Silva Neto é o novo advogado de Maurício Sampaio, apontado como sendo o mandante do assassinato do jornalista Valério Luiz. Neto assume após a renúncia do antigo defensor de Sampaio, Ney Moura Teles, que decidiu deixar o caso dois dias antes do início do júri popular, inicialmente marcado para o dia 14 deste mês.O julgamento envolve, além de Sampaio, outros quatro réus. A mudança de advogado foi classificada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) como uma manobra para tentar fazer com que Maurício fosse julgado separado dos demais indiciados, o que é negado pela equipe de advogados que acompanhava Sampaio no dia em que o julgamento foi suspenso.Teles era o advogado de Sampaio desde o início do processo, em 2013. A decisão pela renúncia foi protocolada no dia 11, dois dias antes do início do júri. Por conta da troca, o juiz determinou que Sampaio deveria constituir nova defesa no prazo de 45 dias, adiando o julgamento para o dia 2 de maio. O crimeO jornalista esportivo Valério Luiz foi assassinado a tiros no dia 5 de julho de 2012, quando saía do trabalho, na Rua C-38, Setor Serrinha, em Goiânia. Ele estava dentro do próprio carro e foi baleado por um motociclista que passava pelo local.Segundo a investigação, no dia 17 de junho de 2012, em meio aos comentários que a vítima fazia no programa Mais Esporte, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time, ele teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”. Em represália, a diretoria do Atlético Clube Goianiense proibiu a entrada das equipes jornalísticas nas dependências do clube.Leia também- Defesa de Maurício Sampaio nega estratégia para adiar julgamento- “Fica nossa revolta e nossa tristeza por mais uma manobra”, diz Valério Luiz sobre julgamento adiado- MP afirma que desistência de advogado de Maurício Sampaio foi manobraDepois disso, Maurício teria procurado os policiais militares Ademá Figueiredo, e Djalma da Silva, que contou com o auxílio de Urbano Malta para organizar o crime, que era próximo de Maurício. Djalma também teria convidado Marcus Vinicius para fazer parte do crime. De acordo com a investigação, ele, que era proprietário de um açougue, chegou a guardar a arma do crime no estabelecimento e o celular que seriam utilizados no homicídio. Os chips dos telefones utilizados na comunicação foram habilitados em nomes de outras pessoas.O caso foi investigado pela Polícia Civil e em 26 de fevereiro de 2013, os cinco foram indiciados por homicídio. Um mês depois, eles também foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pelo mesmo crime.AdiamentosAo longo de quase dez anos, o julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato de Valério Luiz foi adiado por duas vezes - contando com o deste mês.Em fevereiro de 2020, o júri popular foi agendado para o dia 23 de junho daquele ano, mas foi adiado por causa da pandemia da Covid-19. Em novembro de 2021, o júri foi remarcado para o dia 14 deste mês. No entanto, em razão da troca na defesa de Sampaio, o júri foi novamente adiado.-Imagem (1.2419475)