Apenas 86 (34,8) das 246 cidades goianas estruturaram a Defesa Civil municipal. Por lei, o dever é estabelecido apenas para as localidades incluídas no “cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos”.Apesar disso, a política estipula como responsabilidade para os municípios em geral o dever de mapear áreas de risco, realizar simulados de evacuação e vistoriar edificações.Dentre os 161 municípios de Goiás que não possuem a Defesa Civil instituída, estão algumas das grandes cidades, como Porangatu, Santa Helena de Goiás e Posse. Para se ter ideia da relevância das localidades, as populações de cada uma delas, segundo dados do IBGE, são 42,3 mil, 31,4 mil e 36,4 mil, respectivamente.Outras localidades de maior porte, como Rio Verde, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Goiânia instituíram a Defesa Civil. Esta última mantém a estrutura vinculada à Guarda Civil Metropolitana (GCM). O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) também repassa regularmente informações sobre o tempo, alertas e relatórios para as estruturas municipais.A importância da Defesa Civil municipal, explica o capitão Marcelo Martins Moura, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), é para que esta possa fazer valer a política vigente para a prevenção aos desastres, atuando no levantamento de informações regionais, ações de monitoramento e atendimento nas ocorrências. “Nós também atuamos para sensibilizar e incentivar os gestores municipais a instalarem a Defesa Civil, porque é importante para eles”, diz.ComunicaçãoA Defesa Civil estadual consegue repassar alertas para a população. Isso é feito para as pessoas que fizeram o cadastro enviando um SMS para o órgão de monitoramento. São 142 caracteres que informam sobre um evento extremo e dão recomendações de segurança.A reportagem tentou, nesta quinta-feira (10), contato telefônico com as prefeituras das três cidades mencionadas para saber a justificativa para que elas não tivessem a Defesa Civil. Mas as chamadas não foram atendidas. Foram enviados e-mails para as secretarias de comunicação ou assessor de imprensa das administrações municipais, mas não houve resposta até a conclusão desta matéria.