Atualizada às 21h11Sete dos 12 hospitais particulares em Goiânia que ofertam vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicas para Covid-19 apresentam ocupação de ao menos 70%. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e repassados pelas unidades de saúde. Dos 99 leitos de UTI da rede privada da capital, 63 estavam ocupados por casos suspeitos ou confirmados de coronavírus (Sars-CoV-2) na tarde de quarta-feira (30).No Hospital do Coração e no Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG), não havia vagas disponíveis. Estudos da Universidade Federal de Goiás (UFG) apontam que Goiás voltou a apresentar crescimento na taxa de infecção (Re) de Covid-19, com índice acima de 1,0, o que indica aceleração da pandemia.No final de novembro, o titular da SES-GO, Ismael Alexandrino, já havia estimado uma segunda onda de Covid-19 no Estado em janeiro de 2021, que também é prevista por médicos e epidemiologistas. Em Goiás, já são 308.482 infectados e 6.805 mortes registradas conforme dados do boletim epidemiológico desta quarta-feira (30).Agora, o questionamento, sem resposta, é se a rede privada está se preparando para atender um possível aumento de pacientes que necessitem de UTI logo após a virada do ano. No Órion, localizado no Setor Marista e gerido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, das 15 vagas, apenas 2 não estavam ocupadas no último domingo (27). Procurado por meio da assessoria de comunicação, o hospital decidiu não se posicionar sobre a possibilidade de aumentar a quantidade de leitos caso haja necessidade. Também não informou o motivo de não ter atualizado os números junto à SES-GO nos últimos dias e se a situação atual ainda é de leitos disponíveis.Já o Sistema Hapvida, responsável pelo Hospital Ortopédico Promed, informou que monitora constantemente a ocupação das UTIs para Covid-19, que nesta quarta-feira (30) estava em 40%. Também disse que está preparado para aumento da oferta de leitos se necessário. Na unidade, os meses de maior demanda foram agosto e setembro, quando o Promed chegou a ter 30 leitos de UTI adulto exclusivos para Covid-19.Em nota, a SES-GO informou que “os dados da rede privada de saúde são importantes para a avaliação do sistema de saúde como um todo e o consequente planejamento das medidas necessárias para o bom atendimento na rede pública” e que desde o início da pandemia, com o auxílio do Ministério Público de Goiás, “vem mantendo diálogo com as unidades particulares, com vistas ao envio dessas informações, com resultados ainda tímidos e insuficientes.”AhpacegDos 12 hospitais que ofertam UTIs para pacientes com casos suspeitos ou confirmados de coronavírus pela rede privada em Goiânia, sete integram a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). Além do Hospital do Coração e do IOG, que alcançaram 100% das vagas, estão ainda: Hospital Samaritano, Hospital Santa Helena, Hospital dos Acidentados, Hospital Amparo e Hospital Anis Rassi. No Amparo, na terça-feira (29), a ocupação chegou a 83,33%: dos seis leitos de UTI, apenas um estava vazio.Procurada para informar plano de ação e possibilidade no aumento de leitos ofertados, a Ahpaceg não se pronunciou e solicitou à reportagem que buscasse individualmente a casa unidade particular que integra a associação. O comportamento agora é diferente do pico da pandemia em Goiás. Em julho passado, todos os leitos das unidades que compõem a associação ficaram ocupados no dia 3, às 18 horas. Na ocasião, a Ahpaceg emitiu um alerta às secretarias de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e às operadoras de planos de saúde da capital.A reportagem entrou em contato com o Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG), Hospital dos Acidentados e Hospital do Coração Anis Hassi, mas foi informado que a equipe responsável pela comunicação de cada um deles está de recesso. Já aos hospitais Samaritano, Santa Helena, Amparo e Hospital do Coração de Goiás, foram feitas ligações e enviados e-mails fazendo questionamentos sobre o tema, mas até o fechamento desta edição nenhum deles havia enviado nenhuma resposta.O POPULAR também questionou as demais unidades, mas não recebeu respostas. O Hospital São Lucas e o Instituto de Angiologia foram procurados por telefone, mas não atenderam às ligações. O Hospital Santa Maria foi questionado por e-mail e telefone, mas não houve resposta. O Cliame prometeu encaminhar a demanda à administração e retornar a ligação, o que também não aconteceu. Goiás chega a 6,8 mil mortesO boletim diário da Covid-19 divulgado nesta quarta-feira (30) mostra que Goiás registrou mais 16 mortes pela doença em 24 horas. Foram 1.178 novas infecções por coronavírus (Sar-CoV-2), o causador da Covid-19.Os municípios goianos registraram 308.482 infecções desde o início da pandemia. Dessas, 297.438 pessoas se recuperaram, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Outros 259.383 casos suspeitos são investigados.Há 6.805 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, ficando a taxa de letalidade em 2,21%. Outros 201 óbitos suspeitos estão em investigação.Entre os óbitos, vítimas com doenças cardiovasculares lideram entre as comorbidades mais comuns, representando 36% das doenças relacionadas às mortes confirmadas. Os mais velhos, acima de 60 anos de idade, compõem 75% das vítimas que morreram.Em Goiânia, pelo segundo dia consecutivo, foram registrados nove óbitos provocados por Covid-19 em 24 horas, segundo o informe epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Além das mortes, que agora totalizam 2.083 notificações, desde o início da pandemia, o número de infecções pelo coronavírus subiu para 84.446. (Luiz Phillipe Araújo, estagiário do GJC em convênio com a UFG) Números estaduais acionam o alertaApesar de continuar com uma taxa de ocupação que gira entre 50% e 55%, a disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para o tratamento de Covid-19 nos hospitais estaduais traz um alerta. De acordo com o Boletim Integrado Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), em colaboração com o Ministério Público do Estado de Goiás e Prefeitura de Goiânia, nesta quarta-feira (30), 50,61% dos leitos de UTI destinados para Covid-19 da rede estadual estavam ocupados. Ao todo, são 274 leitos, sendo que 124 estavam ocupados, oito bloqueados e 121 disponíveis. Já a ocupação dos leitos de enfermaria foi de 35%.O crescimento da taxa de ocupação, que até há pouco tempo ficava entre 45% e 50%, acompanhou o número de solicitações de leitos de UTI para Covid-19, que aponta crescimento desde o final de novembro, após quase três meses de queda, conforme reportagem publicada no O POPULAR na última semana. Na oportunidade, o superintendente de Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Sandro Rodrigues, informou que, mesmo com o cenário estar controlado, o aumento da taxa de ocupação “acendia a luz amarela”. Apesar de o aumento de casos e internações já ser sentido na prática, a expectativa dos profissionais da saúde é que uma segunda onda possa acontecer apenas em janeiro. Especialistas apontam que o aumento no número de internações pode ser motivado pelo fato de muitas pessoas terem abandonado o uso de máscaras e higienização. GoiâniaEm Goiânia, a ocupação dos leitos da rede municipal também é motivo de preocupação. Nesta quarta-feira, a ocupação dos leitos de UTI estava em 56,29% e dos leitos de enfermaria, em 35,50%. Ao todo, a capital possui 350 leitos na rede pública para atender pacientes com Covid-19. Dependendo da necessidade, podem ser ampliados para 500, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A titular da pasta, Fátima Mrué, afirmou nesta terça-feira (29), que a situação é de alerta, e que o aumento de internações pode resultar em mortes que poderiam ser evitadas.-Imagem (1.2173582)