O ano começou com novas metas em discussão para a melhoria da qualidade da distribuição de energia na área de concessão da Enel em Goiás. Especialmente para regiões do interior que sofrem com quedas recorrentes. No final do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o plano de resultados da empresa com reservas. Ele substitui o plano emergencial que estava em curso desde 2019 e não foi cumprido integralmente. A reguladora quer melhorias mais arrojadas. Em nota técnica de 26 de dezembro sobre a avaliação das metas para 2021, a Aneel expõe que a distribuidora está entre as dez empresas no País em que menor parte dos conjuntos elétricos – áreas que subdivide o Estado – respeita indicadores referentes à qualidade mínima esperada. Por isso, identificou que a proposta enviada pela empresa ainda é conservadora, especialmente quando a situação é comparada com distribuidoras “que possuem áreas de concessão de alta complexidade”.A média brasileira é de 61% dos conjuntos elétricos dentro do limite regulatório para a duração das quedas de energia (DEC) e 83% no máximo permitido para a frequência das interrupções (FEC). Um índice que está em trajetória de melhoria no Brasil, segundo a agência. Porém, de acordo com o que foi apurado em setembro de 2020, a Enel Goiás estava com apenas 19% das áreas em conformidade para o DEC. Muito atrás de empresas apontadas pela Aneel como de alta complexidade como Equatorial Pará (72%) e Light (71%).Há proporção três vezes maior de localidades no Estado, em comparação com a média nacional, em que a espera pelo retorno da energia após uma queda é maior do que deveria ser se os limites definidos pela agência fossem respeitados. A proposta da Enel é aumentar este ano o porcentual para 35%, o que representa 55 dos 156 conjuntos em conformidade para a duração das quedas.Porém, a Aneel achou a diferença pequena ao identificar que há mais localidades que se aproximam do índice regulatório. Assim, propôs como meta para 2021 que 59 alcancem o limite do DEC, o que resultaria em 38%. Enquanto para a frequência das quedas, foi apurado 53% no limite em setembro, a empresa propõe 58% e a Aneel manteve essa quantidade, que representa 90 conjuntos. NegociaçãoContudo, mesmo que tenham sido proposto esforços adicionais, essas melhorias esperadas e que serão cobradas ainda estão em negociação. “Quanto ao Plano de Resultados, que definirá as metas a serem cumpridas pela distribuidora ao longo do ano de 2021, a Enel informa que o documento ainda está em fase de discussão com a agência reguladora”, diz a empresa por nota.Dentro desse plano, de toda forma, é esperado que em todas as regiões goianas ocorra redução, tanto do número de interrupções quanto do tempo de espera para o retorno da energia. Pelo contrato de concessão, os indicadores limites também passam a ficar mais apertados principalmente em relação à duração das quedas. Outra meta do plano é em relação à quantidade de ligações de energia pendentes. A Enel tem como previsão que ocorra incremento de 700 novas solicitações por mês e propõe reduzir as pendências de 21,5 mil – valor projetado para este mês – para alcançar 14,4 mil em setembro. Estão em curso também melhorias definidas no termo de compromisso firmado com o governo estadual. Sobre isso, a Enel informou à reportagem que “segue cumprindo integralmente as metas”. O que inclui redução da demanda reprimida, que apresentou queda de 68% – passou de 462 megavolt-ampères (MVA) para 147 MVA, 1 MVA acima do esperado. Há também a instalação de bancos de capacitores entre as obrigações no termo. Foram instalados 486,75 MVA, o que fica dentro da meta. Outro ponto são as conexões rurais. A empresa informa que foram tratados 6.453 pedidos, o que supera a meta de 5,7 mil. -Imagem (1.2186775)