O nível de flexibilização das regras do decreto de isolamento do governo estadual, como pedem os representantes do setor empresarial, ainda dependerá da evolução da curva de contaminação do coronavírus em Goiás. A expectativa é que, nos próximos dias, sejam anunciadas as atividades contempladas com a possibilidade de reabertura e as determinações que elas deverão seguir para garantir a segurança de funcionários e clientes. Os empresários cobram mais agilidade do governo na análise das sugestões que eles já encaminharam para possibilitar um retorno gradual das empresas.Uma das propostas enviadas ao governo estadual foi a de adoção de uma plataforma digital que, por meio de um aplicativo, faria o controle das atividades permitidas e das regras a serem seguidas por elas. O presidente- executivo da Associação Pró Desenvolvimento Industrial de Goiás (Adial), Edwal Portilho, o Tchequinho, que participa das reuniões do Fórum Empresarial com o governo do Estado, explica que a plataforma conterá todas as informações das empresas através do CNPJ e CNAE. Assim, ao acessar, o empresário saberá se sua atividade foi incluída e quais as determinações de controle ele deve seguir.Através da plataforma, desenvolvida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ele também deverá imprimir e assinar um termo se comprometendo a implementar todas as ações preventivas, como disponibilizar álcool em gel e limitar o número de clientes em atendimento. Uma possibilidade é não receber clientes que estejam no grupo de risco. “Se a empresa não estiver autorizada, o próprio aplicativo irá avisar”, explica Portilho. Segundo ele, o governo também poderá excluir algum segmento que esteja autorizado a funcionar, em determinada região do Estado, de acordo com a evolução da curva de contaminação.Os próprios clientes poderão ser fiscais e denunciar descumprimentos das regras. “O governo é que vai definir o que vai poder voltar. Apenas oferecemos uma ferramenta para garantir mais segurança”, destaca Tchequinho. Ele informa que também foram propostas algumas regras de acordo com cada atividade econômica. “Queremos ajudar a retomar a atividade econômica com muita sensatez e baseados em critérios técnicos”.O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, designado por Ronaldo Caiado para atuar na articulação com os empresários, diz que o governo está ouvindo todas as sugestões encaminhadas, junto com os secretários ligados ao setor produtivo, em sintonia com a área da saúde, para definir sobre a possibilidade de retorno de algumas atividades. Ele lembra que alguns setores realmente não podem parar, como alimentação e hotelaria no atendimento a hóspedes de serviços públicos e privados com caráter essencial. “Essas pessoas estão circulando e precisam comer e dormir”.Segundo Fabrício, ainda não há nada definido em relação à flexibilização do decreto, depois do próximo dia 4 de abril. Ele reconhece que não dá para anunciar as regras no último dia do isolamento porque empresas de segmentos como restaurantes não teriam tempo hábil para preparar a abertura para o dia 5, pois necessitam de matérias-primas. Mas alerta que é preciso critério. “A curva de contaminação é incerta. Quando atingir as camadas menos favorecidas da população, a tendência é explodir, à media que a transmissão fica comunitária”, adverte.O presidente da Goiás Turismo explica que o comportamento dessa curva influenciará na decisão do governador, que analisa todas as propostas encaminhadas e definirá o que poderá ou não abrir depois do dia 4. “Os empresários cobram mas agilidade nas definições, mas se tratando dessa variável de contaminação, ficamos de mãos atadas. O governador vai ponderar a relação saúde, economia e empregos, mas a linha determinante é a saúde”, avisa.