O Aeroporto de Goiânia recuperou boa parte da movimentação perdida em 2020, por causa do início da pandemia e as medidas de restrição à circulação de pessoas. Em 2021, pouco mais de 2,1 milhões de pessoas embarcaram ou desembarcaram no terminal, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, mas um volume ainda 36,4% inferior ao registrado em 2019. A expectativa do setor de turismo, de este ano retornar aos patamares anteriores à pandemia, hoje é ameaçada pelos impactos da variante ômicron e o grande número de cancelamentos de voos.De acordo com a Infraero, entre o dia 1º de janeiro e o fim da tarde da última quinta-feira, 49 voos que passariam pelo Aeroporto de Goiânia, entre chegadas e partidas, haviam sido cancelados. Segundo as companhias aéreas, entre os motivos está o alto índice de contaminação de suas tripulações por Covid-19 e casos de gripe. “Está uma bagunça. Estamos vivendo de cancelamentos e remarcações ultimamente. Chegamos a ficar de 3 a 4 horas no telefone tentando remarcar voos de clientes. E a ligação ainda cai”, conta a proprietária da Girotour Viagens, Juliana Santos.A nova variante da Covid e o aumento da transmissão de gripes acabaram frustrando as expectativas do setor de turismo de voltar a uma normalidade logo nos primeiros meses deste ano. A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem em Goiás (Abav-GO), Eliene Meireles, lembra que o setor viveu dias tensos nas semanas anteriores por conta do grande número de cancelamentos de voos. “Na semana passada, houve dias com até 15 cancelamentos, porém, não tivemos problemas nos últimos dias e cenário está um pouco melhor agora”, ressalta.Eliene diz que a expectativa é retomar uma volta gradual aos patamares de 2019 a partir do próximo mês de maio ou junho. “Como não teremos carnaval, as férias de julho serão nossa primeira alta temporada do ano em 2022 para reiniciarmos a volta à normalidade”, prevê. Mas ela lembra que o avanço da contaminação deixou Goiânia à beira de um novo fechamento das atividades econômicas no início deste ano e o setor teve muito trabalho para evitar o cancelamento até de eventos corporativos pela Prefeitura. “Teremos muitos eventos este ano, que devem ajudar a movimentar mais o aeroporto”, acredita.Juliana Santos, da Girotour, acredita que o cenário deve melhorar a partir do segundo semestre deste ano, quando o setor deve atingir um equilíbrio maior. “Por ter um alto índice de contaminação, apesar de um reduzido número de mortes, a variante ômicron fez muita gente retomar o receio de viajar”, avalia. Mas ela lembra que muitos destinos já estão reduzindo as exigências de documentação para receber turistas, como o México e a Suíça, o que deve favorecer o turismo. “Ainda não voltaremos aos patamares de 2019 logo neste primeiro semestre. Apenas na segunda metade do ano, devemos retomar de onde paramos”, prevê.Luciana Ottoni, da Open Tour, está mais otimista. “Estávamos bem esperançosos, aí veio essa nova onda e um número grande de cancelamentos. Mas com o baixo número de internações, acreditamos que a partir deste mês de fevereiro começaremos a caminhar para voltar aos patamares de 2019”, analisa a empresária. Ela também lembra que muitos países estão abrindo mão de vários protocolos, o que reforça a confiança numa retomada.