Atualizada em 08 de setembro de 2022 às 20h24No dia 7 de maio de 2022, a Organização Mundial da Saúde foi notificada sobre um caso confirmado de Monkeypoxey, conhecida como varíola dos macacos, no Reino Unido. O primeiro caso havia sido importado da Nigéria, mas uma semana depois, outros quatro casos foram confirmados no país, sem vínculo epidemiológico com o primeiro. No dia 20 de maio, 11 países já havia notificado casos. Agora, mais de cinco meses depois da primeira confirmação já são mais de 56 mil casos em todo o mundo.No Brasil já são 5.726 mil confirmações segundo o último informe Monkeypox da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgado nesta quinta-feira (8). Em Goiás, há 315 casos confirmados, sendo três em crianças e oito em mulheres, além de 436 suspeitos e 44 prováveis. Outros 314 foram descartados. Mas o que se sabe até agora sobre a doença?Este tipo de varíola é transmitida pelo vírus monkeypox. É considerada uma zoonose viral, que significa dizer que o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais. Os sintomas são similares ao de pacientes com varíola – doença que foi erradicada do Brasil há 50 anos – mas clinicamente este é menos grave.O contágio pela doença se dá por meio do contato pele-a-pele, conforme informado pela OMS. No entanto, a contaminação por materiais infectados, como roupas ou lençóis, também não é descartado.Descoberta inicial em 1958A descoberta inicial do vírus aconteceu em um laboratório da Dinamarca, em 1958 e o primeiro caso em humanos foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde, a maioria dos animais suscetíveis a esse tipo varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria. No geral, o período de incubação da varíola dos macacos é de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias segundo a OMS.Taxa de mortalidadeDe acordo com o Instituto Butantan existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Para o primeiro, da África Ocidental a taxa de mortalidade é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. Em ambos os locais, a doença é considerada endêmica, o que significa dizer que ocorre de forma recorrente em uma região, mas sem aumento significativo do número de casos.O que aconteceu nos últimos meses foi o surgimento de relatos em diversos países não endêmicos, especialmente na Europa.SintomasFebre, dor de cabeça, cansaço e dores musculares podem ser alguns dos primeiros sintomas da varíola dos macacos. Dessa forma, há possibilidade de confundir a doença com uma gripe ou um resfriado, por exemplo.As erupções na pele passam por diferentes tipos de estágios e podem, inicialmente, se parecer com varicela, ou sífilis, antes de formar uma crosta. No início, podem ser manchas vermelhas e sem volume. Depois, ganham volume e formam bolhas. Por fim, criam cascas.As áreas vermelhas são chamadas de máculas. Quando ganham volume, são chamadas de pápulas. Depois que as bolhas surgem podem ter um fluido esbranquiçado parecido com pus e é depois dessa fase, que se forma a crosta.Onde buscar atendimento?Em Goiás não há definido um local específico para atendimentos de casos suspeitos. Dessa forma, a orientação atual é buscar a unidade de saúde mais próxima da sua casa. O tratamento indicado pelos órgãos nacionais e internacionais de saúde são baseados em suporte para aliviar sintomas, tratar complicações e prevenir sequelas.Existe vacina?A vacinação contra a varíola humana terminou em 1980, quando a doença foi considerada erradicada no mundo e por esse motivo não estão mais disponíveis no mercado. Segundo a OMS, foi demonstrado que a vacinação contra a varíola ajuda a prevenir ou atenuar a doença pela varíola do macaco, com uma eficácia de 85%. “As pessoas vacinadas contra a varíola humana no passado, demonstraram ter alguma proteção contra a varíola do macaco”.A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a importação de uma vacina contra a varíola dos macacos e do medicamento Tecovirimat, antiviral usado no tratamento da doença. A aprovação ocorreu no dia 25 de agosto em decisão unânime da diretoria colegiada.O governo federal comprou 50 mil doses junto à Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) para a vacinação de grupos específicos, como profissionais de saúde que lidam diretamente com o vírus em laboratórios. A expectativa é de que 20 mil doses cheguem ao país em setembro e o restante em outubro.Além disso, existe uma vacina que foi desenvolvida especificamente para a varíola do macaco (MVA-BN), também conhecida como Imvamune, Imvanex ou Jynneos. Aprovada em 2019, ainda não está amplamente disponível. A OMS afirma, entretanto, que está em contato com o fabricante para melhorar o acesso a esta vacina. Não existe, entretanto, recomendação atual para vacinação universal.Linha do tempo em 20227 de maio – Confirmado 1º caso em país não endêmico – Reino Unido16 de maio – Divulgação do relatório do Reino Unido com aumento de número de casos no país19 de maio – Ministério da Saúde divulgou comunicado de risco sobre Monkeypox20 de maio – A OMS emitiu alerta sobre casos da doença em países não endêmicos23 de maio – Ministério da Saúde abriu sala de situação para monitoramento dos casos de Monkeypox no Brasil e no mundoTransmissãoNa dia 19 de agosto, o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos identificou que o vírus da varíola dos macacos pode sobreviver por até 30 dias em superfícies. Entretanto, informou que é necessários mais estudos para analisar o potencial de transmissão através de objetos.Leia também: Goiás tem três casos confirmados de varíola dos macacos em criançasAnvisa libera importação de vacina e medicamento contra varíola dos macacosVaríola dos macacos: veja sintomas, formas de transmissão e como se protegerVaríola dos macacos: como saber se a irritação na pele pode ser a doença?Saúde monitora três casos de varíola dos macacos em Goiás após suspeita