O Ministério da Saúde informou nesta quarta (2) ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a explicação sobre a nota técnica que menosprezava a vacinação contra a covid-19 e classificava a hidroxicloroquina como eficaz para tratar a doença será dada apenas pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto.O pedido da ministra Rosa Weber, que estabeleceu um prazo de deu cinco dias para as respostas, também se estende ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Sem entrar em detalhes, o ofício diz apenas quem enviará as informações. O chefe da pasta também disse que está "à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários".Um outro documento também encaminhado à ministra do Supremo, assinado pela consultoria jurídica da pasta, diz que os esclarecimentos "devem ser prestados pelo Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, tendo em vista sua competência decisória prevista no art. 23 do Decreto n° 7626/2011".A nota técnica contraria a posição da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), assim como de especialistas. Depois das críticas, o documento foi atualizado, com a remoção de uma tabela que sugeria, sem sustentação científica, que a hidroxicloroquina --ao contrário das vacinas-- seria eficaz e segura contra a covid-19.A determinação proferida pela ministra Rosa Weber manda o secretário se manifestar sobre a representação da Rede Sustentabilidade, que pede para Angotti Neto sair do posto que ocupa no Ministério da Saúde."Pedimos seu afastamento cautelar do cargo de secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde e o reconhecimento do ato administrativo praticado por ele como apto a significar erro grosseiro juridicamente relevante", diz trecho da peça da Rede.O STF decidiu, em maio de 2020, que agentes públicos podem ser punidos caso adotem medidas durante a pandemia que contrariem critérios de autoridades reconhecidas nacionalmente e internacionalmente, como a OMS (Organização Mundial da Saúde).Na avaliação dos ministros, atos que atentem contra a saúde, a vida e o meio ambiente poderão ser considerados "erros grosseiros", possibilitando a punição nas esferas civil e administrativa.