Coordenadora de ensino no Colégio Estadual Amália Hermano Teixeira, localizado no Setor Balneário Meia Ponte, em Goiânia, a professora Winnie Rakel Rodrigues, de 40 anos, não resistiu às complicações da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Ela ficou internada durante 18 dias, 12 deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São Lucas, na capital. A morte de Winnie, que também trabalhava na Escola Municipal Marco Antônio Dias Batista, no Setor Estrela Dalva, chocou familiares, amigos e colegas.Além de Winnie Rakel, três pessoas de sua família foram contaminadas. O pai foi o primeiro e ficou isolado em casa. Depois a mãe dela e a própria Winnie se sentiram mal e foram ao hospital. A primeira teve um diagnóstico inicial de estresse e a segunda, de sinusite, mas dois dias depois ambas foram internadas. Enquanto o quadro de Winnie piorava, o da mãe dava condições de alta. O filho da professora, de 12 anos, também positivou, mas ficou assintomático.A família chegou a fazer uma campanha para que Winnie Raquel recebesse plasma de convalescente de Covid, um protocolo que vem sendo utilizado nesta pandemia. O componente sanguíneo chegou a ser aplicado na professora na noite de terça-feira (7), mas sem sucesso. Winnie não tinha nenhuma comorbidade, segundo sua irmã Lucila Cristina. Na UTI ela era a paciente mais nova com Covid-19. Conhecida na rede por ser uma profissional atuante, dedicada e criteriosa, Winnie Rakel vinha trabalhando muito desde o início da pandemia. Ela não só dava aulas on line, como atendia demandas de alunos e professores. “A dedicação dela era praticamente 24 horas por dia. Nesta situação nova, ela ajudava estudantes e colegas docentes a lidar com o trabalho virtual. Ela vinha atendendo 12 grupos de mensagens das escolas. Ela adoeceu na última semana de aulas. Acredito que ela cumpriu muito bem o seu papel”, disse a irmãA radialista Geralda Ferraz, amiga de longa data de Winnie, conta que o engajamento da professora nas plataformas digitais durante a pandemia chamava a atenção. “Ela dizia que estava preocupada com a possibilidade de crescimento da evasão, por isso se esforçava para manter os alunos na escola.” Nas redes sociais, a morte da professora foi muito lamentada, em especial na comunidade onde ela atuava. “Professora incrível, coordenadora incrível, mãe incrível e mulher incrível”, disse Hallyson Cordeiro na página do Colégio Estadual Amália Hermano Teixeira.