O titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, diz acreditar ser possível ainda evitar uma piora na taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19, mas que isto está diretamente relacionado ao comportamento da população. Há alguns dias o índice de leitos ocupados em hospitais regulados pelo Estado tem ficado entre 86% e 95%, quando o limite de alerta é até 80%.“Pedidos de internação em UTI estão intimamente ligados à contaminação das pessoas. E a contaminação das pessoas está diretamente ligada ao não uso de máscaras e aglomerações. Se houver um entendimento da população sobre a gravidade do quadro atual, e uma mudança de mentalidade e de comportamento, ainda há possibilidade de não piorar”, comentou ao POPULAR.O secretário esteve presente em uma reunião com o governador Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) e os titulares das secretarias municipais de Saúde (SMS) da capital, de Anápolis e de Aparecida de Goiânia na noite de quinta-feira. Após este encontro, o governador divulgou um vídeo no qual afirma que foi acertada uma cooperação entre os municípios para que haja uma transferência de forma mais ágil de pacientes que precisem de UTI entre as cidades.Reportagem publicada hoje na edição impressa do POPULAR mostrou que, apesar do aumento de 51% na procura de leitos de UTI na rede estadual em relação a novembro – mês com menor demanda desde o primeiro pico da epidemia em agosto –, janeiro também foi o mês com melhor resposta da rede estadual para o atendimento destas solicitações em um intervalo de até 24 horas: 78,8% dos pedidos foram recebidos neste tempo.Para Alexandrino, essa maior agilidade se deve a maior experiência adquirida pelos profissionais envolvidos no atendimento durante a epidemia iniciada em março e à melhoria dos fluxos nas unidades hospitalares. Ele também comentou que estão entre as áreas que mais preocupam o governo neste momento “a capital, o Entorno do DF e as cidades turísticas como Caldas Novas”.O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) foi citado pelo titular da SES_GO como um dos espaços onde se pode ampliar o número de leitos, mas ele não deu mais detalhes. Falou também que a ampliação de leitos é possível em vários hospitais estaduais e na rede municipal de Goiânia. O HC inaugurou um novo prédio no começo do ano, mas no segundo semestre de 2020 chegou a ceder uma ala deste edifício para atendimento de pacientes em estado grave com Covid-19. Um contrato da Prefeitura de Goiânia com uma empresa terceirizada permitiu a abertura de 40 leitos neste espaço, com possibilidade de ir até 100 vagas. Porém, com a queda dos casos no final do ano estes leitos foram fechados.