A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta sexta-feira (10), manter em liberdade Maurício Borges Sampaio, condenado como o mandante do assassinato do radialista Valério Luiz, em 5 de julho de 2012. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) havia pedido a suspensão do Habeas Corpus expedido uma semana após a condenação, mas a demanda foi negada e agora os quatro condenados pelo júri recorrem às decisões em liberdade. Em dezembro de 2022, Sampaio, que é ex-presidente do Atlético Goianiense, foi condenado pelo assassinato do radialista em tribunal do Júri, por um placar de 04 votos contra 3. Na ocasião, o juiz Lourival Machado da Costa decidiu pela execução provisória da pena, mas a defesa interpôs recurso de apelação ainda na sessão plenária. Um habeas corpus foi apresentado para o Tribunal de Justiça logo em seguida, determinando a soltura de Sampaio e dos outros condenados pelo crime.O MP-GO entrou com pedido para suspender o Habeas Corpus, mas foi negado pela Ministra Rosa Weber nesta semana. Relembre o casoValério Luiz foi morto em 5 de julho de 2012, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, no setor Bueno, em Goiânia. Após investigações, foi descoberto que a motivação do crime teriam sido as constantes críticas do radialista ao Atlético-GO, time que tinha Sampaio na direção. Os acusados se tornaram réus oficialmente em março de 2013. Após anos de investigações, recursos por parte da defesa e cinco adiamentos do julgamento, o júri finalmente aconteceu entre novembro e dezembro de 2022. Foram mais de 25 pessoas envolvidas no júri popular, que teve três dias de duração, e cerca de 40 horas de depoimentos e embates que resultaram na condenação de quatro pessoas: - Maurício Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão como mandante do crime. - Urbano de Carvalho Malta, que era funcionário de Sampaio e foi acusado de contratar quem cometeria o crime, foi condenado a 14 anos de prisão. - Ademá Figueiredo Aguiar Filho, que era o policial militar acusado de matar Valério Luiz, foi condenado a 16 anos de prisão. - Marcus Vinícius Pereira Xavier, que foi acusado de ajudar a planejar o homicídio, pegou 14 anos de reclusão em regime fechado. - Djalma Gomes da Silva, acusado de ajudar no planejamento do assassinato e de atrapalhar as investigações, foi o único absolvido.Após o fim do tribunal de Júri, Valério Luiz Filho se disse aliviado."Foram dez anos de trevas, dez anos de muita luta, muito sofrimento. Quero pensar que onde meu pai e meu avô estiverem nesse momento, eles estão vendo isso", resumiu. Entretanto, menos de uma semana depois, os condenados já haviam sido soltos para recorrerem às decisões do tribunal em liberdade, conforme determinado em Constituição. O MP-GO pediu a suspensão destes habeas corpus considerando as diversas tentativas de atrasar o julgamento, mas agora o pedido foi negado pelo STF. -Imagem (1.2472945)