Nas últimas semanas, os laboratórios particulares de Goiânia e região metropolitana passaram por um aumento abrupto na procura por exames sorológicos e do tipo RT-PCR, considerado o padrão ouro para o diagnóstico do novo coronavírus (Sars-CoV-2). De acordo com dados do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), entre maio e junho, o aumento médio na procura pelo serviço foi de 80% na capital.No Hemolabor, o aumento tem sido progressivo desde o início da pandemia. Em março foram feitos 270 exames. Em abril, o número mais que quadruplicou: 1.200. Em maio, o acréscimo continuou e chegou a 3.300 exames realizados. Em junho, foram feitos 5 mil testes para detecção da Covi-19. “Nossa expectativa agora em julho é que este número tenha outro salto”, pontua Nelcivone Soares de Melo, hematologista e diretor do Hemolabor.O laboratório realiza diariamente 500 exames, sendo que 40% são para pacientes internados e 60% para aqueles que buscam auxílio ambulatorial. Por conta do aumento contínuo da demanda, foi instalado um sistema de senhas, com 250 por dia. Elas começam a ser distribuídas no início da manhã e costumam acabar antes das 12h. “Depois que as senhas terminam de ser distribuídas não fazemos mais exames. A coleta do material em si é rápida. Leva cerca de 5 minutos”, pontua Melo. A implantação do sistema se deu por conta do contínuo crescimento na procura por testes.“Não conseguimos mais atender a demanda espontânea. É muito grande”, esclarece o diretor.Para evitar aglomerações, o laboratório fechou um estacionamento em frente a unidade que recebe as pessoas que vão fazer testes para a Covid-19 e colocou cadeiras para que os pacientes possam aguardar a realização do exame. “Temos um colaborador que trabalha exclusivamente com a organização desta fila. Retiramos metade das cadeiras da recepção e quando ela fica cheia, os pacientes são levados para este local aberto e aguardam lá. Todos têm de estar de máscara e respeitar o distanciamento”, explica Melo.OutrosA Dasa, grupo ao qual o laboratório Atalaia pertence, informou que registrou um aumento na demanda de testes moleculares (RT-PCR) na região Centro-Oeste. Já a assessoria de imprensa do laboratório Padrão disse que nas últimas duas semanas o aumento na procura por exames foi “abrupto”.No laboratório Citocenter, onde as coletas estão sendo feitas de forma domiciliar ou pelo sistema drive thru, não é possível mais realizar agendamentos para esta sexta-feira (10) e este sábado (11). “Só tenho horário na segunda-feira (13). Em algumas unidades só tenho disponibilidade dia 18”, afirma Rosiene Mendes, coordenador administrativa do laboratório. O estabelecimento tem tempos de entrega dos resultados diferentes entre as forma particular e conveniada. “São três dias se for particular e de 5 a 7 dias se for por convênio”, esclarece.Mendes conta que a demanda pelos exames no laboratório aumentou muito recentemente. “Estamos com cinco profissionais fazendo coleta em casa e aumentando nossa força de trabalho o máximo que podemos. Estamos investindo principalmente no sistema drive thru para dar conta da quantidade de pedidos que estão chegando aqui”, pontua a coordenadora.O diretor do Laboratório Hemolabor afirma que o laboratório ainda pode ampliar o atendimento. “Nos últimos dias contratamos mais 10 pessoas para suprir a demanda. Entretanto, temos um limite de expansão do atendimento. Esta é uma preocupação nossa e de outros laboratórios aqui de Goiânia”, explica Nelcivone Soares de Melo. Além da expansão do atendimento, o processamento dos exames também preocupa. “Temos uma capacidade de máquinas e de pessoal que, em algum momento, não conseguirá ser transposta. Existe um limite.” Sindilabs-GO recomenda drive thruCom o aumento expressivo na procura por exames do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), tem recomendados ao laboratórios que busquem outras maneiras de coletar as amostras além do método tradicional de receber os pacientes nas unidades. Um desses formatos de coleta que têm sido estimulados é o uso do sistema drive thru. Segundo o sindicato estes postos permitem a ampliação da oferta de exames e garantem maior segurança às pessoas, uma vez que, em diversos laboratórios, as pessoas têm enfrentado filas para poderem fazer os exames. O Sindilabs-GO e a Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) oferecem aos laboratórios goianos a assessoria técnica necessária para a instalação de postos de atendimento drive thru em locais de grande circulação. O hematologista e diretor do Hemolabor, Nelcivone Soares de Melo, afirma que esta estratégia já tem sido avaliada pela laboratório. “O ideal seria que tivéssemos múltiplos pontos de coleta pela cidade. Entretanto, a capacidade de executar este novo formato ainda é um desafio.”-Imagem (1.2082898)