Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (4) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), no Centro Popular de Abastecimento e Lazer (Cepal) do Setor Sul, os servidores municipais da Educação de Goiânia recusaram as propostas da Prefeitura e decidiram continuar em greve.A Secretaria Municipal de Educação (SME) propôs o pagamento das datas-bases de 2020 e 2021 aos servidores administrativos neste mês de abril e, em maio, a data-base de 2022, além da criação do Auxílio Transporte e Locomoção de 250 reais.Para os professores, a proposta da SME oferece 33,24% de aumento apenas para os professores da categoria P1, que contempla os profissionais mais antigos, que têm formação por meio de magistério e representam a menor parte da categoria.A proposta de 10,16% de reajuste atende os professores da categoria P2, aqueles que têm curso superior de graduação e representam a maior parte do quadro docente atual. A Prefeitura também propôs um aumento de 50% para o Auxílio Transporte e Locomoção, atualmente de 450 reais.O servidor administrativo Matheus explicou ao POPULAR que a categoria defende o pagamento dos três reajustes atrasados juntos, além de um Auxílio Locomoção maior. "Nada garante que nós não podemos tomar outro calote, como tomamos em 2020 e 2021. A gente defende que tem de ser o pagamento da data-base de 2020, 2021 e 2022. Se for para ter um auxílio locomoção, que também é uma pauta, que seja superior a 250 reais. Já começaria defasado. A gente acredita que dá pra conseguir mais, é um desrespeito", disse o servidor.Os professores recusaram a proposta de 10,16% de aumento. A categoria defende 33,24%, que corresponderia ao reajuste do piso nacional dos professores. "Nós vamos continuar a greve para alcançar esses 33%, está na lei, se ele (prefeito Rogério Cruz) não vai pagar, então que comprove que não tem este fundo. A gente sabe que veio um aumento no Fundeb para este tipo de reajuste", afirmou Raquel Morais, professora da rede municipal.Por meio de nota, a SME afirma que os professores recebem acima do piso nacional e que o porcentual de reajuste proposto leva em conta a capacidade orçamentária do município. "Nenhum professor do município receberá abaixo do piso nacional estipulado, que será de R$ 3.846,66 para 40h semanais de trabalho", diz a nota. (Confira a íntegra ao final do texto).O piso nacional dos professores foi fixado, em fevereiro, por meio de Portaria do Governo Federal, em R$ 3.845,63. "O piso nacional da categoria é o valor mínimo que deve ser pago aos professores do magistério público da educação básica, em início de carreira, para a jornada de no máximo 40 horas semanais", diz o documento.Leia também:- Vídeo: guarda civil agride professora com soco no rosto durante manifestação em Goiânia- Prefeitura de Goiânia oferece plano de carreira no lugar da data-base para servidoresNota - Secretaria Municipal de Educação de GoiâniaA respeito da continuidade da paralisação das atividades presenciais nas unidades de ensino de Goiânia, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informa o que se segue: - A pasta ainda não foi notificada oficialmente pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) sobre a rejeição da proposta apresentada pela gestão municipal na última sexta-feira (01/04). - Entre os pontos apresentados para a categoria durante as negociações, a SME Goiânia destaca que propôs um reajuste de 10,16% sobre os vencimentos dos professores que já recebem acima do valor do piso nacional;- O percentual proposto pela pasta levou em consideração a capacidade orçamentária e o limite prudencial da folha de pagamento de município e é exatamente igual ao reajuste apresentado pelo Governo de Goiás à categoria, que foi aceito pelo próprio Sintego. - Ainda sobre as negociações, a SME Goiânia esclarece que propôs um reajuste de 50% do auxílio locomoção dos professores e um aumento de 10,16% na gratificação de regência de todos os professores que estão em sala de aula ou em função de regência. - A proposta inclui também um reajuste de 9,32% nos vencimentos dos servidores administrativos e a criação de vale locomoção no valor de R$ 250 para essa categoria. - A SME Goiânia pontua, ainda, que a gestão municipal cumprirá integralmente o piso atualizado em 2022 pelo Governo Federal. Portanto, nenhum professor do município receberá abaixo do piso nacional estipulado, que será de R$3.846,66 para 40 h semanais de trabalho.-Imagem (1.2432243)-Imagem (1.2432241)