Filas lotadas, moradores de bairros distantes, pessoas com sintomas gripais e desrespeito ao distanciamento durante a espera. Estes são alguns pontos observados durante os três dias da testagem em massa realizada pela Prefeitura de Goiânia em uma escola do Jardim Guanabara, na Região Norte da capital. No total, 4.532 pessoas passam pelos testes e 642 tiveram resultado positivo para o coronavírus (Sars-CoV-2), o que revela 14,17% de contaminação entre as análises.Na próxima semana, a ação será realizada na Escola Municipal Stefânia Alves Bispo, no Bairro Estrela D’Alva, Região Noroeste de Goiânia, mas a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pode fazer mudanças para garantir os resultados da estratégia inicial.A primeira etapa foi realizada na Escola Municipal Pedro Costa, no Jardim Guanabara, e os exames começaram na última quarta-feira (5), quando 1.277 pessoas foram testadas e 161 apontaram resultado positivo para a Covid-19 (12,61%). No dia seguinte, foram 1.358 testes, com 200 confirmações, 14,73% do total. Nesta sexta-feira (7), a procura foi ainda maior com 1.897 registros e 281 positivos (14,81%). Os três dias então somaram 4.532 pessoas, 642 confirmadas e uma prevalência de 14,17%.Superintendente de Vigilância Sanitária da SMS, Yves Mauro Ternes explica que a pasta percebeu a procura alta por moradores que não eram da região, com presença, inclusive de quem reside na Região Oeste, que fica distante, e de outros municípios vizinhos, como Anápolis, Aparecida de Goiânia e Terezópolis de Goiás. Isto porque não era necessário realizar agendamento ou apresentar comprovante de endereço para a testagem. A ação era espontânea para maiores de 12 anos.“A secretaria está pensando em uma estratégia para amenizar esta situação. Nosso foco era ter um controle, avaliar cada região e com a situação atual fura a estratégia, aumentando, inclusive, o risco de contaminação. Sabemos que a população está ansiosa pelo teste, mas tivemos problemas, por exemplo, com aglomeração na fila, mesmo com nossos agentes tentando manter o distanciamento. Esta foi uma ação piloto e vamos avaliar as dificuldades e situações enfrentadas para sanar a partir dos trabalhos da próxima semana”, completa Yves Mauro.A indicação dada agora pelo superintendente de Vigilância Sanitária da SMS é que a procura seja feita por moradores da região testada, que tenham tido contato com casos suspeitos ou positivos e que estejam assintomáticos. A idade mínima permanece 12 anos e pode haver mudança na exigência do comprovante de endereço. Em caso de sintomas, as pessoas devem procurar uma unidade básica de saúde. Apesar disso, até o momento as pessoas que testaram positivo tiveram atendimento médico no local, com orientações, laudos e receitas médicas, se necessárias.João José Filho é autônomo, tem 62 anos e é morador do Jardim Atlântico. A esposa já havia positivado para a doença e ele começou a sentir alguns sintomas como tosse seca, dor de cabeça e dor de garganta. Sem sucesso para realizar o teste de Covid-19 pelo plano de saúde, decidiu atravessar a cidade em busca do exame. Na quinta-feira (6), chegou à escola às 6h30, e foi atendido por volta de 10 horas. O serviço começou a funcionar somente às 8 horas, mas ele afirma que as filas já estavam grandes antes mesmo do começo da ação. Inicialmente no drive thru, decidiu estacionar o carro e ser atendido na fila preferencial.“O resultado do exame saía em média 30 minutos depois e depois disso fui encaminhado para o atendimento médico. Temperatura, oxigenação, um questionário e aí pediram meu endereço, telefone e demais dados. Também recebi orientação dos medicamentos e receita médica. Também foi feita a orientação do isolamento”, completa João José.O superintendente da SMS, Yves Mauro explica que as pessoas que testam positivo são encaminhadas também para o serviço de telemedicina, que é realizado em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Resultados vão para boletimOs números de casos positivos confirmados por meio desta testagem em massa vão começar a constar nos boletins emitidos pela SMS de Goiânia. Apesar disso, haverá uma separação entre os que são rápidos e os que são por RT-PCR, considerado mais preciso. “O exame utilizado para esta ação é para detecção de antígenos e diz se a pessoa está contaminada no momento. Não era possível antes porque o RT-PCR precisa de mais tempo para o resultado”, diz Yves Mauro. Ao todo a SMS adquiriu 185 mil testes e pela bula, a eficácia do resultado é de 98%, mas Mauro explica que ainda haverá validação. “Estamos adquirindo testes para serem feitos nas unidades básicas de saúde e vamos testar pacientes que precisam ser hospitalizados. O resultado imediato poderá aperfeiçoar a regulação e quem der resultado negativo vai passar pelo RT-PCR.