Sete pessoas, sendo cinco de uma mesma família, morreram em um acidente registrado nesta quinta-feira (18) na GO-139, em Piracanjuba. A colisão frontal entre dois carros ocorreu no KM 113 da via de pista simples que é a principal ligação entre Caldas Novas e Brasília. As causas da tragédia que matou todos os envolvidos estão sendo investigadas. A gravidade do acidente aponta para excesso de velocidade.A batida foi entre um Renault Duster e um Toyota Corolla. De acordo com informações da Polícia Rodoviária de Caldas Novas, o primeiro veículo seguia sentido Piracanjuba quando colidiu com o carro que vinha no sentido oposto. No Duster estavam cinco pessoas de uma mesma família, sendo três adultos e duas crianças, todos seriam de São José da Lapa, Minas Gerais. O Corolla, que seguia sentido Caldas Novas, era ocupado por um casal de amigos moradores de Goiânia.No Duster estava Laerte Rafael Pereira, de 39 anos, condutor do carro, ao seu lado a mulher, Natalina Marques Pereira, 34 anos. No banco de trás do veículo estavam os filhos do casal, Benjamin Marques Pereira, de 3 anos, Arthur Marques Pereira, de 11, além de Eliana Marques Alves, de 56, mãe de Natália. No Corolla, Thiago Roberth de Morais, de 37 anos, e Joyce Soares Glória, de 24.Para a Polícia Técnico Científica, que esteve no local e irá investigar o acidente, testemunhas informaram que o Corolla fazia a ultrapassagem em local permitido. O veículo teria feito mais de uma tentativa de ultrapassagem quando teria entrado na pira contrária e colidindo com o outro carro.Leia também:- Acidente entre dois carros mata sete pessoas, em Piracanjuba- Mulheres e crianças de 3 e 11 anos estão entre os 7 mortos em acidente na GO-139, em Piracanjuba- Cinco das sete vítimas de acidente na GO-139 eram da mesma famíliaA gravidade do acidente chamou atenção dos agentes que atenderam à ocorrência. O Corolla ficou partido ao meio e o Duster capotou e pegou fogo. O tenente-coronel Fernando Caramaschi, do Corpo de Bombeiros, diz que a equipe foi a primeira a chegar no local e detalha que ainda tentaram reanimar duas das vítimas, mas sem sucesso.“Fomos primeiro na criança que havia sido arremessada, porque ela ainda estava gaspeando (respiração com dificuldade) e tinha um médico aqui no local. Tentamos reverter de todas as formas, mas infelizmente ela estava com um traumatismo craniano grave, com afundamento na face”, informa.InvestigaçãoEm análise preliminar, o bombeiro afirma que há a possibilidade de a criança de três anos estar sem o cinto de segurança da cadeirinha no momento do impacto. Isso porque o menino foi arremessado para fora do carro. No entanto, Caramashi enfatiza que somente a perícia poderá determinar o que de fato ocorreu.O tenente do Corpo de Bombeiros diz que a violência observada no impacto é incomum até para os padrões de acidentes do tipo. “Partir um carro (ao meio) da forma que presenciamos não é algo comum”, comentou. “Parece uma cena de guerra, os carros você não consegue identificar qual é um e qual é o outro. Duas crianças, sete mortes, em uma reta, provavelmente imprudência de alguém”, considera Caramashi.O trânsito da via ficou tumultuado por mais de cinco horas, já que a Polícia Rodoviária de Caldas Novas precisou isolar a pista em ambos os sentidos para a operação de retirada dos corpos.CorposOs sete corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Morrinhos. Até a noite desta quinta apenas a família do casal de amigos de Goiânia havia ido ao local para o reconhecimento dos corpos. Ainda não havia, até o fechamento desta reportagem, expectativa para liberação dos corpos.A família das vítimas que estavam no Duster só foi localizada no fim da tarde. Segundo um funcionário do IML, os parentes do interior de Minas só puderam saber sobre a morte após a equipe do IML conseguir contato com a empresa onde o motorista trabalhava.Motoristas abusamPara quem transita pela rodovia com regularidade o acidente chamou atenção pela gravidade, mas não foi considerado totalmente surpreendente. É o que afirma Luciene Sogita, proprietária de uma fazenda no mesmo trecho em que a colisão foi registrada. Ela destaca que a rodovia é bem conservada, com asfalto de qualidade e boa sinalização. Por conta dessas características, no entanto, Luciene diz que os motoristas exageram na velocidade. “É uma via formada quase toda por longas retas. É comum ver acidentes e quase sempre causados pelo excesso de velocidade”, diz a empresária. A velocidade média observada seria de 140 km por hora, estima Luciene. “Menos de 120 ninguém passa”, reclama. Outro detalhe negativo destacado por Luciene é a falta de acostamento, o que dificulta a vida do motorista em caso de algum tipo de pane no veículo. “Mas tem áreas em que é possível entrar em caso de imprevisto. No geral eu diria que é uma via segura”, pondera. O problema do excesso de velocidade poderia ser inibido com mais fiscalização, considera Luciene. “Deveria ter ao longo de toda a rodovia”, pede. Por nota, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) diz que a rodovia oferece condições seguras de tráfego. A agência informa que o pavimento passou por obras de recuperação recentes e está com a sinalização revitalizada. “Lamentamos o acidente ocorrido nesta manhã e destacamos que as causas devem ser investigadas pelas instituições competentes”, acrescenta a Goinfra. -Imagem (1.2512852)