Goiânia tem pelo menos cinco pontos de atenção no Rio Meia Ponte durante os dias de chuva forte. O principal problema é a inundação. Neste ano até locais que já haviam passado por ações mitigadoras, como no Crimeia Oeste, onde foi construída uma bacia de contenção, voltaram a sofrer com a elevação da água. No Conjunto Caiçara, por exemplo, o fim de semana teve alagamentos em diversas ruas e a água só baixou nesta segunda-feira (21). Coordenador operacional da Defesa Civil em Goiânia, Anderson Marcos de Sousa explica que as chuvas neste ano estão acima do esperado e que este seria o motivo dos problemas. Um dos locais que merecem atenção está na saída para Senador Canedo, onde fica o Hospital Colônia Santa Marta. “Bem perto dali identificamos pessoas que criam animais em áreas de preservação e a ocupação ocorre no que chamamos de área de cota de inundação, que é justamente o espaço que o rio utiliza para subir quando tem carga maior.” Outro local monitorado com constância pela Defesa Civil durante o período chuvoso fica na ponte da Avenida Anápolis, no Jardim das Aroeiras. Anderson Marcos de Sousa explica que a ponte fica em uma curva e que é considerado arriscado passar por lá nos dias de chuva forte. “Há risco de transbordamento, além disso, já ocorreram diversos acidentes, carros já caíram no rio. Ali não houve transbordamento neste ano, mas sempre acompanhamos para evitar riscos e prejuízos.”No Conjunto Caiçara o problema é recorrente. A Alameda Dona Iracema Caldas de Almeida costuma ficar alagada quando ocorre refluxo das águas das tubulações que seriam jogadas no rio. Como a força do Meia Ponte é maior, ele “empurra” a água das tubulações de volta para o bairro. “O rio faz pressão contrária e a água retorna. Com o maior volume registrado no fim de semana, muitas pessoas ficaram presas em casa. A água baixou nesta segunda-feira. Fomos ao local e já está normalizado.”Em outro endereço, no Setor Crimeia Oeste, uma bacia de contenção chegou a ser construída no ano passado para impedir que houvesse esses alagamentos. Até agora a intervenção tinha funcionado, mas depois que o rio encheu, ela já não foi suficiente. Algumas regiões da capital chegaram a ter 70 milímetros de chuva registrados, o que é considerado um volume alto. Como a chuva vem sendo frequente, O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explica que não ocorre a absorção da água, por conta do solo encharcado. Assim, a água segue direto e rapidamente para os leitos dos rios e córregos. A GO-403 também foi afetada pela elevação do Meia Ponte. No Jardim Califórnia, próximo à antiga Colônia Santa Marta, na Região Leste de Goiânia, o trecho, embora pouco movimentado, apresentava risco para os motoristas com parte do aterro tendo cedido e avançando sobre a pista. Na manhã desta segunda-feira, a reportagem entrou em contato com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes que informou que enviaria uma equipe para o local para avaliar a situação.Este ano na Vila Roriz também foram registrados alagamento de casas. “A Defesa Civil monitora as áreas de provável risco de alagamento e inundação durante o período seco e nesta época acompanhamos de perto. Mesmo com as medidas de contenção, tivemos registros no bairro e casas foram alagadas, mas nada como em anos anteriores quando as situações eram bem sérias, com água até a cintura.”A ponte sobre o Córrego Água Limpa, na Avenida Acary Passos continua interditada nos dois sentidos. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) informou que sinalizou e interditou o local e que o levantamento de como será feita a recuperação já está sendo realizado. O problema que causou o abalo na estrutura teria sido motivado pela força da água que mudou o curso e passou em apenas um dos lados da ponte, causando dano às cabeceiras. A orientação é evitar o local.-Imagem (1.2406883)