Um servidor comissionado da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) está sendo investigado por continuar recebendo salário mesmo depois de se mudar para fora do país. O funcionário é Caio Santos Macedo Junior, que se mudou para Portugal em fevereiro deste ano. Em nota, a Alego afirmou que não tinha conhecimento da mudança do servidor e que um processo administrativo já foi instaurado para apurar os fatos.De acordo com o Portal da Transparência da Alego, Caio Santos Macedo Junior foi contratado em junho de 2020, com o cargo de Assessor Nível IV, para trabalhar na Assessoria Adjunta à Diretoria Administrativa. À ocasião, ele recebia R$ 2,5 mil de salário. Em dezembro de 2021, ele passou a receber R$ 3,5 mil e, em setembro de 2022, o pagamento já era de R$ 3,7 mil. Nas redes sociais, o servidor publicou que chegou em Lisboa no dia 17 de fevereiro deste ano, mas, antes disso, em janeiro, chegou a informar que estava atendendo, em seu estúdio de Massagem, em São Paulo.A reportagem entrou em contato com Cairo Santos Macedo Junior por meio das redes sociais, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento. AlegoEm nota, a Alego afirmou que não tinha conhecimento de que o servidor havia se mudado de domicílio, já que é obrigação do servidor comunicar a alteração do endereço onde possa ser encontrado. A Assembleia alegou ainda que, por conta da pandemia de Covid-19, em março de 2020, foi estabelecido regime de trabalho por home office. “Cairo trabalhou nesse formato, exercendo suas atividades na área administrativa da Casa, e somente no dia 25 de outubro de 2022 enviou um documento com pedido de exoneração”, diz um trecho do comunicado. Ainda segundo a Alego, o servidor foi exonerado no dia 1º de novembro e que, “ao tomar conhecimento do caso, imediatamente foi instaurado um processo administrativo para apurar os fatos”, afirmou.Ministério Público Em entrevista à TV Anhanguera, a promotora de Justiça Fabiana Zamalloa afirmou que a notícia foi autuada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e encaminhada para análise de um dos promotores de justiça. “São previstos na nossa regulamentação trinta dias para essa análise inicial e deliberação acerca da instauração ou não de investigação", disse.A promotora explicou ainda que, se for comprovado que o servidor recebeu dinheiro público sem trabalhar, ele poderá sofrer sanções. “Uma vez comprovado que houve, de fato, uma não prestação de serviço e um recebimento dos valores da contraprestação de forma indevida, é possível sim que se proponha uma ação para o ressarcimento ao erário”.TCEJá o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE), informou ao G1 Goiás que está apurando a denúncia. De acordo com o órgão, caso sejam confirmadas as irregularidades, o TCE poderá aplicar multa, e, ainda, solicitar a devolução do dinheiro aos cofres públicos. Leia também:- Assembleia aprova projeto que cria contribuição para o agro- Invasão ao plenário é episódio mais delicado em 18 anosNota da Alego na íntegra"A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) não tinha conhecimento que Cairo Santos Macedo Junior havia mudado de domicílio, uma vez que é obrigação funcional do servidor comunicar a alteração do endereço onde possa ser encontrado. A Assembleia Legislativa foi informada do fato por reportagem da imprensa goiana. Devido à pandemia de covid-19, em março de 2020, a partir do Ato próprio, foi estabelecido o regime de trabalho por home office, que tem sido mantido em algumas situações. Cairo trabalhou nesse formato, exercendo suas atividades na área administrativa da Casa, e somente no dia 25 de outubro de 2022 enviou um documento com pedido de exoneração. O servidor foi exonerado no dia 1º de novembro. Ao tomar conhecimento do caso, a Alego imediatamente instaurou um processo administrativo para apurar os fatos.”