O primeiro dia de funcionamento do Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, foi marcado por um período de adaptação por parte dos usuários do transporte público. A ampliação da área e reestruturação deixou, de acordo com os passageiros, o espaço mais seguro, iluminado e confortável. No entanto, o público se queixa de algumas desinformações a respeito dos locais de embarque e desembarque, indicações de horários e quantidade de veículos.Inaugurado nesta segunda-feira (25), o terminal foi aberto ao público às 4h desta terça-feira (26). Porém, carece de mais conteúdos explicativos para a população. “A administração pode, por exemplo, produzir panfletos e deixar nas entradas. Nem todo mundo tem acesso à internet para entender as mudanças”, afirma a estudante Maria Eduarda Bezerra, de 18 anos. A jovem comentou que a mãe se perdeu durante o uso da nova estrutura.A garçonete Letícia Araújo Silva, de 40 anos, passou pela mesma situação, mas optou por seguir andando o caminho do trabalho até a casa onde mora, por não saber os horários em que o ônibus passaria. A caminhada a pé da mulher leva três vezes o tempo que ela gastaria para chegar caso tivesse embarcado no transporte coletivo. “Antes tinha os painéis que você olhava o número do ônibus e horários certinhos, agora está um pouco confuso”, argumenta, já fora da estação.Diversos trabalhadores da rede pública se espalharam pelas plataformas com placas indicativas de ‘Posso ajudar?’ a fim de auxiliar os passageiros nas dúvidas que poderiam ocorrer. No caso de Letícia, ela explica que os funcionários não souberam dizer o horário em que o transporte passaria. A confusão se estende também aos motoristas, que ainda estão se adequando ao novo modelo do terminal e, nesse cenário, não receberam informações prévias dos auxiliares.Gabriela Oliveira Cabral estava dentro de um ônibus. O veículo foi parado e precisou trocar de condutor. “O motorista não estava sabendo por onde entrar e gerou um alvoroço com o pessoal gritando e carros buzinando, ninguém estava sabendo ajudar”. A jovem conta que foi preciso outro motorista assumir o controle do transporte para que os passageiros chegassem até a plataforma com segurança.O POPULAR procurou a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) que afirmou estar acrescentando viagens diariamente para atender a alta demanda de público e que tem trabalhado muito para conseguir solucionar as questões citadas pelos usuários. “No entanto, o trabalho de reestruturação do transporte público coletivo não acontece de um dia para o outro, os benefícios têm chegado mês a mês”, explica a assessoria.Leia também:- Terminal reabre após quase três anos; Prefeitura ainda vai decidir sobre uso da estrutura provisória- Pandemia e preço de insumos geraram atraso em obra do Terminal Isidória, justifica prefeito- Saiba quais linhas de ônibus vão passar pelo terminal Isidória- Contrato de obra do terminal Isidória foi assinado em 2012, diz ministro do Desenvolvimento RegionalDe acordo com o cronograma definido pelo estudo do projeto, pela CMTC, e logo mais com a renovação da frota e mais ônibus nas ruas, a companhia entende que os usuários ficarão mais aliviados.Com investimento de R$19,5 milhões, a área do Terminal Isidória passou de 2,1 mil para 7,9 mil metros quadrados. O local três vezes maior que o antigo começou a ser reformado em fevereiro de 2020, e inclui cinco novas plataformas para embarque e desembarque, sendo uma delas exclusiva para receber os veículos do BRT Norte-Sul. Uma estrutura metálica de 8 mil metros cobre o local para manter as temperaturas amenas e proteger de chuvas.Além disso, há um ambiente de apoio administrativo, lanchonetes, banheiros, elevador e espaços para pessoas com deficiência. A Prefeitura de Goiânia estima que cerca de 1,5 milhão de pessoas devem passar pelo terminal por mês.A plataforma atenderá 22 linhas no total. São elas: 2, 6, 7, 9, 14, 15, 20, 25, 183, 185, 198, 203, 565, 568, 612, 616, 650, 651, 660, 919, 920 e 934.O acesso à rede de Wi-fi, com um limite total de uso para cada dispositivo, apresenta um novo diferencial. “A rede possui rapidez e contribui para facilitar a gente a encontrar os horários dos ônibus”, diz o mecânico Luiz Oliveira Santos, de 54 anos. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás).