O aumento no número de casos de Covid-19 e de gripe em Goiás tem levado os municípios a retomarem medidas restritivas. Pelo menos quatro cidades já publicaram novos decretos sobre o tema e outras estudam o que fazer diante deste cenário de avanço da ômicron, com receio especialmente do carnaval. Goiânia está entre elas, a Prefeitura estuda restringir a realização de eventos na capital. A ideia foi apresentada nesta quarta-feira (12) a representantes do setor produtivo com base em dados epidemiológicos.Os secretários de Saúde, Durval Pedroso, de Governo, Arthur Bernardes, e o secretário particular e chefe de gabinete do prefeito, José Alves Firmino, apresentaram o cenário atual das doenças, taxa de ocupação dos leitos – que não seria a principal métrica para um novo decreto – e chamaram atenção para o reforço das medidas sanitárias já conhecidas, como uso de álcool em gel e máscaras.O alerta foi direcionado também ao comércio, bares e restaurantes. Apesar de ainda não haver uma decisão, que está prevista para ser anunciada até o fim desta semana, a proposta defendida pelos empresários é para restrição apenas de grandes festas, shows e eventos que reúnem muitas pessoas. Já reuniões sociais mais restritas não estariam entre o que ficaria impedido de ser realizado caso o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) acate a ideia. Nos bastidores, a informação é de que ocorre preocupação em barrar as festas de carnaval.Em nota à imprensa, a Prefeitura informou que tem analisado os dados e estuda “implementar ações para reduzir a circulação de pessoas nos ambientes mais propícios à disseminação de doenças infectocontagiosas”. Porém, não informou quais seriam as novas definições. “As informações e os números levantados serão apresentados ao prefeito Rogério Cruz, que trabalha de maneira remota, para subsidiar a tomada de decisão.”InteriorEm Caldas Novas, há também discussão de novas providências. Está marcado para ocorrer, na próxima segunda-feira (17), um pronunciamento do secretário de Turismo sobre o carnaval e também há discussão sobre a possibilidade de restrição ao comércio e aos eventos. Oficialmente, a administração informa que ainda não há nada definido. Já entre os municípios que decidiram pela volta de medidas restritivas, estão Cidade de Goiás, Senador Canedo, Jaraguá e Itaberaí.Toque de recolher até 26 de janeiro e a proibição de grandes eventos foi o que determinou a Prefeitura da Cidade de Goiás por meio de decreto publicado nesta semana. De 1h às 6h não é permitida a circulação e a ocupação de pousadas e hotéis foi reduzida de 80% para 70%. Já em Senador Canedo a decisão foi por limitar em 50% a capacidade de receber público no comércio, bares, restaurantes, além de eventos e igrejas. Neste caso, as regras valem pelo menos até o início da semana que vem.Em Itaberaí, desde o último final de semana, ficou limitada a capacidade de ambientes que recebem o público em 40%, com limite de 200 pessoas, sendo mil para locais abertos. Além do uso obrigatório de máscara, o aferimento de temperatura nos supermercados e congêneres, bem como a oferta de álcool em gel, foram reforçados como obrigatórios.Enquanto isso, em Jaraguá, as festividades que envolvam o carnaval foram proibidas. Atividades religiosas ainda podem ocorrer, mas com o limite de 50%. Essa mesma redução no público também foi definida para academias, bares, restaurantes e comércio.Presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), Haroldo Naves explica que há reforço natural nas orientações para controle da disseminação dos vírus, mas que a maior parte dos municípios não possui uma equipe dedicada para avaliar a situação local. Por isso, a maior parte segue as recomendações do Estado. “A maioria cancelou os eventos de fim de ano, shows. Mas maiores restrições são posições isoladas”, afirma.A reportagem procurou o governo estadual, que informou por meio da assessoria de comunicação que a possibilidade de restrições às atividades comerciais ou aos eventos não está em discussão.Entidades defendem esforços para evitar fechamentos O presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, juntamente com o presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes (Sindibares), Newton Emerson Pereira, participaram nesta quarta-feira (12) de reunião na Prefeitura de Goiânia sobre as possíveis novas restrições às atividades. “Há necessidade de reforçar a segurança sanitária e a gente sentiu que as pessoas relaxaram no final do ano. A reunião foi proveitosa e a preocupação da Prefeitura e a nossa também é de que a velocidade de contaminação da nova variante do coronavírus é maior e ainda há contaminação alta por influenza”, afirma.Ele acredita que as medidas podem se restringir aos grandes eventos na capital, mas reconhece que “pequenas medidas precisam ocorrer para que definições mais duras não voltem a acontecer.” A reportagem também entrou em contato com outras entidades como a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO) e Associação de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO), que defendem que esforços devem ocorrer, mas que há controle interno para dar “exemplo” e evitar fechamentos como os que ocorreram no ano passado.-Imagem (1.2385916)