O custo dos reparos em residências aumentou mais do que a inflação geral em Goiânia. Um reflexo da desestruturação de cadeias ligadas à construção civil. No acumulado do ano, a alta em média foi de 10,04%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os itens que mais encareceram estão areia (18,33%), tinta (13,78%), revestimento de piso e parede (13,41%) e ferragens (11,53%). Presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Valmor Mortari avalia que a pressão nos preços envolveu conjunto de fatores desde a variação cambial até a diminuição da produção de alguns itens pela paralisação que ocorreu ainda no começo da pandemia de Covid-19. Acrescenta ainda a alta da inflação e consequentemente dos juros como fatores também importantes para formar os preços. “Outro componente que não se pode desprezar é a régua dos agentes econômicos, a especulação. Cada setor subiu o que conseguiu em função do poder no mercado”, pontua ao acrescentar que há barreiras técnicas e econômicas internacionais. Assim, praticamente todos os materiais do aço ao cimento tiveram pressão extra em 2021. O aumento da energia elétrica e dos combustíveis também reflete nesse setor e ajuda com o acréscimo generalizado nos preços. Para 2022, a expectativa é de que ainda ocorra um reajustamento. “Tivemos obras vendidas e agora vão iniciar efetivamente, a venda na área imobiliária foi grande, superou 2019. A construção vai demandar mais profissionais, materiais e isso também afeta a cadeia produtiva. Por isso, quem vende materiais deve experimentar um aumento grande nas vendas em todos os setores pelo grande aumento na demanda”, pontua. O que também pode vir a influenciar as pequenas reformas.