A Província Redentorista de Goiás tem um novo superior provincial nomeado por Roma. O nome escolhido para assumir a partir de janeiro foi o do padre João Paulo Santos, atual reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A nomeação foi a primeira realizada sem eleições. Isso porque João Paulo fará uma gestão de transição, ocupando o cargo por um e não por quatro anos como de costume. Nesse período, a nova gestão terá a missão de finalizar o processo de fusão da Província de Goiás com as vice-províncias de Fortaleza e Recife.A tendência é de que a nomeação implique na troca do comando da Afipe e da reitoria. Não existem normas que obriguem as trocas, podendo João Paulo acumular os três cargos. No entanto, pelo volume de trabalhos, confrades dizem que os cargos de liderança devem ser distribuídos. Oficialmente, as assessorias dos redentoristas e da Afipe dizem que qualquer definição com relação a medidas práticas só serão estabelecidas após a posse, com datas ainda não definidas. Os eventuais nomes serão definidos pelo novo superior provincial e apreciados pelo arcebispo Dom João Justino.A Província Redentorista de Goiás é dirigida pelo padre André Ricardo de Melo desde janeiro de 2019, em um mandato que se encerra neste mês. Conforme explica texto da Arquidiocese de Goiânia, o provincial tem a missão de animar todos os congregados, os redentoristas no exercício da sua missão. Atualmente a província tem cerca de cem confrades, que devem superar 200 após a fusão com Fortaleza e Recife.Leia também:- Morre monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova- Centenário de Dom Tomás Balduino é celebrado com exposição fotográfica no IHGG, em Goiânia- Câmara de Goiânia paga por viagens para eventos evangélicosO padre Sidney Martins, confrade goiano, explica que antes da nomeação vinda de Roma, já haviam sido realizadas assembleias para levantar os possíveis nomes. A confirmação do escolhido foi comunicada nesta quarta-feira (14). Docente do Instituto De Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), o padre João Paulo tem 39 anos e está à frente da Reitoria da Basílica e da presidência da Afipe desde o fim do ano passado.Para o padre Martins, a escolha foi “mais do que acertada”. Ele destaca a importância no contexto do processo de fusão, sendo que a expectativa era de que o procedimento já tivesse sido encerrado, mas teria encontrado obstáculos em razão da pandemia. “Esta nomeação era o que precisávamos neste momento. O padre tem muita sabedoria, é um homem gentil e por isso será muito bom para este período de transição”, diz Martins.Após a transição, a previsão é de que os confrades realizem uma eleição para definir o comando provincial dos Redentoristas Fortaleza-Goiás-Recife. O nome de João Paulo Santos deve estar entre os possíveis candidatos.ReestruturaçãoHá mais de dois anos há um esforço da Congregação Redentorista para mostrar que o trabalho dos missionários é maior do que as circunstâncias dos escândalos envolvendo o antigo reitor da basílica e presidente da Afipe, padre Robson de Oliveira, principal alvo da Operação Vendilhões. Quando assumiu os cargos, em dezembro do ano passado, o padre João Paulo Santos disse ao POPULAR que estava consciente do desafio de sua missão.“A gente espera conseguir levar adiante um projeto missionário que foi assumido aqui há mais de 125 anos pelos redentoristas. Vivemos um momento de dificuldade, mas é preciso ver toda a importância, o legado de tantas pessoas que entregaram suas vidas à evangelização com humildade, com audácia e com simplicidade”, disse na ocasião.RedentoristasOs primeiros missionários redentoristas chegaram a Goiás vindos da Alemanha em 1894. O primeiro objetivo aqui era cristianizar a Romaria do Barro Preto, hoje Trindade. A criação de uma província começou a ser discutida em 1990. Em 1994, o padre Juan Lasso de La Vega, então superior-geral da congregação, marcou a data da instalação canônica da nova Província de Goiás: 11 de dezembro de 1994.