Uma advogada presa preventivamente em Goiás, por supostamente participar de uma organização criminosa especializada na exploração de jogos de azar, teve a liberdade provisória concedida, mediante o uso de tornozeleira, após relatar ser vegana. De acordo com a decisão, proferida pela juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Organização Criminosa e Lavagem de Capitais do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), a suspeita não teria acesso na unidade prisional a alimentos “adequados” para a sua dieta.Segunda a defesa, a suspeita estaria comendo apenas cenoura e quiabo na prisão e, devido à má alimentação, teria sido levada às pressas para um hospital e internada em estado grave. Apesar da alegação, a defesa não conseguiu comprovar que a advogada realmente estaria internada.A juíza, que havia decidido pela prisão preventiva anteriormente, acatou o pedido da defesa, uma vez que o Estado não teria capacidade para fornecer alimentos adequados para a suspeita.A advogada terá agora, além do uso da tornozeleira eletrônica, que cumprir com algumas obrigações, como comparecer a todos os atos do processo e não mudar de endereço, sem comunicar previamente a juíza. Ela também não poderá se ausentar por mais de oito dias de sua residência.Veganos são pessoas que se abstem de fazer uso de qualquer produto de origem animal, seja alimentício ou não. Seguidores dessa prática, porém, não têm restrições para o consumo de arroz e feijão, alimentos indicados pelo Ministério da Saúde como essenciais para a obtenção de vários nutrientes, inclusive proteínas. Em nota enviada para a reportagem do POPULAR, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) afirmou que são oferecidas três refeições diárias para os detentos (desjejum, almoço e jantar), com um cardápio supervisionado por profissionais, "seguindo critérios nutricionais". A nota também revela que dietas especiais são realizadas para custodiados diabéticos, hipertensos e com doenças gastrointestinais.