O parecer da situação de 12 pontes e 1 viaduto de Goiânia que passaram por vistoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO) na sexta-feira (16), será divulgado no início da primeira quinzena de janeiro. O Relatório de Vistoria das Obras de Arte Especiais (OAE’s) de 2019, em que 121 construções foram vistoriadas, indicou a situação dessas 13 estruturas como críticas. Porém, apenas duas passaram por reformas desde então. Por esse motivo, o Crea-GO realizou novas inspeções a fim de alertar o poder público e disponibilizar material para planejamento de manutenções.Das dez OEAs identificadas em 2019 com as piores avaliações, o Crea acrescentou mais três, justificando que em decorrência das avaliações recebidas a época, estas podem registrar piora nas avaliações estrutural, funcional ou de durabilidade. A ideia, indicada pelo Conselho, é de estabelecer critérios de priorização para intervenções corretivas, com vistas a elevar a vida útil das estruturas, garantir sua estabilidade estrutural e segurança para seus usuários, além de minimizar custos destinados à reabilitação.O Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil e Agrimensura do Crea-GO e engenheiro civil, Ricardo Barbosa Ferreira, alerta para a falta de prevenção dos órgãos públicos nas infraestruturas e chama a atenção para o efeito dominó que pode acarretar caso não haja devido respaldo. “É algo que se não for cuidado, vai se agravando. No início, é possível uma intervenção mais simples e mais barata, às vezes, com 50 ou 100 mil resolve o problema e, se deixar agravar, vai gastar milhões de reais”, afirma.Atualmente, as danificações mais comuns das pontes da capital são de caráter de manchas de umidade e lixiviação, que normalmente progridem para o desencadeamento do processo de corrosão de armaduras, e também está diretamente relacionada à falta, falha ou inoperância do sistema de drenagem. A mais grave, no entanto, é quando se aproxima do risco de colapso da fundação, que não permite que o peso da estrutura seja devidamente descarregado e distribuído e pode acarretar em rompimentos. Para esta, a vistoria garante maior veemência.“O levantamento técnico serve para dar as ferramentas e indicadores de onde os riscos são mais graves e demandam urgência e onde é possível ter um planejamento da Prefeitura e do Governo do Estado”, enfatiza Ferreira. Vale ressaltar que apenas duas das dez construções passaram por reformas no último ano. A ponte da Avenida das Pirâmides, no Jardim Califórnia e da Avenida Acary Passos, no Residencial Vale do Araguaia. Ambas sobre o Córrego Água Branca. A segunda foi transformada pela Seinfra, conforme indica uma matéria do Popular em outubro deste ano, em um bueiro celular.Dentre as vistorias separadas para realizarem, a Crea já retornou à Avenida das Pirâmides e concluiu que houve melhora desde os reparos. “Melhorou bastante, eles (Seinfra) focaram na infraestrutura de pilares e fundações e resolveram, mas o tabuleiro onde os veículos passam não teve melhoras, porém não é algo crítico, o primordial é a fundação”, explica. O relatório final das novas visitas está previsto para sair na segunda quinzena de janeiro do próximo ano, e contará com indicadores dos trabalhos mais urgentes a serem feitos.O Crea salienta ser fundamental que a sociedade se conscientize e se apodere dessas infraestruturas. “A cidade precisa que as pontes e viadutos estejam funcionando bem, e os cidadãos devem tomar posse, cobrar, para que as intervenções sejam mais preventivas e menos corretivas”, comenta o engenheiro. “Se colapsar e desabar quem paga essa diferença somos todos nós, é uma obra mais cara de reconstruir, e tem o custo social, a população fica sem acesso, sem deslocamento, perde tempo e atrapalha toda mobilidade”, acrescenta. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás, sob supervisão da editora Elaine Soares). Confira a localização das 13 estruturas mais críticas, segundo o relatório de 2019 do CREA:Ponte do Córrego Botafogo na Avenida UniversitáriaPonte do Córrego Botafogo na Rua Constâncio GomesPonte do Córrego Água Branca na Avenida das PirâmidesPonte do Córrego Água Branca na Avenida Acary Passos (bueiro celular)Ponte do Ribeirão João Leite na Avenida Perimetral NortePonte do Ribeirão João Leite na Avenida Presidente KennedyPonte do Córrego Cascavel na Avenida Santo Afonso Ponte do Córrego Cascavel na Avenida 24 de OutubroPonte do Córrego Cascavel na Avenida T-63Ponte do Córrego Cascavel na Avenida T-9Ponte do Ribeirão Anicuns na Rua José HermanoPonte do Ribeirão Anicuns na Avenida Marechal RondonViaduto da Rodovia BR-153, sobre a Avenida Olinda(Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás, sob supervisão da editora Elaine Soares).Leia também: - Só duas de dez pontes desgastadas tiveram obras de reparação em Goiânia- Bebê, criança e adolescente estão entre os 5 mortos do acidente entre ônibus e carros, em Goiás