Os preços das passagens aéreas iniciaram 2022 impactando negativamente o setor de turismo. A tarifa média real praticada para voos com origem no Aeroporto de Goiânia subiu cerca de 10%, segundo os indicadores de tarifas aéreas comercializadas no mercado doméstico, divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).De acordo com as agências de viagem, os altos preços das passagens têm feito muita gente adiar a viagem e contribuído para a queda na venda de pacotes.A partir deste ano, a Anac pretende divulgar os indicadores em um novo painel interativo, que disponibilizará mais informações estatísticas e permitirá comparação dinâmica dos dados de forma mensal.O preço médio das tarifas de voos partindo da capital ficou em R$ 458,99 em janeiro, cerca de 10% mais que no mesmo período de 2021, quando o valor médio ficou em R$ 416,78.Goiás registrou a sexta menor tarifa média nacional, atrás do Distrito Federal, Amapá, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Apesar da maioria das tarifas ter sido comercializada por até R$ 300, conseguir um bom preço exige planejamento e compra com antecedência.Juliana Santos, proprietária da Girotour Viagens e Turismo, conta que as agências têm tido muita dificuldade para oferecer bons preços aos clientes por causa das altas nos preços das passagens aéreas.Ela lembra que até os preços dos despachos de bagagem dispararam no mercado. “Quando a gente pensa que vai melhorar, nada acontece. Tiraram a bagagem alegando que iriam baratear os preços das passagens, mas isso nunca aconteceu”, destaca.Em voos domésticos, o valor mínimo para o despacho já varia de R$ 75 a R$ 95, dependendo da companhia aérea, e o máximo chega aos R$ 250. No caso de voos internacionais, o preço pode atingir os R$ 650.O resultado tem sido o excesso de bagagens de mão dos passageiros, que acabam tumultuando o interior das aeronaves.Com custos cada vez mais altos, Juliana informa que muita gente tem desistido de viajar e adiado a compra do tão sonhado pacote de férias, à espera de valores melhores no futuro.Para ela, a sensação é que falta uma regulamentação maior no mercado, que ajude o consumidor, pois as companhias reajustam seus preços quando bem querem, sem justificativa concreta. “É preciso um equilíbrio. Os preços não podem ser tão flutuantes assim”, defende.A empresária Luciana Ottoni, da agência de viagens Open Tour, classifica os preços atuais das passagens aéreas como “caríssimos”. Segundo ela, apesar da alta registrada pela Anac em janeiro, os valores continuaram subindo nos últimos 60 dias, junto com os novos valores praticados para o despacho de bagagens, que subiram até 40%, dependendo da companhia aérea, e também têm pressionado o mercado.“Isso sempre assusta o cliente e impacta diretamente as vendas”, destaca Luciana. Num cenário como este, ela lembra que os clientes estão sendo obrigados a planejar a viagem com uma antecedência cada vez maior para fugir das tarifas mais altas. Já os agentes de viagem precisam se desdobrar em busca de datas e voos com tarifas mais acessíveis.Leia também:Disparada de preços faz goianos trocarem avião por ônibus