A investigação contra padre Robson de Oliveira no processo que apura desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) continua trancada. Essa foi a decisão unânime da sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferida na tarde desta terça-feira (14), mas ainda cabe recurso. O Ministério Público Estadual ainda não foi notificado e não informou se vai recorrer. Essa é a segunda decisão favorável ao religioso em dois dias. Nesta segunda, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) impediu que provas colhidas na Operação Vendilhões sejam usadas no processo que apura atos de improbidade.Na decisão de segunda-feira (13), o desembargador Jairo Ferreira Júnior, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Goiás, remeteu à Câmara Criminal o pedido da defesa do padre Robson para que o Ministério Público e a Polícia Civil cumpram a decisão do TJ-GO, que já havia determinado o trancamento das investigações. O advogado Pedro Paulo de Medeiros explica que isso significa que o Órgão Especial não “autorizou” a investigação. O advogado explica que as provas colhidas durante a Operação Vendilhões não poderiam ser usadas na ação que investigam padre Robson por atos de improbidade administrativa.O advogado Cléber Lopes também atua na defesa de padre Robson e explica que o despacho do STF desta terça confirma a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que havia entendido que não havia crime e que o Ministério Público não deveria investigar uma entidade privada, como o caso da Afipe. O defensor ainda entende que a chance de reverter uma decisão como essa seja pequena.Padre Robson foi denunciado por diversos crimes, entre eles falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O advogado do religioso diz que o padre segue negando qualquer crime. Cléber Lopes ainda diz que a defesa recebeu a decisão com satisfação. “Não houve crime. A investigação continua trancada e entendemos que não mudará porque não houve crime, não houve prática criminosa.”As investigações deste processo haviam sido interrompidas em dezembro de 2020 depois que o TJ-GO entendeu que não havia provas suficientes e crimes praticados por padre Robson. O Ministério Público recorreu, mas as decisões desde então mantêm o bloqueio das investigações, especialmente porque informações de outra operação teriam sido compartilhadas de maneira ilegal. A apuração contra padre Robson começou em 2018. Entre as denúncias, o MP-GO aponta que o religioso desviou cerca de R$ 100 milhões para compra de imóveis e veículos, incluindo um avião.