Autoridades do Poder Judiciário inauguram nesta sexta-feira (14), a partir das 19 horas, na cidade de Goiás, o Centro de Memória da Justiça goiana, espaço cultural criado no prédio do antigo Fórum da comarca local, no Largo do Rosário. Totalmente reformado, o edifício colonial que data de 1874, vai abrigar um acervo composto de processos a partir do século 19, mobiliário de época, documentos, vestuários, livros e diversos outros objetos doados por comarcas do interior de Goiás e por famílias de magistrados. Uma missa na Igreja do Rosário e uma cantada natalina com o Coral Solo marcam a solenidade de inauguração.A criação do Centro de Memória do Poder Judiciário de Goiás foi anunciada em julho do ano passado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Gilberto Marques Filho, que o idealizou. Para que ele se tornasse realidade foi criada uma comissão pelo presidida pelo desembargador Itaney Francisco Campos que vem trabalhando desde 2017. O acervo, composto por centenas de unidades, foi montado com itens pertencentes ao próprio TJGO e a antigas comarcas goianas que doaram processos, objetos e mobiliário.O edifício colonial, que abrigou até julho deste ano o Fórum da cidade de Goiás - hoje funcionando em novas instalações -, ganhou nova pintura e acomodações adaptadas para receber o acervo histórico. O público poderá conferir o espaço a partir de 15 de janeiro. A expectativa é que o Centro de Memória seja um local de interesse de pesquisadores acadêmicos de inúmeras áreas. Ali há ricas informações sobre a escravatura e o comportamento da sociedade colonial.O TJGO buscou inspiração para montar o seu Centro de Memória em unidades similares de outras partes do país, como Rio de Janeiro e São Paulo. Para o desembargador Gilberto Marqques Filho, Goiás precisa ter o seu próprio museu exatamente por ser um dos mais antigos Judiciários brasileiros. O prédio onde foi instalado surgiu para abrigar o Superior Tribunal da Relação, inaugurado no dia 1º de maio de 1874, por decreto do imperador D. Pedro II. Entre as famílias que fizeram doações para o acervo está a do desembargador Coriolano Augusto de Loyola, que foi presidente do TJGO por duas vezes, de 1891 a 1899 e de 1905 a e 1914.O trabalho de coleta e preservação do patrimônio histórico vinculado às atividades da Justiça vai continuar, segundo o presidente do TJGO. Ele acredita que vão surgir novas doações de particulares e também de comarcas históricas. O Centro de Memória deve ser aberto também para atividades culturais, principalmente no salão do Tribunal do Júri, que foi mantido em sua forma original. "O evento é da mais alta relevância para a preservação da nossa memória e do nosso reconhecimento e identificação como coletividade, fortalecendo o sentimento de cidadania e amor às nossas tradições e ao nosso patrimônio histórico", enfatiza Gilberto Marques Filho.-Imagem (1.1684508)