O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (SINPRO – GOIÁS) pede apuração para o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público do Trabalho (MPF) sobre demissão do professor de sociologia, Osvaldo Machado, no Colégio Visão, em Goiânia. Em nota, a associação repudia a divulgação de um vídeo do youtuber Gustavo Gayer, que faz críticas sobre a conduta profissional do professor após ele aplicar uma prova com tirinhas do cartunista André Dahmer, da Folha de São Paulo."Há a exposição em condição vexatória, além de ataques à honra e à imagem de toda a categoria dos professores, acusados de militância para “doutrinação do comunismo” em sala de aula", afirma.A justificativa para pedido de apuração na Justiça é que, segundo o sindicato, houve distorção da finalidade da questão cobrada na prova e que o professor foi duramente ofendido nas redes sociais."É inaceitável qualquer interferência no conteúdo ministrado em sala de aula com a finalidade de ceifar o direito de propagação do conhecimento e do livre pensamento e, mais ainda, é intolerável a exposição indevida do professor, pois a sua imagem, honra, liberdade de expressão e de ensinar são direitos humanos fundamentais e irrenunciáveis", ressaltou.Leia também:- Colégio particular de Goiânia demite professor após influenciador alegar doutrinação no ensino- Alunos de escola de Goiânia protestam contra demissão de professor criticado por influenciador- Alunos reagem à demissão de professor após pressão da extrema-direita- Alunos protestam e pedem volta de professor; escola nega readmissãoEntenda o casoA demissão do professor de sociologia, Osvaldo Machado, do Colégio Visão, em Goiânia, aconteceu após a publicação de um vídeo do influenciador e pré-candidato a deputado federal Gustavo Gayer, em que o youtuber contesta a didática do profissional.O conteúdo foi postado na segunda-feira (27) e viralizou. Gayer alegou que em uma das listas de exercícios elaboradas pelo professor para os alunos o sociólogo “ensina jovens a odiar a polícia”.Ao POPULAR, o professor explicou o objetivo da avaliação. "A tirinha trata do uso legítimo da força pelo Estado, essa é a resposta. É o contrário do que ele pensa e vai de encontro com o que ele deseja.", afirmou Osvaldo Machado.O professor, que mora em Uberlândia, em Minas Gerais, trabalha na escola há seis anos e disse que durante esse tempo exercendo o ensino no local, ele nunca havia recebido uma advertência de conduta da direção.