A chegada tardia das chuvas e a necessidade de adotar medidas que contribuam para aproveitar ao máximo o mercado aquecido da carne bovina levou o pecuarista Wagner Miranda a intensificar a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) de seu rebanho. Com a tecnologia é possível emprenhar um grande número de matrizes em curto espaço de tempo, de modo que os bezerros nasçam o mais rapidamente possível.O pecuarista estima que vai investir de 25% a 30% a mais em recursos financeiros em 2020 em relação a 2019. O incremento será no aumento das áreas para cultivo de grãos, forrageiras e pastagens. Os investimentos são voltados para a capacidade de fabricar insumos para a produção dentro da propriedade.“Posso produzir forrageiras e grãos e só compro o núcleo. São pequenos ganhos agregados ao meu sistema de produção e que dão mais sustentabilidade ao negócio.” Desse modo, o produtor terá mais segurança e economia para manter os animais bem nutridos no período da entressafra.Quando o mercado está favorável à produção e as perspectivas futuras são animadoras, como agora, Wagner Miranda diz que toda a cadeia produtiva é fomentada.“Desde o registro de animais, escrituração zootécnica, o mercado de sêmen, até o comércio de máquinas e equipamentos, todos os elos são beneficiados.” E o pecuarista lembra que as providências e investimentos devem ser feitos o quanto antes, pois, tardiamente, corre-se o risco dos insumos se tornarem mais caros.Produção intensivaBruno de Jesus Andrade, zootecnista e gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), também acredita que os pecuaristas devem investir mais em 2020, aumentando o número de animais confinados.Bruno Andrade, no entanto, afirma que ainda não é possível mensurar qual será o aumento em relação ao crescimento orgânico anual desse segmento (entre 5% e 7%) nos últimos anos. Ele destaca ainda que o dólar, no patamar em que está, próximo aos R$ 4, é mais um ponto positivo no cenário da atividade para o próximo ano.