Frequentadores do Jardim Botânico, no Jardim Santo Antônio, em Goiânia, consideram que a principal melhoria para a unidade de conservação é o reforço na segurança. Queixas como limpeza, organização e manutenção também foram ouvidas nesta quarta-feira (24) pelo POPULAR.A Prefeitura de Goiânia abriu nesta semana uma consulta pública para ouvir as sugestões dos cidadãos. O local será requalificado.Conforme avalia também o vendedor de água de coco, que mora do outro lado da rua do acesso à Área I, Everton Antunes da Silva, a região é perigosa no período noturno. Há um ano realizando as vendas, ele não arrisca ficar quando escurece. “Falta vigia e uma iluminação também, se não ficasse tão escuro talvez não enchia de gente perigosa na mata, com droga e tudo”, comenta.“Principalmente para mulher é muito inseguro, moro aqui perto e gosto de caminhar mais cedo, mas quando meu irmão não pode vir comigo, fico em casa”, desabafa a aposentada Maria Leonilda de Souza, de 66 anos.O trecho após o cruzamento da ponte da Trilha do Jequitibá é o que, no ponto de vista geral, mais aglomera insegurança.Leia também:- O Popular realiza primeira etapa do Circuito nos Parques, em Goiânia- Jardim Botânico de Goiânia inaugura orquidário com homenagem a Amália Hermano Teixeira- Parques estaduais de Goiás recebem mais visitantes após mudanças causadas pela pandemia“Eu venho muito aqui e às vezes com meu filho de 3 anos e a gente fica com medo, não dá pra ficar à noite”, concorda Victor Augusto Manfrin, gerente de negócios, de 33 anos. Manfrin mora a um quilômetro do parque e vai com a família quase todos os domingos. Ele enfatiza que criar uma cerca para evitar o acesso por todos os lados do parque, e instalar mais iluminação, amenizaria o problema.A requalificação será realizada por meio do programa Amigo Verde, coordenado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), em uma parceria-público-privada. A reportagem do POPULAR esteve no local nesta quarta-feira (24) para ouvir as demandas dos moradores, comerciantes e visitantes.O órgão explicou que o edital para as mudanças será concluído após a avaliação da consulta pública e que, pela obra ser uma parceria-público-privada, ainda não há informações quanto ao custo, que será de responsabilidade da iniciativa privada. “Em troca a Prefeitura permite que o adotante coloque a logomarca dele como adotante nas placas de educação e informação”, diz.“É preciso conservar o que já tem e se colocar coisa nova, ter manutenção sempre”, afirma a diarista Valquíria de Oliveira, de 39 anos.A necessidade é percebida pela maioria entre os frequentadores do parque. “Não pode ficar detonado, acho que a Prefeitura tem de olhar mais isso”, argumenta Maria Leonilda. Maria vai até o local para ajudar o neto a estudar e, assim como ela, Sueli Jesus Silva, tem o costume de levar os netos ao parque.Para ela, é importante limpar o gramado da área próxima à Ponte da Trilha do Jequitibá e retirar dejetos de animais da beira do lago. Outro ponto destacado, no âmbito da higienização do parque, é manter a água mais limpa. Além dos visitantes, funcionários do local, que preferiram não se identificar, acreditam que deveria haver mais limpeza na região, para evitar o acúmulo de lixo descartado, incluindo preservativos.“Teve vez que chegou a 3 mil camisinhas, e não precisa ir muito dentro da mata para achar não”, dizem. No entanto, o ideal é que haja reforço da segurança para evitar situações como estas, pensam os trabalhadores.Lazer“A única coisa que falta é uma área de lazer, eles colocaram um ponto para malhar, mas aqui como vem muita criança é importante ter brinquedos”, ressalta o gerente de negócios Victor Augusto Manfrin. A perspectiva é compartilhada pelas próprias crianças do parque. Sueli Jesus Silva diz que os netos gostariam que a construção abandonada do outro lado da ponte da Trilha do Jequitibá deveria conter brinquedos de uso coletivo ou se tornar uma quadra, o que poderia reduzir também o perigo.Consulta Pública No formulário de consulta da Amma, é possível votar, por relevância, de 0 a 5, as requalificações mais importantes do parque, no ponto de vista do cidadão. Para preencher, basta acessar o site da Prefeitura.As informações coletadas pela Gerência de Formulação de Educação, Políticas e Pesquisas Ambientais (Gerfep), vinculada à Amma, serão levadas em conta nos projetos a serem contemplados no próximo edital do Programa Amigo Verde (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás, sob supervisão do editor Rodrigo Hirose).