Moisés Oliveira da Cruz, de 29 anos, primo de Divair Nunes da Cruz, 28 anos, o morador de rua que foi baleado na noite desta quinta-feira (9) na Praça do Sol, região nobre do Setor Oeste, em Goiânia, ficou abalado ao tomar conhecimento do que ocorreu com o familiar. Ele disse ao POPULAR que ambos nasceram no Pará e até vir para Goiânia, Divair jamais se envolveu com qualquer problema que o desabonasse, nem com a polícia, nem com o uso de entorpecentes.De acordo com a versão de moradores da região, Divair teria sido atingido por disparos de arma de fogo feitos por policiais militares. “Alguém deve ter ficado incomodado com a presença dele na praça e fez a denúncia, mas ele nunca fez mal a ninguém”, disse o primo. A opinião foi compartilhada por pessoas que conheciam o rapaz.Moisés contou que ele e Divair foram criados na zona rural de Tucumã e sempre foram muito ligados. Quando vieram para Goiânia, o desejo do primo era fazer um curso de pintura, mas diante da dificuldade foi trabalhar numa transportadora. Após a discussão com um colega de trabalho foi demitido. “Desde então ele passou a ter problemas psicológicos.”Por várias ocasiões, Moisés e um tio tentaram tirar Divair das ruas, mas nunca conseguiram. “Sempre paguei comida para ele. Não é a primeira vez que ele é abordado com violência por policiais militares. Ele já ficou muito machucado e jogaram as roupas dele fora.” O primo disse que pelos vídeos que circulam na internet, pelo menos três viaturas estavam na praça. “Eles falaram que ele reagiu com uma faca, mas aquele tanto de policiais não poderiam segurá-lo? Meu primo vinha com um quadro depressivo e eu tinha conseguido uma psicóloga para passar na Praça do Sol e atendê-lo.”Moisés ficou chocado ao ver o sangue de Divair nas proximidades do parquinho infantil. Ainda no local foi informado de que o primo tinha morrido. Quando seguia para o Instituto Médico Legal (IML), soube que Divair foi levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugol), passou por cirurgia, mas seu estado de saúde é grave.