Nesta semana, alguns pontos das rodovias BR-153, 414 e 080, entre Anápolis e Aliança do Tocantins, passarão por serviços que buscam proporcionar segurança e locomoção nas vias atribuídas.Para a realização dos trabalhos, serão efetuados bloqueios nas pistas do tipo "pare e siga". As restrições de tráfego ocorrem com revezamento entre 6h e 18h, conforme o serviço que será executado. Durante as mediações, o fluxo do trânsito é alternado entre a pista sul e norte.&nbsp;As atividades de recuperação do pavimento contará com procedimentos de microrrevestimento asfáltico e remendo localizado, serviços de remoção e implantação de defensas metálicas, reparos em placas, recuperação de sistemas de drenagem e terraplenos, entre outros.A concessionária Ecovias do Araguaia, responsável pelas rodovias, informa que as atividades programadas estão sujeitas à alteração em função das necessidades operacionais ou condições climáticas.&nbsp;Leia também:-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/viaduto-da-t-63-ap%C3%B3s-bloqueio-amanhecer-rompido-secretaria-refor%C3%A7a-estrutura-1.2497875" target="_blank">Viaduto da T-63: após bloqueio amanhecer rompido, secretaria reforça estrutura</a>-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/homem-%C3%A9-resgatado-com-hipotermia-em-c%C3%B3rrego-da-marginal-botafogo-1.2497762" target="_blank">Homem é resgatado com hipotermia em córrego da Marginal Botafogo</a>Recomendação para os motoristasA Ecovias do Araguaia recomenda atenção aos motoristas e indica que eles reduzam a velocidade ao passarem por trechos em obras, que estão sinalizadas seguindo as normas vigentes da legislação.Em casos de emergência, os viajantes podem acionar a Ecovias do Araguaia pelo telefone 0800 153 0153. O atendimento é gratuito e funciona 24 horas. Além de solicitar socorro médico e mecânico em situações que envolvam panes em veículos ou acidentes, por meio do serviço também é possível consultar informações automáticas sobre o tráfego.&nbsp;O canal permite, ainda, entrar em contato com a Ouvidoria na opção 4, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, exceto em feriadosThaynara Mesquita é estagiária de Jornalismo do convênio GJC/Uniaraguaia &nbsp;

Trechos das BRs 153, 414 e 080 entre Goiás e Tocantins passarão por obras

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Matéria - Cidades

Um jovem de 21 anos, com endereço na periferia de Campina Grande (PB), aparece como dono de uma empresa de Goianira que venceu uma ata de registro de preço da prefeitura de Goiânia de R$ 25,64 milhões para fornecimento de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), material usado em pavimentação de vias públicas. A ata foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de 7 de março e permite não só que a prefeitura contrate até este valor a empresa em nome de Yoham Gabriel Fernandes Sousa, mas que qualquer ente público do país também faça isso, por até 50% do previsto em contrato e sem precisar passar por licitação.&nbsp;

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Enquanto o processo licitatório estava em andamento, no final de 2024, ainda na gestão do prefeito Rogério Cruz (SD), a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) de Goiânia ficou sem CBUQ e contratou, sem licitação, uma outra empresa registrada em nome de Yoham, que funciona no mesmo endereço de Goianira, por R$ 1,67 milhão para fornecer o material. A diferença é que na ata de registro de preço, onde houve concorrência, o material saiu por R$ 366,30, enquanto no contrato sem licitação a venda foi por R$ 478 a tonelada, um valor 30,5% maior.&nbsp;

A empresa que assinou a ata de registro de preço é a Construtora Goiana de Pavimentação e Mineração Ltda (CGPM). Já a contratada sem licitação é a Construtora Direcção. Elas usam material feito pela Tradpav Construtora, que está instalada no mesmo endereço das duas, no Distrito Agroindustrial de Goianira. Um nome aparece como tendo sido dono destas três empresas, Tiago Assis Matos Rosa, que é dono da Construtora Soluções, empresa com sede em Goiânia, mas que aparece em processos judiciais relacionados à Direcção.&nbsp;

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Tiago aparecia como sócio da CGPM até o dia 30 de outubro de 2024, quando repassou o equivalente a R$ 1,2 milhão em cotas societárias para Yoham, que já seria dono nesta época de mais R$ 800 mil em cotas. Na Receita Federal, consta que a empresa foi aberta em janeiro do ano passado e que o repasse que tornou Yoham o único sócio foi a terceira alteração contratual. Apesar da mudança, na proposta apresentada na licitação, o telefone de contato que aparece como sendo de Yoham, na verdade, é de Tiago. E, no contrato, o telefone da empresa é o de Mylena Martins Salomone, que se identifica como procuradora de Yoham na Direcção e na CGPM.&nbsp;

O valor que a CGPM pode arrecadar com a ata de registro de preço assinada pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) de Goiânia na semana passada é incalculável, visto que não há limite de entes públicos que podem aderir ao documento, só um prazo previsto de até um ano a partir da assinatura (5 de março) e o veto a contratos com valores acima de 50% do que consta na ata.&nbsp;

A CGPM participou da licitação com outras seis empresas. A abertura do pregão aconteceu em 2 de dezembro com a oferta dos lances, porém a finalização foi adiada primeiro para o dia 27 daquele mês e depois para 12 de fevereiro. O resultado foi homologado e adjudicado pela Semad no dia 27 do mês passado.

A empresa correu o risco de não ser habilitada inicialmente por dificuldade em atender a uma exigência do edital que previa a comprovação de ter fornecido para outros contratantes ao menos 45% das 70 mil toneladas de CBUQ previstas para a ata de registro de preço.&nbsp;O imbróglio é porque o edital previa que as notas fiscais tivessem sido emitidas antes da abertura do certame e a empresa alegou que as notas são dadas apenas ao final do contrato.&nbsp;

Algumas empresas entraram com recursos para tentar suspender ou modificar o edital, alegando que da forma como estava limitava a concorrência. Porém, todos os pedidos foram negados pela comissão responsável pela licitação. O portal de compras do governo mostra que houve uma disputa de lances mais acirrada entre a CGPM e a T Oliver Asfaltos, de Goiânia, o que fez o lance baixar de R$ 445 a tonelada para R$ 366,30. Para vencer a licitação, a empresa ofereceu o produto com 31% de desconto em relação ao valor estimado.

O POPULAR esteve, na tarde de sexta-feira (7), no endereço em Goianira onde ficam a Tradpav, a Direcção e a CGPM. Dos funcionários ouvidos pelo jornal, dois não souberam dizer quem é Yoham Gabriel e uma disse que ele estava na Paraíba. A visita coincidiu com a presença de Mylena, que se identificou como procuradora de Yoham nas empresas. Ela argumenta que Tiago cuida das empresas por meio de uma parceria com Yoham e que o jovem estaria de férias, aproveitando o carnaval para visitar a família na Paraíba. “O Yoham fica indo e vindo”, alegou a administradora.

Sem licitação 
 
A Direcção, empresa que foi passada para o nome de Yoham por R$ 2 milhões em 28 de outubro de 2024, assinou um contrato com a Seinfra em 11 de novembro no valor de R$ 1,86 milhão para o fornecimento de 3,5 mil toneladas de CBUQ. O contrato foi sem licitação, por meio de uma adesão à ata de registro de preço de um pregão presencial realizado pela prefeitura de Goiatuba. A empresa venceu o processo com uma oferta de R$ 3,4 milhões. Apenas em dezembro do ano passado, a prefeitura de Goiatuba assinou o contrato adquirindo o insumo, já com Yoham como dono.

A relação entre a Direcção e a Tradpav com Tiago vai além da parceria com Yoham. Em um processo contra a empresa por cobrança de dívida na Justiça, o advogado que representa o jovem é de Vilhena (RO), mesma cidade de Tiago antes de se envolver com as empresas em Goiânia e Goianira. Em outro, também por dívida, consta um documento no qual a Construtora Solução diz ter pagado R$ 123 mil referente à cobrança em nome da Direcção. Em maio de 2023, uma auditoria interna na Tradpav encontrou uma máquina de usinagem adquirida pela empresa, mas em nome da Soluções.&nbsp;

A Tradpav já teve como sócio majoritário o empresário Danilo Flores de Oliveira, filho do ex-prefeito de Goianira Carlos Alberto Andrade de Oliveira, o Carlão da Fox (UB). Porém, após uma briga judicial envolvendo a então sócia minoritária Kariny Avelino de Lemos, apontada como namorada de Tiago, Danilo saiu da sociedade. Uma das queixas de Danilo era a dificuldade em ter acesso aos recursos das empresas e a retirada de equipamentos da empresa pela CGPM. Kariny aparece como dona da Tradpav atualmente.

No processo, Danilo diz, em julho de 2024, que Kariny é namorada de Tiago e que este passou suas cotas para ela, mas é quem manda de fato na empresa. Também acusa o casal de restringir seu “acesso à entrada na empresa, ao certificado digital e a qualquer documentação da pessoa jurídica (documentos contábeis, entrada/saída)”. Kariny apareceu como proprietária da Direcção em dezembro de 2023, quando entregou na Justiça um documento atestando que a empresa tinha R$ 9,3 milhões em contrato para venda de insumos de massa asfáltica com sete prefeituras goianas.&nbsp;

A confusão entre sócios e empresas também envolve Mylena e a CGPM. Em maio de 2024, foi aberto um inquérito policial após Danilo reclamar que Mylena apareceu no galpão da Tradpav para pegar dois equipamentos da empresa que estariam em nome da CGPM. No documento é informado que, na época, Mylena seria sócia proprietária da CGPM. No mesmo mês, Mylena chegou a ser presa por calúnia e difamação contra Carlão da Fox e a Tradpav. No processo criminal, o ex-prefeito aparece como procurador do filho na gestão da empresa.&nbsp;

As investigações sobre a calúnia apontam que foi usado um site sob responsabilidade, na época, de Mylena, criado dias antes da publicação das ofensas, usando como modelo de design um site noticioso de Vilhena (RO). O site usado para o suposto crime está hoje em nome de Yoham. O advogado de defesa de Mylena é o mesmo do jovem de Campina Grande. O inquérito ainda não foi concluído, mas consta um documento informando que Carlão da Fox manifestou formalmente pela desistência da queixa em novembro de 2024.

Sem respostas 
 
O jornal tentou contato com Yoham. Em um processo na Justiça de cobrança de dívida contra a Direcção, um documento protocolado no dia 9 de dezembro aponta que o endereço dele é no bairro de Serrotão, em Campina Grande. O POPULAR localizou a irmã e a mãe dele, além do próprio nas redes sociais, porém, após o contato, ele fechou o perfil no Instagram e não deu retorno. Nas fotos e nos contatos não havia nenhuma menção às empresas e às pessoas ligadas a elas. Os familiares informaram que não poderiam ajudar com informações.&nbsp;

Prefeitura diz que contrato seguiu trâmites legais 
 
A prefeitura de Goiânia afirma que o procedimento licitatório que culminou com a assinatura da ata de registro de preço pela Construtora Goiana de Pavimentação e Mineração Ltda (CGPM) foi regular e que foram cumpridas todas as exigências previstas no edital. Sobre informações a respeito do dono e do endereço da empresa, o Paço Municipal respondeu que as exigências se restringem ao que consta no contrato social, “presumindo-se a veracidade das informações fornecidas”.&nbsp;

“A homologação do pregão e a assinatura da ata de registro de preços foram realizadas com observância a todos os aspectos legais. Não cabe ao agente de contratação impor condições que ultrapassem os requisitos estabelecidos”, comentou a prefeitura por meio de nota. O POPULAR perguntou se houve uma checagem de quem é o dono da empresa e sobre onde a mesma funciona.&nbsp;

O Paço explica que o insumo contratado com a Construtora Direcção e com a CGPM é para execução, recomposição e reposição da pavimentação asfáltica, “uma atividade realizada de forma contínua e cotidiana em diversos pontos do município”. Além disso, a maior parte da malha viária de Goiânia é composta por pavimentos flexíveis, que demandam manutenção e recuperação mais frequentes e o uso de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).&nbsp;

“A maior parte da malha viária do município de Goiânia é composta por pavimentos flexíveis. Em comparação aos pavimentos rígidos, executados em concreto, os pavimentos flexíveis demandam manutenção e recuperação mais frequentes, principalmente devido à ação de fatores climáticos, como altas temperaturas e chuvas intensas, que aceleram seu processo de degradação”, argumenta.

Atualmente, o único contrato em vigor para aquisição de CBUQ era o que foi assinado com a Direcção, e ele já chegou ao fim, pois todo o material contratado já foi repassado.&nbsp;

A assessoria de comunicação da prefeitura afirma que a administração não possui conhecimento sobre uma possível relação entre as empresas e seus sócios e ex-sócios, nem sobre os fatos apresentados na reportagem do POPULAR. “A Construtora Direcção não participou do processo licitatório. Essas informações podem ser verificadas por meio das atas das sessões”, acrescentou.

“Ressalta-se que todas as informações relativas ao pregão em questão, incluindo a participação das empresas e os valores praticados, podem ser verificadas por meio das atas das sessões e demais documentações correlatas, disponíveis nos registros oficiais.”

Por fim, a administração municipal defende a prática do pregão eletrônico para a aquisição do insumo. “A atual gestão trabalha com a economicidade, e a realização de um pregão garante que empresas de todo o país, desde que cumpram os requisitos do edital, participem do certame, sendo escolhida aquela que ofereça o menor valor.”

Respostas parciais 
 
A CGPM foi questionada pelo jornal, por meio de sua assessoria, sobre quem é o dono da empresa e da Direcção, qual a relação das empresas com Tiago Assis Matos Rosa e como Yoham se tornou proprietário das empresas ao custo total de R$ 4 milhões. Porém não houve resposta para estas perguntas.

A assessoria de comunicação da CGPM, por outro lado, frisou ao jornal que o processo de licitação foi “conduzido de maneira rigorosa e conforme as exigências da legislação vigente” e que houve respeito “a todos os princípios da administração pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Ainda segundo a assessoria, o pregão que originou a ata foi de ampla concorrência, “proporcionando condições equânimes para a participação de diversas empresas do setor”. “A empresa vencedora, Construtora Goiana de Pavimentação e Mineração Ltda (CGPM), apresentou a proposta mais vantajosa, com valor global de R$ 25,64 milhões e o preço de R$ 366,30 por tonelada”, comentou.

A assessoria da CGPM frisou que todos os atos do processo licitatório, “desde a convocação até a assinatura da ata de registro de preços”, seguiram os trâmites legais, com ampla divulgação e transparência, “de modo que todas as etapas puderam ser acompanhadas pelos órgãos de controle e pela sociedade”. “A escolha da empresa vencedora foi pautada exclusivamente em critérios técnicos e financeiros, garantindo a melhor execução do serviço para o município.”

Jovem de 21 anos tem contrato milionário com a prefeitura de Goiânia

Pavimentação

Um acordo celebrado como o primeiro do tipo no Brasil deve trazer mais proteção a animais silvestres cujo habitat fique próximo a algumas rodovias federais em Goiás. Firmada na sede do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Goiânia, nesta sexta-feira (21), uma parceria entre a concessionária Ecovias do Araguaia e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi tido como um “passo histórico para a preservação da fauna regional”.

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A iniciativa prevê a ampliação do acolhimento e do apoio à triagem de animais silvestres resgatados nas rodovias sob administração da concessionária em Goiás: a BR-153, de Anápolis a Porangatu; a BR-414, entre Assunção de Goiás (no município de Vila Propício) e Uruaçu; e a BR-080, entre Assunção de Goiás e Anápolis.

Participaram da solenidade, além de membros dos dois parceiros, também representantes da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Federal, do Ministério Público e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), bem como docentes e pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e representantes do Legislativo estadual e federal.

O superintendente do Ibama, Nelson Galvão, disse que a assinatura do acordo com a Ecovias do Araguaia evidencia a missão de garantir a reabilitação da fauna silvestre, um trabalho essencial para a conservação da biodiversidade, unindo esforços para a proteção da vida selvagem e a promoção de ações ambientais responsáveis. Ele destacou ainda o trabalho de melhoria das rodovias realizado pela concessionária. Segundo ele, a transformação das rodovias é evidente e essas obras, consequentemente, garantem mais segurança a todos os motoristas que percorrem o trecho. “Isso significa que mais vidas estão sendo salvas”, completa.

Já o diretor-superintendente da Ecovias do Araguaia, Sidney Vilar Rodrigues Filho, destacou que a parceria garante apoio de profissional especializado no atendimento aos animais resgatados. Segundo ele, no ano passado, 40 animais silvestres foram resgatados ao longo do trecho; 28 em Goiás e 12 no Tocantins. “Nosso objetivo é ampliar esse atendimento e possibilitar melhores condições de reintegração dos animais silvestres resgatados nas rodovias a seu ambiente natural”, comentou.

Parceria amplia socorro a animais silvestres feridos em BRs

Meio ambiente

Uma grande porção da camada asfáltica da Avenida Castelo Branco, na altura do Bairro Ipiranga, em Goiânia, não resistiu à forte chuva que caiu na capital na tarde de terça-feira (12). O pavimento do trecho foi renovado em 2020, dentro do Programa 630, considerado em seu lançamento como a maior ação de renovação asfáltica do país. A Prefeitura de Goiânia enviou para o local equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) para fazer os reparos e da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) que deixou o tráfego em meia pista até o fim da tarde, quando a obra foi concluída.

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A região onde ocorreu o estrago do pavimento asfáltico recebeu na terça-feira (12) 90 mm de carga pluviométrica. Como choveu praticamente em todo o perímetro urbano de Goiânia, que está com alta incidência de impermeabilidade, a enxurrada ocupou o leito da Avenida Castelo Branco, entre as Avenidas Leste Oeste e Tuiuti, onde o asfalto foi arrancado. No início deste ano chuvas fortes provocaram situação parecida, obrigando reparos no asfalto no mesmo ponto. Em abril, ali perto, no bairro São Francisco, uma chuva de 60 mm também alagou a mesma via, chegando a arrastar um motorista.

O Programa 630, lançado ainda na gestão do prefeito Iris Rezende Machado (MDB) ganhou esse nome porque 630 km de asfalto dentro de Goiânia seriam refeitos. A maior parte do trabalho, quase 80%, foi executada no mandato de Rogério Cruz (Republicanos). O programa teve um custo de R$ 260 milhões e foi coordenado pela Seinfra. Engenheiro Civil e doutor em Infraestrutura de Transportes, o professor do Instituto Federal de Goiás, Ricardo Freire, teve acesso a alguns pedaços do pavimento arrancado da Avenida Castelo Branco, levados por uma equipe da TV Anhanguera. Segundo ele, o material utilizado é mais barato e menos resistente.

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“Para resistir a pressão do tráfego é preciso dosar o tipo de material de preenchimento antes da aplicação do ligante asfáltico. O que observei foi uma espessura de 5 centímetros apenas e a estrutura interna é composta de material fino, brita moída, que é mais barato. O pavimento tem 90% de pedra, mas pelo meu contato visual e tátil, não percebi nenhum pedaço maior de brita.” O professor lembra que a Avenida Castelo Branco, que é conhecida por abrigar cerca de 600 lojas direcionadas ao agronegócio, possui um tráfego pesado, com muitos caminhões e isso deve ser levado em conta pelos gestores.

Ricardo Freire explica que os profissionais de engenharia de transportes precisam respeitar as normas definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mas há uma série de condicionantes externas que devem ser analisadas para definir a robustez e a resistência do pavimento. “Qual é o tipo de tráfego, o que chamamos de carga de rodas? Que clima prevalece? A norma até permite essa espessura, mas e os fatores externos, como o peso dos caminhões?” A Avenida Castelo Branco é uma das vias de maior movimento da capital.

No caso específico desse trecho, Ricardo Freire lembra que os 5% de ligante asfáltico (a camada externa) é insuficiente para suportar o volume de água que a avenida recebeu. Com as trincas e fissuras que surgem na espessura, a água é absorvida até descolar toda a estrutura. Para o professor, se houvesse uma drenagem mais eficiente em Goiânia, problemas assim seriam minimizados. “A água da chuva não consegue escapar. Ela desce da parte alta da cidade e vai encontrando bocas de lobo entupidas, por isso ocupam os leitos das ruas.”

Sobre a qualidade do asfalto, a Seinfra informou que o Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) usado nas obras de Goiânia é composto por agregados pétreos de diferentes tamanhos e cobertos pelo cimento asfáltico, conhecido como piche. A mistura desses materiais, de acordo com a pasta, é feita em usinas em altas temperaturas, seguindo as normas brasileiras.

De acordo com a secretaria, o dano no pavimento da Avenida Castelo Branco não tem nenhuma ligação com o complexo viário em construção na confluência com a Avenida Leste Oeste, no setor Esplanada dos Anicuns. A obra, sob a responsabilidade da Loctec Engenharia, que venceu o processo licitatório, prevê um sistema de drenagem de 845 metros, um elevado de 350 metros e pavimentação de 13.630 metros. Com custo total de R$ 16,5 milhões, a intervenção foi lançada em maio de 2023 e tinha entrega prevista para setembro deste ano. A Seinfra informou nesta quarta-feira (13) que a obra está paralisada porque as chuvas estão impactando a fase de terraplanagem. Mais de 75% da construção já foi executada.

Previsão da meteorologia é de tempo chuvoso durante feriadão&nbsp;

E ainda não há previsão de trégua das chuvas intensas, segundo a Sala de Situação de Monitoramento de Riscos e Desastres Naturais do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo) da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Nesta quinta-feira (13) são esperadas precipitações que oscilam de 30mm a 100mm em território goiano, com rajadas de vento entre 40 a 80 km por hora. Para a capital são esperadas chuvas com um volume de 20 mm.&nbsp;

Segundo informações do Climatempo, o feriado alusivo à Proclamação da República, na sexta-feira (15), será marcado por instabilidade já na madrugada, embora no restante do dia o sol deve aparecer. No sábado estão previstas pancadas de chuvas frequentes intercaladas com períodos ensolarados. Há risco de chuva de forte intensidade em Goiânia.

Av. Castelo Branco tem asfalto restaurado após estragos das chuvas

A entrega da obra no cruzamento das avenidas Perimetral Norte e Goiás Norte foi adiada para a próxima semana. A conclusão estava prevista para esta terça-feira (18). O trecho faz parte do pacote de seis obras para recapeamento asfáltico da Avenida Perimetral. Lançado no Programa 630 km, em 2020, na gestão de Iris Rezende (MDB), o serviço começou em junho de 2023, com previsão para finalização em novembro do mesmo ano.

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Motoristas e pedestres que passam diariamente pelo local, na altura do Jardim Diamantina, foram consultados pelo O POPULAR e reclamam da falta de fiscalização e arranjos causados no trânsito. Durante a passagem da reportagem pela obra na tarde desta segunda-feira (17), foram identificados carros e motocicletas que realizaram conversões irregulares em sentido ao viaduto da GO-070 e dificuldades entre os pedestres para atravessar a via.

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), o adiamento da obra se deu pela identificação de umidade no subleito do trecho, o que culminou na necessidade do “trabalho de estabilização das camadas inferiores para dar prosseguimento à colocação da capa asfáltica”. A situação, identificada com a retirada da pavimentação, pode ter ocorrido em decorrência da característica do solo que está bem próximo do Córrego Caveirinha.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/hospital-de-aguas-lindas-fim-da-espera-de-quase-20-anos-1.3146625">Hospital de Águas Lindas: fim da espera de quase 20 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/prefeitura-de-goiania-sinaliza-que-trecho-i-do-brt-destrava-ainda-neste-ano-1.3145670">Prefeitura de Goiânia sinaliza que trecho I do BRT destrava ainda neste ano</a></div>

Conforme anunciado pelo O POPULAR em abril, na época em que foi anunciado a retomada da pavimentação do trecho entre a GO-080 e a Avenida Cunha Gago, a obra na Perimetral Norte chegou a ficar parada por cerca de dois meses. A pausa, entre os meses de dezembro a fevereiro, teria como justificativas a proximidade das festas de final de ano e o fluxo maior de pessoas até um shopping próximo ao local, e o período chuvoso.

A obra de recapeamento asfáltico da avenida já está com 43% dos serviços feitos, a porcentagem corresponde a três trechos já finalizados entre a Praça do Expedicionário, no Setor Santa Genoveva, e o Viaduto Iris Rezende Machado. Após a finalização do trabalho atual, entre o viaduto e a Avenida Eurico Viana, no Jardim Diamantina, a Seinfra confirmou que as obras seguirão até a Avenida Hermínio Perné Filho, na Vila Maria Dilce. A obra, licitada no valor de R$ 24,4 milhões, deve ser totalmente concluída quando chegar na GO-070, no Bairro Capuava.

<h2>Trânsito </h2>

Em conversa com a reportagem na tarde desta segunda-feira, o motorista de aplicativo Galenno Ungarelli, de 41 anos, diz estar evitando passar pelo local para não ter que lidar com longos períodos de espera no e desgastes no seu veículo. Ainda assim, diz passar pelo local diariamente entre uma corrida e outra. Nos momentos que percorre a via, ele diz identificar outros motoristas fazendo conversões irregulares entre as pistas, além de irregularidades no asfalto.

Com a obra sob o Viaduto Iris Rezende Machado, uma das vias está interditada, ficando o tráfego todo, em mão dupla, em uma das pistas. A diminuição de espaço para trafegabilidade acabou afetando também a vida dos pedestres que passam pelo local. Transeuntes chegam a esperar até 10 minutos para conseguir passar pela via entre um carro e outro que passa. Trabalhadores da região disseram ao POPULAR que a sinalização semafórica no local está desativada há dias.

Segundo a Seinfra, o local está sinalizado sobre a mudança no trânsito e que a pista reversa se manterá até que o serviço seja finalizado. O fluxo no local, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), por um movimento “natural”, deve continuar sendo impactado pelo recapeamento asfáltico. No entanto, para dinamizar a situação, a pasta diz estar deslocando agentes de trânsito para monitoramento viário durante os horários de grande deslocamento.

Diante do fluxo livre de veículo sem a intervenção semafórica, a SMM disse que o modelo deve permanecer até a conclusão do trecho “justamente porque não há acesso da Goiás Norte à Perimetral Norte”. Sobre a situação dos pedestres, na disputa da via com os automóveis e maquinários, a pasta pontuou apenas que “quanto mais distante o pedestre ficar de máquinas de grande porte e pouca visibilidade, maior segurança ele terá”.