O titular da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SME), Wellington de Bessa, informou que a pasta desconhecia qualquer histórico de violência na escola onde ocorreu confusão com o uso de spray de pimenta por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ainda segundo ele, a pasta já investiga o real motivo da presença de agentes da Guarda na instituição, uma vez que a diretora da escola negou ter havido convite para palestra da corporação no local.Em entrevista nesta quinta-feira (5), o secretário disse que o que ocorreu na Escola Municipal Professora Dalka Leles, no Residencial Orlando de Morais, pegou a SME de surpresa e “não é o procedimento esperado pelos profissionais e pelas unidades escolares”.Na ocasião do fato, ocorrido na manhã da última terça-feira (3), os agentes da GCM usaram spray de pimenta dentro da escola, atingindo alunos com idade entre 11 e 14 anos. Alguns dos estudantes tiveram mal-estar e precisaram de atendimento médico. Uma professora da instituição se referiu à situação como “uma cena horrorosa”, com alunos passando mal e desmaiando.Bessa destacou ainda que a SME não recebeu qualquer informação de casos anoteriores de violência dentro da unidade. “Temos um núcleo de mediação de conflitos que trata qualquer eventual conflito existente na escola. Nós não tínhamos essa informação, não chegou pra nós por meio da instituição ou qualquer outro profissional que havia histórico de violência ou que havia, naquele momento, casos de violência”, disse.Apuração conjuntaConforme o titular da SME, houve diálogo com o comandante da GCM, Wellington Paranhos, e uma apuração conjunta das duas pastas já acontece para elucidar o que aconteceu. “Qualquer conduta equivocada que possa ter contribuído para essa situação pode gerar, sim, uma punição”.“Por isso é importante que haja uma apuração ampla desse fato: como que esses profissionais foram parar dentro da escola, quais foram os procedimentos equivocados, se houve ou não atenção aos procedimentos da Secretaria Municipal de educação, todas questões serão investigadas, tanto pela SME quanto pela GCM”, concluiu Bessa.No dia do ocorrido, a GCM declarou por meio de nota que não houve excesso por parte dos agentes. Segundo a corporação, o uso do gás foi necessário e respeitou os protocolos de atuação já conhecidos. Na versão da GCM, as crianças e adolescentes estavam em risco. “Caso a Guarda não tivesse agido assim, muitas crianças teriam se machucado. Evitamos o mal maior utilizando o spray. ”Em entrevista nesta quinta-feira (5) em nome da GCM, um agente declarou que o caso está sendo investigado internamente, e que só será possível se posicionar após a conclusão das apurações.O agente reforçou ainda que “o comando da GCM não admite nenhum tipo de abuso de autoridade”, e que caso algum ato do tipo seja confirmado, será repassado à Polícia Civil.Leia também:Defensoria quer responsabilizar GCM por gás de pimenta em escola de GoiâniaAlunos ficam feridos após GCM usar spray de pimenta durante confusão, dizem funcionários