O Laboratório do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (Libris) do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) ganhou o Prêmio IPL – Retratos da Leitura, promovido pelo Instituto Pró-Livro. A cerimônia de premiação ocorreu na última quarta-feira (4).Ao todo, 216 projetos de fomento à leitura, de 23 Estados brasileiros e do Distrito Federal foram inscritos para concorrer. Dos 216, 42 foram selecionados como finalistas e estão distribuídos em quatro categorias: Bibliotecas, Cadeia Produtiva, Mídia e Organizações Sociais Civis. O Libris estava inscrito na primeira categoria. O projeto, fundado em 2014 e idealizado pela professora Maria das Graças Monteiro e Castro, desenvolve atividades em torno de biblioteca escolar modelo que fica baseada na Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) como espaço de formação em ensino, pesquisa e extensão dos alunos. “Ele ter este formato, que serve tanto para o ensino quanto para a extensão, é um dos diferenciais. Lá os alunos fazem laboratórios, estágios e eu ministro duas disciplinas”, explica Maria das Graças sobre a estrutura do local que conta com quatro monitores, sendo dois bolsistas de extensão e dois estagiários. O projeto se sustenta a partir de três elementos considerados intrínsecos ao processo de formação do leitor infantil e jovem. O primeiro é ter um acervo qualificado para a prática promotora da leitura. O segundo é ter uma biblioteca estruturada considerando as especificidades físicas, organizacionais e tecnológicas para abrigar o acervo e o terceiro é desenvolver um planejamento de ações mediadas de leitura que contemple o público alvo: crianças, jovens, estudantes de graduação e pós-graduação, professores universitários e do ensino fundamental.Maria das Graças conta ainda que o acervo de quase 9 mil títulos vem do Prêmio Anual da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). “Eu sou jurada neste prêmio desde 1991 e por isso recebo diversos exemplares. Desta forma, fomos montando um acervo bem variado com livros que vão desde poesia até os contos de fada”, diz.A professora conta ainda que o Libris é aberto para empréstimos de livros para a comunidade. “Temos muitas estudantes da UFG que são mães e vêm buscar livros para os filhos, por exemplo. Nós também desenvolvemos um trabalho junto ao Departamento de Educação Infantil (DEI) da Universidade pelo qual trazemos as crianças para elas aprimorarem o contato com os livros”, esclarece. HábitoMaria das Graças conta que é preciso desmistificar o fato de que a leitura é um hábito. “Isso não existe. Temos de criar e desenvolver processos contínuos e permanentes no que diz respeito ao campo da leitura. Para isso, a família, escola e os espaços públicos como as bibliotecas têm papéis diferentes na hora de estimular estes processos nas crianças”, relata.A professora ressalta ainda a importância da leitura na construção do imaginário das crianças. “Eles têm de desenvolver com os livros a mesma relação que eles têm com os brinquedos, pois são eles que permitem o desenvolvimento de uma imaginação fortalecida e criativa”, destaca a educadora.De acordo com Maria das Graças, o Libris receber um prêmio como este é muito importante para a Biblioteconomia. “Culturalmente a biblioteca não é um equipamento social importante. Por isso, receber este prêmio nos faz refletir criticamente sobre a importância dela. Além disso, serve como um estímulo para darmos continuidade”, relata.A professora reforça também a importância da premiação para a UFG. “Éramos a única instituição pública entre todos os finalistas e é muito importante para nós a universidade ser reconhecida pela sociedade. Fiz toda a minha formação na UFG e tenho muito orgulho de conseguir esta premiação por meio dela”, finaliza a professora. (Mariana Carneiro é estagiária do GJC em convênio com a UFG)