação para o Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), Horácio Ferreira garante que, embora os equipamentos eletrônicos otimizem a fiscalização, a região não deixou de ser fiscalizada pelos agentes de trânsito e veículos têm sido removidos em casos de infração. “Quando o veículo está estacionado em local proibido, não basta o registro pelo veículo de monitoramento. É preciso que o agente vá ao local e o retire, e isso vem ocorrendo.” O Parque Vaca Brava, conforme Horácio, faz parte da rota Sul dos agentes de trânsito, que opera também nos fins de semana. “As pessoas acham que, se o videomonitoramento não funciona, não há fiscalização. É um ledo engano. O agente fiscaliza e remove o veículo para nosso pátio. O proprietário do veículo, além da multa, precisa pagar o guincho e a diária. O que acontece é que, em muitos casos, o agente chega, a pessoa está próxima e remove o veículo. Para nós isso é mais importante do que a autuação, porque libera a ciclofaixa.” O POPULAR constatou que o desrespeito à ciclofaixa no Vaca Brava tem sido uma constante. Os espaços sinalizados nas vias da capital para ciclistas precisam ser respeitados das 7 às 17 horas, aos domingos e feriados. Horácio Ferreira informa que no ano passado, somente na região do parque do Setor Bueno, foram emitidos 918 autos de infração por estacionamento na ciclofaixa. Este ano, entre janeiro e fevereiro, 207, uma média de 23 por semana. “O que não queremos é multa e remoção todo o tempo, até porque não temos pátio suficiente. Mas quando isso ocorre é porque constatamos ausência de cidadania por parte do condutor. Ele não pode pensar que o espaço público é dele quando quiser e precisar. Sinalização precisa ser respeitada quando for conveniente a todos e em todos os momentos.”Para o gerente de Educação de Trânsito da SMM, o desrespeito à legislação de trânsito parece ter se tornado um padrão em Goiânia. “Falam muito em indústria da multa, mas o que há é uma indústria da infração. O condutor comete a infração na perspectiva de que tem liberdade e ninguém pode incomodá-lo. Quando é autuado, considera um absurdo a multa por avançar ‘um pouquinho’ o sinal, estacionar por pouco tempo em locais proibidos e empreender alta velocidade. Qual é o limite do senso?”, questiona. Estacionar na ciclofaixa, pelo Código Nacional de Trânsito, é uma infração considerada grave, com multa de R$ 195,23, além de agregar cinco pontos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Caso o veículo seja removido para o pátio da SMM, em qualquer caso de infração de trânsito, o responsável terá de pagar a taxa do guincho. O valor para carros é de R$ 181,15; motos, R$ 105,79; caminhões e ônibus, R$ 217,40; e carretas, R$ 105,79. Há ainda a cobrança de diárias: Carros, R$ 7,65; motos, R$ 5,09; caminhões e ônibus: R$ 12,74; e carretas, R$ 5,09.