Ex-pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás, o professor doutor Laerte Guimarães Ferreira Júnior, de 57 anos, vai assumir a direção de Programas e Bolsas (DPB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. O convite foi feito pela presidente da fundação, Mercedes Bustamante, no dia 20 de janeiro. A nomeação ainda não foi efetivada no Diário Oficial da União.Embora não tenha assumido o cargo oficialmente, Laerte Guimarães Jr., que é vinculado ao Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), da UFG, tem ido a Brasília para se familiarizar com a nova equipe de trabalho, participado de reuniões e de ações da DPB. Ex-bolsista da Capes, o professor explica que demorou dez dias para responder ao convite, o que ocorreu somente após o aval positivo da reitora da UFG, Angelita Lima, e dos demais integrantes da gestão da instituição. “Tenho orgulho de ser servidor público e me sinto comprometido. Nesse cargo na Capes vou pensar em todo o Brasil, mas o convite é uma deferência para a UFG que a cada ano vem ganhando importância na ciência e na pesquisa. Acredito que vou trazer alguma contribuição.” A DPB é responsável por quase 100 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que depois de dez anos receberam um reajuste de 40%, conforme anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 16 último. O novo diretor da DPB comemora o anúncio. “Isso demonstra o papel da pós-graduação para o desenvolvimento científico-tecnológico-econômico-social do País. E demonstra que o governo e, em particular, o presidente, reconhece esta importância. Ainda que a recomposição das perdas acumuladas não seja integral, o passo que se dá, com todo o seu simbolismo, é gigantesco."No âmbito da DPB, a Capes realiza ainda programas estratégicos que Laerte Guimarães já enxerga como a “menina dos olhos”. Entre eles as parcerias com as fundações de amparo à pesquisa, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), e o Portal de Periódicos da Capes, a maior base digital do mundo de acesso da comunidade acadêmico-científica a periódicos científicos de excelência. “Pouca gente sabe disso”, lembra. Conforme o professor da UFG, a Capes trabalha hoje com um orçamento de R$ 3 bilhões, a maior parte comprometida com as bolsas. Os programas estratégicos são, em sua visão, a oportunidade de reduzir as assimetrias da ciência brasileira. “Temos muito a caminhar na interiorização da pesquisa, por exemplo.” Ele relata que já está marcado para abril um seminário para debater acordos transformativos. “Hoje está inviável para um pesquisador publicar seus estudos de forma aberta. Tem revista que cobra entre US$ 2 mil e US$ 5 mil. O Portal de Periódicos pode ajudar nesse processo.” Quem éGraduado em Geologia pela Universidade de Brasília, com mestrado em Geologia Econômica e doutorado em Ciência do Solo, Laerte Guimarães Pereira Jr. criou e coordenou o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig), uma das principais referências no país de processamento e análise de dados satelitários de resolução espacial moderada aplicados ao monitoramento biofísico-ambiental e governança territorial. A plataforma já foi citada pelo jornal norte-americano The Washington Post. (Com UFG).Leia também:- Estudo da UFG indica ganho ambiental e econômico em recuperar pastagens no Cerrado- Chega pra Cá: Laerte Ferreira, pró-reitor da UFG e fundador do LAPIG fala sobre o Cerrado