Prometido desde janeiro deste ano, o novo modelo para o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia deve ser anunciado daqui a 60 dias, no mês de outubro. É previsto que ele seja colocado em prática ainda neste ano, mas as partes, que incluem as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e o Estado de Goiás, não chegaram a um consenso. O que se tem de certo é a necessidade de manter, ao usuário, a tarifa máxima em R$ 4,30, que é o valor atual da tarifa única. Para tal, no entanto, seria preciso pagar um subsídio ao serviço, que deve variar entre R$ 135 milhões e R$ 185 milhões por ano.No entanto, a tarifa única deve deixar de existir. Usuários que andam pequenas distâncias passarão a arcar com valores abaixo de R$ 4,30. A diferença seria dada através da criação de anéis tarifários, ou seja, a partir de um ponto central do sistema, provavelmente a Praça Cívica, seriam criados círculos a cada distância, em que para chegar ao último anel seria cobrado R$ 4,30. Este projeto é o que mais tem ganhado força na discussão sobre o novo modelo. Inicialmente, a proposta do Paço Municipal era a divisão do sistema em subsistemas, separando Goiânia da integração.A ideia, por outro lado, teve forte resistência das prefeituras do interior e mesmo do Estado, já que haveria o fim da tarifa única sem qualquer compensação. Para se ter uma ideia, em um estudo apresentado pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) em maio deste ano, com a retirada de Goiânia do sistema metropolitano, as 170 linhas restantes teriam uma tarifa de R$ 7,54, enquanto que na capital o custo para o usuário seria de R$ 3. Neste caso, a Prefeitura iria investir R$ 80 milhões ao ano para manter a tarifa mais baixa.Já na manutenção da rede única, ainda pelo estudo da CMTC, se não houver qualquer investimento público (subsídio) o valor da tarifa deveria ser neste ano de R$ 6,45. No entanto, com R$ 135 milhões ao ano é possível manter o valor em R$ 4,30. Este cenário é o mais provável, atualmente, de ser o escolhido. O que se discute a partir de agora é o que será acrescentado, ou seja, se serão cobradas a renovação da frota ou mesmo serviços adicionais, como a tarifação por distância percorrida.Uma das propostas é que com o valor de R$ 135 milhões por ano seja mantido o sistema atual de operação, mas com a possibilidade de as prefeituras arcarem com serviços diferenciados, como a tarifação temporal, como o Ganha Tempo, ou por distância. Outra ideia seria aumentar o valor total do subsídio e esses serviços adicionais sendo oferecidos para todos os usuários do sistema. O POPULAR apurou que a discussão no momento é saber qual o modelo será o definido.A próxima etapa é verificar qual seria o custo deste modelo, o que é estimado a chegar a até R$ 185 milhões por ano. Em seguida, seria definido como esse valor será arrecadado e como será montado o Fundo do Transporte, se seria metropolitano ou municipal. As discussões são ditas como avançadas pelas partes por já ter o consenso sobre a necessidade de financiamento do sistema de transporte, o que não ocorria até o começo deste ano. Isso se deu a partir da decisão judicial de obrigar entes federativos a arcar com o Plano Emergencial para o setor.A ideia é replicar a divisão feita no Plano Emergencial para a continuidade na troca do modelo. Neste caso, Goiânia e Estado pagariam 41,18% cada um do total, enquanto Aparecida de Goiânia e Senador Canedo dividiriam o restante (ver quadro). Com isso, o poder público passaria a arcar com as gratuidades do sistema, com a bilhetagem, com os custos dos terminais e ainda com o custeio da CMTC, o que juntos já correspondem a 31% da tarifa. CMTC quer atratividadeA Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), órgão gestor do sistema de transporte público coletivo da Região Metropolitana de Goiânia, pretende que o novo modelo para a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) tenha maior atratividade aos usuários. O órgão informa que “a mudança na operação de todas as linhas envolvendo a tarifação ainda está em estudo, podendo ser implantada antes do final do ano”. Segundo informa a CMTC, o entendimento é que se estabeleça “valores que beneficiem os usuários do transporte público para curtas e médias distâncias, sem onerar a tarifa atual de R$ 4,30”. “A CMTC informa que não há ainda valores definidos e que o trabalho caminha para estabelecer o modelo e também a chance de inserir aporte público ao serviço considerado social e essencial.” Atualmente, o sistema tem operado com demanda entre 45% e 48% abaixo do que se tinha em março de 2020, antes da pandemia de Covid-19. Há um entendimento no setor que é preciso gerar atrativos para se chegar ao menos a 80% da demanda pré-pandemia.-Imagem (1.2300901)