A Enel Distribuição Goiás acumulou no primeiro semestre do ano lucro de R$ 2,8 milhões e um dos principais fatores que influenciaram o resultado foi o aumento no consumo de energia elétrica. No mesmo período em 2020, a empresa registrou prejuízo de R$ 34,4 milhões. Segundo balanço divulgado pela companhia, na terça-feira (27), o aumento no caixa também é explicado pelo reajuste tarifário que ocorreu em 22 de outubro do ano passado.Houve incremento de 30,6% na receita bruta, que chegou a R$6,4 bilhões no acumulado dos primeiros seis meses do ano. O volume de energia distribuída teve crescimento de 3,3%, o que significou R$ 588,3 milhões a mais para a empresa. O consumo dos clientes cativos – que são todos que só podem comprar energia da concessionária – é o principal ponto de destaque para isso, com alta de 9%, que é puxada especialmente pelas classes residencial (8,1%) e rural (20,8%).Elas ajudaram a compensar a queda ocorrida no consumo da indústria, que reduziu 11,5%. Para a concessionária, o maior uso no geral ocorreu devido à reação do mercado, que já esteve mais enfraquecido devido à Covid-19. Em nota divulgada para a imprensa, o diretor-presidente da Enel Goiás, José Nunes de Almeida Neto, explica que foi observada “uma forte recuperação” que impactou positivamente o caixa, apesar dos “desafios ainda impostos pela pandemia”.Já pelo lado do que é distribuído ao mercado livre, no qual os consumidores escolhem os fornecedores, a expansão registrada foi de 13,3% no volume de energia. O que é explicado pela migração de clientes oriundos do ambiente de contratação regulado (mercado cativo), o que ocorre especialmente em empresas que buscam reduzir os custos com o insumo, que teve aumento por reajuste e com as bandeiras tarifárias.Per capitaQuando observado o volume per capita desse consumo, por outro lado, há queda de 18,4% registrada no primeiro semestre, que tem relação com o menor padrão dos novos consumidores que eram do mercado cativo e também pelos efeitos da pandemia na classe comercial. Assim, ao mesmo tempo em que mais energia foi transportada aos clientes livres pela Enel Goiás, a utilização está menor neste grupo, como mostra as informações trimestrais divulgadas.O faturamento maior da distribuidora tem relação com o reajuste do ano passado que teve efeito médio de 4,28% e a empresa também ampliou o número de pessoas atendidas pelo serviço. Encerrou o segundo trimestre de 2021 com alta de 3,3% no número de unidades efetivas faturadas em relação ao mesmo período do ano anterior. No relatório sobre o balanço, a justificativa é voltada para os investimentos que possibilitaram as novas conexões, especialmente nas classes residencial e rural.Ao todo, foram investidos R$ 830,4 milhões no primeiro semestre, ante os R$ 408,2 milhões em 2020. Além de novas conexões, a verba também teria sido destinada à adequação da infraestrutura para aumento de carga e expansão, modernização, manutenção e digitalização do sistema elétrico. Distribuidora relata melhoria na duração e frequência de interrupçãoA Enel Distribuição Goiás divulgou na terça-feira (27) o resultado econômico-financeiro da companhia no primeiro semestre do ano. Entre os resultados, a empresa relata que ocorreu melhoria nos índices regulatório de Duração de Interrupção (DEC) e de Frequência de Interrupção (FEC) de energia nas áreas atendidas por ela no Estado. Segundo o relatório, houve redução de 16% no tempo em que os consumidores ficamno escuro em relação aos seis primeiros meses de 2020. A média passou de 20,13 horas para 16,91 horas. O que ainda está acima do limite estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Já em relação ao FEC, apresentou recuo de 9,5%, de 10,36 para 9,38 vezes. A companhia explica nos comentários sobre o trimestre divulgados por ela ao mercado que a melhoria ocorreu especialmente pelo maior volume de manutenções realizadas. A companhia investiu no segundo trimestre R$ 96,5 milhões em adequação à carga e R$ 153 milhões em qualidade do sistema para melhorar a confiabilidade. “A Enel Distribuição Goiás, em linha com o seu compromisso de promover o desenvolvimento do Estado de Goiás, dobrou os seus investimentos”, diz o diretor-presidente, José Nunes de Almeida Neto, em nota encaminhada à imprensa. Mas, a empresa devido às falhas na prestação do serviço no Estado é objeto de acompanhamento pela Aneel, foi incluída noPlano de Resultados da Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade e as ações de melhoria são avaliadas. Sobre isso, Aneel e Enel não responderam os questionamentos enviados ontem pela reportagem.-Imagem (1.2292641)