Uma indução rápida do sono para que sejam realizados procedimentos terapêuticos com ou sem anestesia local como a endoscopia. Esta é a principal função do medicamento Midazolan, cujo frasco foi encontrado ao lado do corpo da médica Jayda Bento Bueno, de 26 anos. A morte foi registrada na noite do último sábado (25), no banheiro do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), em Pirenópolis, e é investigada pela Polícia Civil.Diretor secretário do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), especialista em farmacologia e mestre em Tecnologia Farmacêutica, Daniel Jesus explica que o Midazolan não é um medicamento que de forma isolada, em dosagem normal, poderia matar uma pessoa.“Este remédio é aquele injetado antes de uma endoscopia, por exemplo. Em 20 ou 30 minutos, há um sono mais forte porque ele induz a um sono rápido. Depois, dá aquela sonolência por algumas horas e pode haver amnésia. O que ela usou é hospitalar, não está disponível para comercialização em farmácias, por exemplo”, completa.Remédio pode ser usado para insônia, em comprimidoIndicado por um médico e vendido apenas com receita de cor azul, o Midazolan também é usado para insônia e pode ser ingerido fora das unidades de saúde, em comprimido. As receitas desta cor são chamadas oficialmente de “notificação de receituário” e são obrigatórias para remédios que podem causar dependência.Na lista estão tranquilizantes e antidepressivos, por exemplo. No geral, a indicação é que o remédio seja administrado imediatamente ao deitar porque o início da ação é muito rápido. A bula informa que o uso pode reduzir atenção prejudicando atividades como dirigir ou operar máquinas.Um tratamento prolongado pode causar dependência. Para encerrar o tratamento é preciso que seja feito de forma gradual e não de forma abrupta. O álcool não pode ser combinado porque intensifica o efeito sedativo.Entenda o casoJayda Bento de Souza, foi encontrada pelos colegas de trabalho, próximo ao horário em que deveria assumir o plantão na unidade da saúde. Ela deveria iniciar o plantão ao meio-dia. Como ela não apareceu, os colegas a procuraram no alojamento.Ouviram barulho de torneira ligada no banheiro, chamaram por ela, mas ela não atendeu. Eles arrombaram a porta e ela estava caída no chão ao lado da seringa e do frasco, que foram recolhidos para perícia.O corpo de Jayda Bueno foi sepultado na tarde de domingo (26), em Sanclerlândia.Nota da unidade de saúdeEm nota, a Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora do HEELJ, informou que “lamenta profundamente o ocorrido”. Segundo a instituição, “todas as informações foram repassadas às autoridades competentes pela investigação do caso”.Leia também: PC apura as causas da morte de médica de 26 anos que foi encontrada em banheiro de hospitalMedicamento para dormir pode ter provocado a morte de médica, em Pirenópolis