O aumento da disseminação da varíola dos macacos durante a volta às aulas preocupa a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Isso porque as crianças são um grupo de risco da doença que também é conhecida como monkeypox. A recomendação é para estudantes sintomáticos não irem para a escola. O Conselho Estadual de Educação (CEE) irá repassar instruções para os gestores das unidades educacionais sobre o assunto.A volta às aulas é um motivo de preocupação, pois a transmissão da monkeypox ocorre principalmente por contato pessoais prolongados, o que é comum entre crianças, especialmente as menores. No Brasil, pelo menos três crianças já foram contaminadas com a doença. Todas são de São Paulo e estão sendo monitoradas.A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, diz que a recomendação é para que ao sinal de sintomas como febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos, dor na costas, dor muscular calafrios, exaustão e lesões cutâneas, a criança fique isolada e as autoridades de saúde sejam informadas. “Criança doente não deve ir para a escola.”O presidente do CEE, Flávio de Castro, diz que mantém diálogo constante com a SES-GO sobre o assunto e que o conselho irá orientar os gestores das unidades educacionais a fazer esclarecimento acerca da doença para os professores. “A escola é um local privilegiado, onde o monitoramento é constante, o que ajuda a identificar esses casos.”A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) comunicou que elabora orientações com base nas notas técnicas da SES-GO. Entretanto, até o momento, a pasta não publicou nenhuma nota técnica sobre o assunto. Em Goiás, já são 35 casos confirmados da doença. Todos são homens com idade entre 23 e 43 anos, que não apresentam gravidade. Outros 42 estão sob investigação.CuidadosAlém das crianças, os imunossuprimidos também fazem parte do grupo de risco da doença Entretanto, neste primeiro momento apenas profissionais da saúde que têm contato direto com o vírus e pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados devem ser imunizadas. Cerca de 50 mil doses de vacina contra a doença chegam no Brasil a partir de setembro. “Levando em consideração este cenário, nossa melhor estratégia é evitar a disseminação ao máximo”, aponta Flúvia.A superintendente explica que diferente da Covid-19, que pode ser transmitida por aerossóis, a monkeypox é repassada por gotículas. “Elas podem cair nos objetos e deixá-los contaminados. Por isso, além do contato físico, também é importante tomar cuidado com isso”, diz.A recomendação para evitar a contaminação é que a higienização das mãos aumente e que pessoas infectadas usem máscara para evitar a dispersão de gotículas. “Quem tiver contato com infectados também deve fazer o uso”, finaliza Flúvia.Goiânia tem transmissão localGoiânia já tem transmissão comunitária da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox. Isso acontece quando não é possível rastrear qual a origem da infecção de um ou mais casos. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nesta terça-feira (2). Ao todo são 29 casos confirmados na capital, três a mais do que o registrado nesta segunda-feira (1º).Todos os pacientes com o vírus são do sexo masculino e têm entre 20 e 47 anos de idade. Eles estão sendo monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde (Cievs). Segundo a SMS, a maioria dos pacientes tem histórico de viagem a São Paulo, Rio de Janeiro ou país com transmissão comprovada. “Já temos um caso onde a pessoa infectada não teve histórico de viagem, nem vínculo com outros infectados. Chamamos isso de transmissão autóctone (local/comunitária)”, explica Yves Ternes, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.Ternes diz que o aumento de casos de monkeypox já era esperado porque se trata de uma doença infectocontagiosa. “Por isso, o mais importante agora é trabalharmos a prevenção. Evitar o contato próximo com pessoas infectadas e manter as medidas de higienização é imprescindível.”No momento, todas as unidades de saúde já estão capacitadas para atender pacientes com a doença. Ternes esclarece que com o aumento de casos da doença na capital, até o fim desta semana todos os distritos sanitários terão pelo menos uma unidade de saúde de referência para coleta do material para que o teste da doença seja feito. “Já estabelecemos um fluxo de atendimento”, frisa.Ele aponta que o monitoramento de casos confirmados e suspeitos também continua. “São 21 dias para os casos confirmados e 14 para os casos suspeitos. Caso o resultado do exame saia antes de 14 dias, o caso suspeito é liberado do isolamento.”A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, afirma que ainda não é possível dizer que existe transmissão comunitária da doença fora da capital. “Entretanto, é questão de tempo. Estamos percebendo a contaminação aumentando.”Flúvia explica ainda que os profissionais das cidades do interior também já passaram por capacitações para identificar e tratar a doença. O estado possui sete hospitais de referência que possuem leitos de isolamento para o tratamento da doença, sendo que cinco estão no interior. Leia também:- Goiânia confirma transmissão comunitária da varíola dos macacos após novos casos- Casos confirmados de varíola dos macacos em Goiás saltam de 18 para 32- Goiás é o sexto com mais casos da varíola dos macacos no País