Após sentir o baque da pandemia em 2020, o setor de serviços, o principal do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, teve alta de 4,7% em 2021, recuperando as perdas sofridas com a Covid-19, informou nesta sexta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O setor responde por cerca de 70% do PIB brasileiro. Engloba uma grande variedade de empresas: de pequenos comércios a instituições financeiras e de ensino. Também é o principal empregador no País.Com a crise sanitária, o segmento amargou um duro golpe em 2020, com queda de 4,3%, porque parte considerável das empresas que prestam serviços depende da circulação de consumidores. Restaurantes, bares, hotéis, salões de beleza e eventos fazem parte dessa lista.A partir da vacinação contra a Covid-19, iniciada em 2021, e da derrubada de restrições à circulação de pessoas, o segmento passou a apostar na melhora dos negócios, encerrando o último trimestre do ano 1,6% acima de igual período de 2019.Todas as atividades de serviços tiveram crescimento no ano passado, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). Outro destaque veio da alta em informação e comunicação (12,3%), puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Esse ramo, diz o instituto, ganhou força na pandemia com medidas de isolamento.Outras atividades de serviços (7,6%), que reúnem empresas como hotéis, restaurantes, salões de beleza e academias de ginástica, também ficaram no azul em 2021.“São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.Em serviços, ainda houve alta em comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde, educação pública e seguridade social (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).Embora o setor de serviços como um todo tenha retomado o nível pré-pandemia, nem todos os segmentos estão acima do final de 2019. É o caso, por exemplo, de outras atividades de serviços, ainda 1,4% abaixo do pré-crise.A recuperação de serviços encontra desafios na largada de 2022. Entre eles estão a inflação persistente e a renda menor dos brasileiros, o que dificulta o consumo.