Junto com a alta incidência de câncer de mama e a campanha nacional de prevenção à doença, Outubro Rosa, cresce a procura por seguros com coberturas para doenças graves no Brasil. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram crescimento real de 10,25% no volume de prêmios do seguro para doenças graves e doença terminal de janeiro a agosto deste ano, na comparação com igual período de 2018 no País. Embora esse tipo de cobertura seja mais abrangente (além de diferentes tipos de câncer, inclui enfarte, AVC e Alzheimer), o câncer de mama desponta entre as preocupações, confirma Ethienne Araújo, superintendente em Goiânia da seguradora multinacional Mongeral Aegon. Em Goiânia, houve aumento de 281% na procura pelo seguro Doenças Graves nos oito primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2016 - início da tendência mais acentuada de expansão desse mercado -, indica levantamento da seguradora. Do total desses contratos, 50% são feitos por mulheres, informa Ethienne.Em outubro, devido à campanha nacional de prevenção ao câncer de mama, acentua-se a procura por seguro com cobertura de doenças graves, atesta também Fernanda Pasquarelli, diretora de Vida, Previdência e Investimentos da Porto Seguro, empresa que registra crescimento de 26% na contratação do seguro de vida individual no primeiro semestre deste ano no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2018. “No ano passado, em outubro, a procura pelo seguro para mulheres cresceu 40% em função do suporte oferecido pelo produto em casos de câncer de mama. Este ano acreditamos que a procura possa ser ainda maior”, afirma Fernanda. As estatísticas confirmam razões para esse cuidado do público feminino. Em 2018, o Brasil ficou na segunda faixa (de um total de cinco) mais alta de incidência de câncer de mama entre os todos os países: taxa de 62,9 casos por 100 mil mulheres, conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ainda segundo o Inca, o câncer de mama é o segundo tipo que mais acomete brasileiras. Em Goiás, 1.670 novos casos devem ser registrados até o fim do ano, taxa de 48,58 por 100 mil habitantes; em Goiânia estimam-se 560 casos em 2019, taxa de 72,17 por 100 mil.Precaução“A prevenção é fundamental”, observa Ethienne, acrescentando que esse aspecto é muito enfatizado ao apresentar os tipos de seguros relacionados a doenças graves às clientes. Prevenção aliada à precaução foram determinantes para que a mãe de Ethienne, Lindalva Novaes de Araújo, de 59 anos, enfrentasse em melhores condições uma fase desafiadora. No início de 2016, ao promover na seguradora campanha para que os colaboradores orientassem os próprios familiares sobre a importância de garantir proteção financeira em caso de doença grave, Ethienne decidiu contratar um seguro para a mãe. Três meses depois, no Dia da Mulher, 8 de março, Lindalva recebeu o diagnóstico de câncer de mama. “Sou saudável, frequento academia, faço caminhada, tenho alimentação equilibrada. Jamais pensava que fosse ter uma doença grave”, relata ela. Foram verificar se já poderiam ter cobertura do seguro e constataram que sim: os 90 dias de carência tinham sido completados no dia anterior ao diagnóstico.Os R$ 25 mil recebidos fizeram toda diferença, tanto no tratamento quanto no sustento. “Na época, tive de fechar a corretora de imóveis que tinha, fiquei 40 dias sem trabalhar e sem ter renda após a primeira cirurgia. Depois, precisei fazer fisioterapia. O dinheiro ajudou a bancar as despesas.” Lindalva explica que seu plano de saúde cobre o básico e que, com o prêmio da seguradora, pôde escolher o cirurgião da sua confiança e o tipo de prótese, além de optar pelo uso de extensor por quase um ano, ao passar pelos procedimentos de reconstrução da mama. “Não seria tão bem-feito. Fiquei satisfeita com o resultado.”Lindalva diz que a filha decidiu sozinha providenciar o seguro para ela, que só soube depois, e chegou a contestar uma despesa a mais no orçamento. ParcelasO valor das parcelas mensais do seguro depende das coberturas escolhidas pelo cliente. “O que podemos afirmar é que o seguro de vida, seja para a mulher ou para o público geral, pode ser contratado com parcelas muito pequenas”, esclarece Fernanda Pasquarelli, da Porto Seguro. Fernanda salienta que essa proteção não é cara quando comparada com todos os benefícios ao contratante e seus familiares. “Temos que ter em mente que, ao aderir a este seguro, o cliente estará protegendo a si mesmo e a todos os seus dependentes de uma perda financeira, que pode ocorrer não só com a morte, mas com uma doença. A perda financeira, nestes casos, geralmente é muito maior que o custo de um seguro de vida.”Ela comenta ainda que coberturas específicas para mulheres contribuíram para que o seguro de vida, que tem a maior carteira do mercado de seguros de pessoas, crescesse 15,7% e movimentasse R$ 8,3 bilhões em prêmios no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). O crescimento maior se deu na carteira de seguro de vida individual, que movimentou R$ 2,5 bilhões em prêmios, valor 54,62% maior que o verificado em igual período do ano anterior. O seguro de vida em grupo, contratado por empresas para funcionários, registrou expansão de 4,4%, movimentando R$ 5,8 bilhões. -Imagem (1.1918688)