As duas famílias que podem ter tido os bebês trocados em uma maternidade de Aparecida de Goiânia farão neste sábado (29) os exames que poderão mudar as vidas de ambas. Em um acerto feito junto com a equipe de coordenação do Hospital São Silvestre e a delegada Bruna Coelho, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DCPA), que apura o caso, foi definido que, pela manhã, serão colhidos materiais para novos exames de DNA em uma clínica não divulgada, naquele mesmo município.Desta vez a testagem será cruzada: ou seja, uma mãe terá a compatibilidade testada com o bebê que está com a outra mãe. Juciara Maria da Silva, mãe de uma das crianças, diz que espera resolver logo a situação. “Estamos vivendo um pesadelo”, afirma.O possível erro foi descoberto durante o procedimento de alta de uma das mães e do recém-nascido. A recepcionista da unidade de saúde constatou a suposta troca após checagem da pulseira de identificação, no dia 31 de dezembro do ano passado, e informou à direção.No mesmo dia, o hospital providenciou um exame de DNA para o cruzamento de materiais genéticos. O resultado saiu no dia 24 de janeiro e, segundo a unidade, teria demonstrado a troca dos bebês, o que é debatido pelas famílias.Até o momento, ainda há dúvidas se realmente houve a troca. Isso porque o exame de DNA apresentado pelo hospital deu resultado inconclusivo a respeito do parentesco entre a dona de casa Juciara Maria da Silva e o recém-nascido que ela levou para casa. Enquanto isso, o exame feito com a também dona de casa Viviane Dias apresentou como certo que ela não é a mãe do bebê que ela cuida desde o fim do ano passado.O advogado Estevão Dias, que representa Viviane, disse que o casal já fez um novo exame por conta própria, cujo resultado deve ficar pronto antes daquele que será realizado amanhã. O prazo previsto para os testes cruzados é de 10 dias. “Precisamos que sejam feitos esses exames mais completos, porque pode ter havido erros nos que o hospital fez”, afirma.Eduardo Costa, advogado de Juciara, ressalta que os testes apresentados pela unidade de saúde trouxeram mais dúvidas que respostas. “Por isso teremos de fazer novos exames”, ressalta. O advogado também esclarece que, ao contrário da versão divulgada pelo hospital, as famílias não estavam se negando a destrocar os bebês: “As mães não estavam dispostas a entregar uma criança para a outra sem a real confirmação de quem é a mãe. Principalmente sem um documento em mãos, que só chegou agora e não esclarece nada.”A delegada Bruna Coelho afirmou ao POPULAR que ficou a cargo das famílias escolher a data e o local da realização de exames. “Queríamos que fosse realizado o quanto antes. O primeiro exame foi feito em um laboratório escolhido pelo hospital, e agora eles puderam definir onde fazer”, disse Bruna.De acordo com ela, na segunda-feira (31) a polícia vai continuar a etapa de intimação dos envolvidos. Espera-se que sejam ouvidas as equipes responsáveis pelo parto e de acompanhamento neonatal dos bebês e das mães, a recepcionista que identificou o possível erro e testemunhas.