O consumo este ano será menor do que o esperado. Segundo a pesquisa IPC Maps divulgada nesta quarta-feira (25), há expectativa, no Brasil, de estagnação para 2022. Sendo que Goiás tem previsão de recuar R$3 bilhões na participação nacional, apesar da expectativa de que as famílias movimentem R$199,4 bilhões, valor superior ao registrado em 2021 (R$182 bilhões). De acordo com o sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini, a lenta recuperação da economia no pós-pandemia explica a baixa na expectativa. No País, a previsão com base nos índices de potencial de consumo mostra que o valor deve chegar a R$5,6 trilhões ao longo do ano, aumento de 0,92% em relação a 2021. “Nosso trabalho é feito em cima de domicílio e rendimento por classe econômica. Em Goiás, em todos os estratos sociais houve aumento na quantidade de domicílio e no valor de consumo. A questão é que em outros Estados esse avanço foi maior”, explica Marcos sobre a queda na participação goiana. Pelo índice, o Estado saiu de um share de consumo de 3,58% para 3,53% no IPC Maps. Consumo per capita Apesar da menor participação, o Estado se manteve como o oitavo em consumo no País. A mesma colocação foi alcançada no ano passado. Isso significa que o consumo per capita teve crescimento mais tímido dos valores de consumo ao mesmo tempo em que a população continuou a crescer. “O que aconteceu efetivamente em Goiás é que a resposta pós-pandemia e ao crescimento foi um pouco menos acelerada”, pontua o sócio da IPC. O consumo per capita urbano está estimado em R$27.886,06 e o rural em R$21.202,15 para o ano. Com inflação em alta e conflito entre Rússia e Ucrânia, houve impacto especialmente para famílias de menor renda, que tiveram crescimento prejudicado. “Com o cenário econômico e político, verificamos que, infelizmente, há um desperdício com crescimento baixo da economia.” Entre as mudanças na cesta de consumo, Marcos pontua que as despesas com veículo próprio ultrapassaram os gastos com alimentação no domicílio. “Não significa que as pessoas estão andando de carro e deixando de comer. Mas, por conta da pandemia, o serviço de delivery cresceu e o de transporte por aplicativo também. Quem trabalha, além de ter o carro, tem o combustível mais caro e isso muda a cesta.” Classes sociais O consumo também está mais polarizado em Goiás. Estudo destaca crescimento nominal especialmente das classes A (34,4%), D e E (11,3%). “Isso mostra que tem cada vez mais desigualdade social. Tem mais dinheiro para quem tem mais condição social, os dois extremos estão engordando, o que não é confortável.” Outro destaque da pesquisa foi a constatação de que o Nordeste brasileiro, recuperou a vice-liderança no ranking de consumo entre as regiões. Para Marcos, a volta de turistas e medidas para retomada econômica podem explicar. O Sul, após inúmeros problemas relacionados à seca, caiu para a terceira posição. Em primeiro, está o Sudeste com 49% do consumo nacional. O Centro-Oeste aparece em quarta colocação, com fatia de 8,5% do consumo. Por último, está o Norte (6%). Potencial de consumo em GoiásVeja a estimativa de 2022 do IPC Maps Participação por classeClasse ANúmero de domicílios urbanos: 2,2% Consumo:13,8% Classe BNúmero de domicílios urbanos: 20,6% Consumo:37,9%Classe CNúmero de domicílios urbanos: 49,4% Consumo:37,4%Classes D/ENúmero de domicílios urbanos: 27,8%Consumo:10,9% Total do consumo: R$ 199,424 bilhões Leia também: -Queda na energia elétrica desacelera prévia de inflação-Preço da gasolina bate novo recorde em Goiás -Em Goiânia, cesta básica acumula aumento de 14,34% no ano