Salas modulares da obra de um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) no Setor Madre Germana II, em Goiânia, estão abandonadas. A reportagem do POPULAR esteve no local e verificou sujeira, e danos à estrutura que começou a ser instalada para receber alunos.As salas modulares que já estão no local têm fechadura danificada, muitos vidros quebrados, parede furada e vaso arrancado em ao menos um dos banheiros. Uma barra de apoio do sanitário também está jogada no pátio.O local não tem barreira física para impedir a entrada de vândalos, nem vigilância.A Secretaria Municipal de Educação (SME) explicou ao POPULAR que o local não tem condições para funcionar. “Os ambientes modulares do Cmei foram instalados pela administração anterior em uma área sem infraestrutura, uma vez que não possui projeto de escoamento de água, rede elétrica e abastecimento de água e esgoto”, explicou, em nota, ao POPULAR.A pasta municipal afirma que tem trabalhado para instalar as redes necessárias para que o local, assim que concluído, possa funcionar. A obra, que foi iniciada na gestão passada, ainda tem outro problema conforme afirmou a SME. O local onde as estruturas estão precisam passar por um trabalho de terraplanagem e também de drenagem.Leia também:- TCM-GO proíbe Prefeitura de Goiânia de fechar salas de leitura nas escolas- Com novo bloqueio de verbas, UFG perde R$ 2,4 milhões- Alunos do Cotec em Goiânia ficam sem diplomasAinda conforme a secretaria, futuramente a obra terá a construção de um muro e adequações serão feitas para evitar a atuação de vândalos.O POPULAR apurou que a gestão municipal recebeu quatro unidades de Cmei com problemas para a execução das obras, entre elas a do Madre Germana II. Outro local deve ter o funcionamento iniciado no próximo ano letivo, a ser iniciado em 18 de janeiro de 2023.Enquanto a obra do Madre Germana II não é concluída, mães estão sem local para que os filhos menores de 5 anos os matriculem. “Cmei não tem no bairro. E a quantidade de crianças sem estudar é grande”, afirma ao conselheiro tutelar da região oeste, José Roberto da Silva.O bairro carente de infraestrutura é o mesmo onde a adolescente Luana Marcelo, de 12 anos, foi assassinada. O corpo da menina foi localizado na última terça-feira (28).O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) acompanha a situação das salas modulares. Uma equipe do tribunal visitou parte das estruturas para verificar a situação delas. Um relatório está sendo preparado para dar resposta a uma investigação do órgão.A apuração, que teve início em junho deste anos, começou após reportagem do POPULAR, de abril, mostrar que cerca de 110 salas modulares estavam sem uso na capital.UtilizaçãoA reportagem do POPULAR mostrou que ao menos 57% das 194 estruturas adquiridas não estavam sendo utilizadas pela administração da capital.Além da questão estrutural, o TCM-GO também apura a questão contratual de fornecimento das salas modulares. ()