A Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) diz que irá universalizar o serviço de esgoto em Aparecida de Goiânia e Trindade até dezembro de 2023. A promessa foi feita na manhã desta terça-feira (31) durante evento de anúncio do aditivo do contrato com a empresa BRK Ambiental, que faz a gestão do saneamento nesses municípios. Para alcançar a meta, as obras terão de atingir pelo menos mais 100 mil pessoas. A universalização está com mais de dois anos de atraso, já que a parceria firmada em 2012 previa o esgotamento para pelo menos 90% dos habitantes dos municípios de Aparecida, Trindade, Jataí e Rio Verde em seis anos. O contrato de subdelegação começou a vigorar em 2013, tendo sido assinado pela Odebrecht Ambiental, grupo que a BRK integrava até 2017, ano em que a empresa foi adquirida pela Brookfield e instituiu uma nova gestão. No período de execução anterior a 2017, o contrato sofreu com atrasos de metas, além de desequilíbrios financeiros apurados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Em decisão recente, o TCE reconheceu prejuízo sofrido pela empresa, com dívida de quase R$ 1 milhão por atrasos em pagamentos. Entre as medidas, foi indicada a necessidade de aditivo para prevenir que as falhas não voltem a acontecer e o serviço não seja prejudicado. A Saneago cita a indicação feita pelo TCE pela decisão ao aditivo. Justifica também que o novo contrato viabiliza a continuidade da parceria com a BRK, visando a meta da universalização. Para isso, neste e no próximo ano, a empresa diz que serão investidos R$ 478 milhões na expansão e na operação dos sistemas de esgoto. Os investimentos devem ser concentrados em obras de Aparecida e Trindade. “O aditivo é resultado de dois anos e meio de estudos aprofundados por um Grupo de Trabalho especializado no tema. O contrato da Saneago com a BRK foi o primeiro modelo de subdelegação no País. O aditivo adapta cláusulas contratuais e cronograma de prazos, revisa metas e plano de investimentos e promove reequilíbrio econômico”, destaca a Saneago. EvoluçãoEm 2012 Aparecida tinha apenas 21% da população com o serviço de esgoto. Os resultados apresentados nos seis primeiros anos de serviço privado foram lentos, atingindo a cobertura de 59% em 2019, ante a obrigação prevista em 90%. Nove anos depois do início da parceria, a estimativa é de que 77% da população da cidade tenha acesso ao serviço. O avanço em Trindade no mesmo período foi ainda mais lento. Em 2013, 47 mil habitantes tinham o serviço, pouco menos de 50% da população. A estimativa atual é de que 60 mil pessoas estejam sendo atendidas pela rede, o que representa 58% dos habitantes do município, que tem uma população estimada em 104 mil, conforme o último Censo, de 2010. Por outro lado, em Jataí e Rio Verde o atendimento com esgotamento sanitário atingiu a universalização. Em Jataí a estimativa é de que 94% dos 98 mil habitantes têm o serviço, cerca de 40 mil a mais que em 2012. Em Rio Verde, que tem cerca de 240 mil habitantes, a estimativa é de que 90% já estejam sendo alcançados pela rede. Em coletiva de imprensa realizada nesta terça, a presidente da BRK, Teresa Vernaglia, disse que as metas de universalização para Aparecida e Trindade para 2023 são “completamente possíveis’’. Em específico para o município de Trindade, a informação da representante da BRK é de que a universalização depende apenas de uma estação de tratamento, que após finalizada deve conectar todos os pontos pendentes. GoiásA série histórica do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) indica que 4,1 milhões de goianos eram atendidos pelo serviço de esgotamento até 2020. O número representa 58% da população atual. A meta nacional é de que pelo menos 90% tenha de ser alcançada até o final de 2033.