A utilização da antiga sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Setor Universitário, em Goiânia, pela Associação Coró de Pau e por outros grupos culturais está em xeque. Neste mês, a instituição de ensino solicitou a suspensão das atividades, alegando o atendimento às reclamações e denúncias de moradores e a questionamentos do Ministério Público Federal de Goiás com relação ao barulho existente durante os ensaios e eventos promovidos no local. O grupo, por sua vez, questiona a retomada “abrupta” do espaço, que diz ter revitalizado, desde 2007, junto a parceiros.A situação é vista como de risco pela entidade cultural, que afirma ter recebido, no último dia 20, uma notificação solicitando a desocupação do imóvel, que fica na Rua 226. Segundo o Coró de Pau, a determinação ocorreu sem diálogo e sem uma proposta de realocação dos projetos, que incluem atividades de percussão para comunidade em geral, para mulheres, aulas de percussão afro para iniciantes e avançados, ações voltadas para pessoas em situação de rua, coletivo de baterias universitárias, dentre outras, de acordo com a associação.“Com a ‘ordem de despejo’, estão risco não somente os espaços para a realização das atividades, mas todo um legado que a Associação Coró de Pau, a Fundação Internacional de Capoeira Angola (FICA GO), os mais antigos ocupantes do espaço, trazem para cultura negra e a cultura popular de Goiás”, diz a nota da entidade.Já a UFG diz que busca medidas para resolver os contratempos causados no espaço, que “não possui isolamento acústico ou condições adequadas” para as atividades ali desenvolvidas, segundo a universidade. Além disso, afirma que já havia feito, em abril deste ano, uma notificação formal ao grupo.Em uma publicação feita nas redes sociais, a presidente da Associação Coró de Pau, Geovanna de Castro, diz que uma reunião foi marcada com a UFG para a próxima quinta-feira (28), às 15h, a fim de dialogar sobre o tema. Na quarta-feira (27), uma reunião deve ser feita com os integrantes dos grupos e projetos e com apoiadores. “Coletivamente, vamos pensar em uma abertura de espaço da universidade para todos os coletivos que ali estão conosco”, diz ela.