A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) oferece nesta quinta-feira (17), em Goiânia, uma aula experimental sobre&nbsp;Gestão de Pessoas e Sucessão em Empresas Familiares. O evento acontece&nbsp;em parceria com a escola de negócios para executivos de alta liderança, ISE Business School, de Barcelona, na Espanha.&nbsp;Com mediação do professor Cesar Bullara, a sessão aborda o caso da empresa Tessile Milano. A aula, que é exclusiva para associados, acontece das 18h às 20h30 na sede da Ademi, que fica na rua T-53, nº 297, no Setor Marista. Após a confirmação, o participante recebe um material para se preparar para a sessão.A&nbsp;ISE Business School enviou profissionais diretamente de Barcelona para a aula desta quinta. A sessão tem 30 vagas e os associados interessados devem realizar inscrição na secretaria da Ademi-GO. A empresa de Barcelona é uma escola de negócios com atuação na área de direção e gestão, com objetivo de situar pessoas que estão no centro das organizações diante de seus desafios.A aula conta a história de Andrea, executivo da Tessile Milano há vários anos. Atualmente, ele ocupa a posição de diretor de vendas nacionais e internacionais. Após uma reunião com o presidente e dono da empresa, Andrea ficou preocupado e está pensando seriamente em aceitar uma oferta. A sessão vai debater a melhor solução para Andrea e convida os participantes a ajudarem na tomada de decisão.Leia também:-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/capital-mais-arborizada-goi%C3%A2nia-completa-89-anos-como-a-2%C2%AA-cidade-com-maior-valoriza%C3%A7%C3%A3o-imobili%C3%A1ria-1.2545908">Capital mais arborizada, Goiânia completa 89 anos como a 2ª cidade com maior valorização imobiliária</a>&nbsp;-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/entidades-planejam-treinar-engenheiros-antes-de-pagar-o-piso-salarial-em-goi%C3%A1s-1.2552053">Entidades planejam treinar engenheiros antes de pagar o piso salarial em Goiás</a>&nbsp;

Escola de negócios europeia realiza aula de gestão e sucessão em empresas, em Goiânia

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Matéria - Economia

Ampliação das contratações na construção

As empresas de construção civil no estado contrataram 85% mais trabalhadores em 2024 que no ano anterior para atender, principalmente, a demanda de cerca de 200 obras em andamento só em Goiânia, um recorde histórico. Mesmo assim, por conta da pujança do mercado imobiliário em Goiás, as construtoras e incorporadoras ainda têm milhares de vagas abertas e reclamam da grande dificuldade para contratar mão de obra especializada. A estimativa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO) é que mais 5 mil vagas sejam abertas neste ano.

Um estudo feito pela Grupom Consultoria Empresarial, com base em dados do Cadastro Gera de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrou que foram 35.281 contratações com carteira assinada no ano passado. As funções que registraram maior crescimento do emprego formal sobre 2023 foram faxineiro (494%), servente (385%) e pintor (44%). A maioria das contratações ocorreu nas cidades de Aparecida de Goiânia, Anápolis e Goiânia, que representaram 59,9% da mão de obra contratada.

Para o diretor sênior da Grupom Consultoria Empresarial, Mário Rodrigues Filho, a falta de mão de obra é uma das causas da explosão nas contratações com carteira assinada. “As empresas reclamam muito da falta de profissionais qualificados, como pedreiros e mestres de obras, funções que requerem uma qualificação mais demorada e experiência”, destaca. Leva muito tempo para ter um mestre capaz de exercer a função em sua plenitude.

“Uma grande demanda, por exemplo, é por um bom carpinteiro que saiba mexer com a obra”, cita Rodrigues.&nbsp;Mario Rodrigues Neto, diretor executivo da Grupom, lembra que a demanda por profissionais cresceu rapidamente e não houve tempo para que pessoas entrassem na esteira de formação em tempo hábil. O crescimento exponencial das contratações com carteira assinada em 2024 na capital e interior, com destaque para a região metropolitana, foi alavancado por um grande número de obras.

“Goiás está explodindo em busca de mão de obra, inclusive com projetos parados por falta de trabalhadores”, ressalta Neto. Segundo eles, a expansão imobiliária, principalmente com a verticalização, é a principal responsável por este aumento da demanda. “No interior, onde as cidades não tinham prédios com mais de dois pavimentos, agora têm espigões com mais de dez andares”, ressalta.&nbsp;

Vale lembrar que o levantamento inclui apenas as contratações com carteira assinada nas empresas do ramo. Porém, a escalada nas contratações ainda não foi acompanhada pela massa salarial na mesma proporção e muitos profissionais preferem ser autônomos. Com a pujança do mercado imobiliário goiano, as empresas ainda têm milhares de vagas abertas e novos lançamentos já são impactados pela disponibilidade de pessoal, completam os executivos.

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Várias funções

Com quatro obras em andamento na capital e outras cinco no interior e no Mato Grosso, em 2024, a Toctao Soluções em Engenharia contratou 25% mais trabalhadores que no ano anterior, para cargos administrativos, como engenheiros e chefes de escritório, e operacionais, como pedreiros, carpinteiros e serventes. Mesmo assim, o diretor de Produção da empresa, Guilherme Rodrigues, conta que ainda tem 23 vagas em aberto para várias funções, como engenheiro, servente, eletricista e encanador.

Segundo ele, está difícil encontrar mão de obra porque o mercado de Goiânia está bem aquecido. “No Mato Grosso, perdemos muita mão de obra para o agronegócio. Em Goiás, perdemos para a própria incorporação imobiliária, que está bem aquecida, com muitos canteiros de obras na cidade”, conta. Um grande concorrente é a informalidade, pois muitos profissionais preferem trabalhar em obras particulares para continuarem recebendo benefícios sociais, como o Bolsa Família.

O diretor da Toctao lembra que são muitas casas em construção em ruas e condomínios fechados hoje. Como não trabalha com mão de obra informal, para atrair trabalhadores, a empresa oferece benefícios como tratamento de saúde e odontológico através do Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci Goiás). “Também oferecemos cursos em parceria com o Senai. No momento, estamos formando uma turma de 15 eletricistas, que eram serventes”, conta.

Em 2024, a Consciente Construtora e Incorporadora fez 505 contratações, sendo 435 vagas para o operacional de obras. A empresa avalia o ano como positivo, com a expansão e continuidade das obras. Mas o diretor de engenharia da incorporadora, Humberto Dutra, alerta que o desafio de qualificação da mão de obra permanece e, por isso, a empresa tem investido muito nesta área. “Temos programas internos de capacitação e treinamento, buscando não apenas suprir a demanda do mercado, mas manter a qualidade construtiva. Precisamos de capacitação para termos equipes focadas e fortalecer a implementação de tecnologias que otimizem mais nossos processos construtivos”, ressalta.

Com 56 anos, o pedreiro Raimundo Amorim trabalha na construção desde 1993. Ele é natural de Parnaíba (PI) e está em Goiânia há 16 anos, para onde veio em busca de melhores condições de trabalho. Ele lembra que começou como servente, mas foi aprendendo novos ofícios na prática e galgando funções. “Primeiro, fui carpinteiro e, agora, pedreiro”, destaca. Para ele, a maior vantagem da construção civil é que o mercado não para e sempre tem oportunidades de trabalho.

Além disso, hoje a pessoa pode escolher onde trabalhar, pois o mercado está aquecido e há muitas vagas. “O vento está a favor. As empresas estão disputando os funcionários. Um pedreiro já ganha cerca de R$ 4,5 mil e não falta trabalho para os bons profissionais”, comemora. Ele conta que passou alguns anos trabalhando na informalidade, mas voltou para o trabalho formal pela estabilidade.

Contratações na construção civil em Goiás crescem 85%

Mercado de trabalho

O PIB da construção vai fechar em 4,4% em Goiás em 2024, bem acima dos 3,5% da média brasileira, uma das causas da grande demanda por mão de obra. “Este desenvolvimento começou em julho de 2020, em plena pandemia, e não parou mais”, lembra o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção em Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Mortari. Ele explica que muitas obras do mercado imobiliário, iniciadas em anos anteriores, estão em fase de acabamento agora, pois elas demoram cerca de quatro anos, desde o lançamento.

Por isso, em 2024 houve acúmulo de obras maduras, ou seja, em acabamento, que precisaram de mais trabalhadores, o que justifica este aumento de contratações em 2024. Mas Mortari alerta que ainda há muita dificuldade para conseguir profissionais como servente, pintor, pedreiro e carpinteiro. Na estrutura metálica, falta soldador e montador. “Estamos tendo problemas de falta de gente em setores mais industriais, como operadores de equipamentos como guindastes, plataformas, gruas e empilhadeiras”, afirma.

Segundo ele, o setor está permanentemente com vagas abertas e estressado por isso, o que, por um lado, é bom por indicar uma economia aquecida. Muitos que estão na estatística de desemprego, trabalham por conta própria em obras particulares e ganham bem. “Para atender a demanda, as empresas da construção estão se virando como podem e atraindo pessoas de outros setores, como o comércio”, diz.

Por isso, o movimento de entrada e saída de pessoas nas obras de empresas de construção civil é gigante, assim como em outros setores. O presidente do Sinduscon-GO estima que existam cerca de 500 vagas abertas hoje. “Ainda neste mês de fevereiro, este número deve chegar a mil vagas, pois estamos com, pelo menos, 180 obras de mercado imobiliário em andamento, entre as fases inicial de escavações e a entrega das chaves, fora Minha Casa Minha Vida”, ressalta. Este volume chegou a 200 prédios no ano passado, o maior volume em execução da história de Goiânia, quando muitos foram entregues.

Para Mortari, o mercado ainda está pujante, pois quem está lançando hoje, está vendendo tudo. As vendas superam o número de unidades lançadas. “Isso quer dizer que está reduzindo estoque, o que tende a subir o preço. Dificilmente teremos arrefecimento, pelo menos nos próximos dois anos”, prevê. No ano passado, foram contratadas 500 mil unidades pela Caixa, que vai disponibilizar 2% a mais do FGTS, o que deve impulsionar a contratação pelo MCMV. A expectativa é negociar 600 mil imóveis em 2025.

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Mezazzo, diz que esta demanda já estava no radar da entidade desde 2021, com os crescimentos econômico, da população e do PIB. Segundo ele, isso faz com que pessoas tenham necessidade de adquirir a casa própria e ter mais imóveis para locação, o que estimulou os lançamentos, que cresceram dois dígitos desde a pandemia. “Tudo que estava sendo lançado, era consumido”, destaca.

Salários

No Brasil foram mais de 120 mil contratações em 2024, recorde histórico. Apesar da pesquisa da Grupom mostrar um pequeno avanço na média salarial, ele defende que o crescimento tem sido maior, principalmente nas funções mais profissionais, como pedreiro, carpinteiro e azulejista. Este é um dos motivos que têm elevado o preço do metro quadrado e impactado o custo da construção. “Há disputa ferrenha nas obras. Há histórias de carpinteiros que saem pra almoçar e não voltam”, conta.

Segundo Melazzo, também é importante ressaltar que há dificuldade de novos profissionais. “Há uma falsa ilusão do jovem de que irá ganhar mais num aplicativo de transporte ou entregas que na construção civil, que é a única indústria que dá oportunidade de crescimento rápido na carreira. A pessoa entra como servente e, em poucos anos, pode aprender novos ofícios e chegar a mestre de obras ou até engenheiro”, afirma o presidente da Ademi-GO.

Apesar de ainda ser braçal, ele diz que este trabalho não é mais tão pesado quanto há alguns anos, pois conta com novas tecnologias e ferramentas. “Além disso, há muitos benefícios através do Seconci, que são de graça para ele e sua família. Foram quase 100 mil atendimentos no ano passado, um serviço de qualidade e gratuito”, ressalta. O setor ainda precisará preencher 5 mil vagas em 2025.

Emerson Soares de Andrade, diretor técnico da Yutá Incorporadora, conta que tinha três obras em andamento no ano passado, sendo que uma já foi entregue. A projeção para este ano é contratar de 25% a 30% mais pessoal, pois a empresa fez um lançamento na semana passada e terá outro no segundo semestre. “Hoje, estamos com cerca de 230 colaboradores diretos, mas a dificuldade para contratar está extrema”, destaca.

Para ele, a dificuldade é por conta da grande quantidade de obras, principalmente após a chegada de novas empresas no mercado goiano. Em Goiás, hoje, 8,3 mil empresas têm CNAE no segmento de construções e edificações. Apesar do Plano Diretor ter restringido a taxa de ocupação, as obras em andamento ainda são anteriores a ele e têm grande dimensão. “Goiânia tem arranha-céus como poucas capitais têm, com empreendimento de mais de 40 pavimentos”, destaca.

Uma solução tem sido industrializar as atividades de canteiro, trabalhando com o máximo de produtos industrializados e planejamento estratégico mais eficiente, trazendo produtos pré-fabricados para dentro dos canteiros e novos equipamentos e tecnologias para reduzir ao máximo a dependência de mão de obra. “É uma dificuldade que estamos felizes por vivê-la, pois demonstra que o mercado está muito aquecido”, avalia.

O encarregado de carpintaria Francisco Alves da Silva, 48 anos, está desde 1996 na construção civil e seu filho seguiu os passos do pai. Hoje, eles trabalham juntos numa obra. “Era uma oportunidade de crescimento. Ele trabalhava numa distribuidora de alimentos, mas viu que aqui teria mais oportunidades”, lembra. Para Alves, a construção hoje é bom mercado para quem quer crescer. “Está melhor que muitas profissões, ganhando mais que muita gente com diploma e com muitas vagas abertas, principalmente para ajudante e carpinteiro, onde o salário passa de R$ 6 mil”, diz.

Manutenção

A MRV estima elevar seu volume de obras em 50% neste ano. Para isso, o gestor de produção da empresa em Goiás, Antônio Caio, prevê um incremento de 20% no número de vagas ofertadas. A empresa está oferecendo vagas para atuação em obras de Goiânia, localizadas nos Setor Faiçalville, Setor Vila Mutirão 1, Jardim Gardênia e Jardim Novo Mundo, e em Aparecida de Goiânia, na região do Papilon Park. No total são 39 vagas formais para cargos operacionais, na modalidade CLT.&nbsp;

Nas duas cidades, as vagas são para ajudante, montador, pedreiro de acabamento, pedreiro e pintor. O gestor de produção da MRV destaca que o ritmo de contratações deve continuar positivo durante todo ano, pois a empresa planeja lançar mais quatro projetos em 2025, que irão totalizar quase duas mil novas unidades habitacionais em Goiânia, Anápolis e Aparecida.&nbsp;

José Braz Constantino, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Goiânia (Sintracom), informa que, hoje, são cerca de 20 mil trabalhadores em empresas da construção em Goiás, fora os informais. “Aumentou muito o número de obras e as empresas investiram mais em contratações. Tem muita obra começando ainda e as contratações estão bombando”, afirma.&nbsp;

Ele lembra que o setor não parou durante a pandemia e funcionou num esquema de revezamento e, hoje, está faltando muita mão de obra em Goiás. “Sempre alertamos para necessidade aumento do piso por causa do risco disso acontecer, pois o atravessador levaria nossos trabalhadores para o mercado informal da construção”, conta.

Segundo Braz, as histórias de problemas com mão de obra se multiplicam nos canteiros. Recentemente, uma grande empresa teria contratado um desses atravessadores, conhecidos como ‘gatos’, para recrutar mão de obra de fora do estado. Mas ele abandonou os trabalhadores sem assistência e o sindicato precisou arcar com as despesas deles, chegando a acionar o Ministério Público para intervir na questão.&nbsp;

Flexibilização

O presidente do Sintracom adverte que o trabalhador da construção hoje trabalha por produção e ganha mais nas empresas, apesar da média salarial ainda deixar a desejar. “Flexibilizamos a convenção coletiva e eles podem trabalhar aos sábados para ganhar mais. A empresa pode fazer, desde que comunique o sindicato”, destaca.

A expectativa é melhorar o piso na próxima data-base, em maio. “Não falta oportunidade para quem quer trabalhar. Hoje, não justifica pedir ajuda no semáforo com tanta obra precisando de trabalhador. Muitos também não querem ser registrados para não perderem benefícios sociais e vão para a informalidade”, admite.

Com novos empreendimentos, empregos na área se ampliaram em Goiás

Construção civil

As empresas do mercado imobiliário venderam 14% mais imóveis novos no primeiro semestre deste ano, em Goiânia, que no mesmo período de 2023. É o que mostra uma pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), realizada pelo instituto de pesquisa Brain Inteligência Imobiliária, que também revelou que a cidade registrou uma valorização de 12,3% no valor médio dos imóveis residenciais, com um preço de R$ 8.931,00 por metro quadrado.

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No caso dos edifícios comerciais, o valor médio do metro quadrado no mesmo período foi de R$ 13.889. Em 2023, o mercado imobiliário em Goiânia alcançou o maior volume de vendas da série histórica, com valor acumulado de R$ 6 bilhões, e conquistou o posto de terceiro maior mercado do País. Se esta tendência for mantida, a expectativa da Ademi-GO é fechar 2024 com um volume de vendas próximo a R$ 6,5 bilhões.&nbsp;

Para o diretor de Pesquisas e Estatísticas da Ademi-GO, Credson Batista, quem apostou no mercado imobiliário teve uma valorização muito expressiva, superior a outros investimentos, como renda fixa, mesmo com taxas de juros elevadas, o que deixou os clientes satisfeitos com a decisão de compra e investimento. “Em 2024, os números indicam que esse retorno será ainda mais positivo, podendo superar a marca de 20% no ano”, prevê Batista.

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O presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, lembra que esse segmento teve um volume de lançamentos muito expressivo nos últimos anos. Segundo ele, o último lançamento comercializou 100% de suas unidades com preços de cerca de R$ 20 mil por metro quadrado. “Essa média dos edifícios comerciais, com certeza, deverá continuar a crescer nos próximos meses”,diz Razuk.

<h2>Bairros</h2>

O preço médio praticado nos quatro principais bairros de Goiânia, Bueno, Marista, Oeste e Jardim Goiás já superou o valor médio de R$ 10.850 reais por metro quadrado, de acordo com o levantamento da Ademi-GO. O grande destaque é o setor Marista, o bairro mais valorizado da capital, com um preço médio próximo a R$ 12 mil.

O alto valor tem várias justificativas. Razuk lembra que o Marista é o setor mais demandado da cidade, devido sua localização estratégica no coração de Goiânia, cercado pelos demais bairros mais procurados pelos clientes. “Além disso, ele conta com uma rede de serviços e conveniências muito bem estruturada, abrigando os principais restaurantes da cidade”, destaca o dirigente.

Também houve uma redução de 1.320 unidades em estoque em Goiânia, com relação ao fechamento do ano passado, chegando à marca de 10.301 unidades. Na comparação ao estoque do mercado em julho do ano passado, quando haviam 12.049 unidades disponíveis, a redução foi 14,5%. De acordo com a Ademi-GO, isso teria sido resultado do aumento das vendas e também de uma queda de 16% no número de unidades lançadas nos primeiros seis meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2023.

Mesmo assim, por causa da alta nos preços, o valor geral de vendas (VGV) das unidades lançadas no primeiro semestre aumentou cerca de 2% neste ano. Para Felipe Melazzo, presidente da Ademi-GO, essas informações reforçam a tendência de valorização dos imóveis, impulsionada pelo aumento no custo e a demanda crescente.

Com as recentes alterações no Minha Casa Minha Vida, o número de lançamentos dentro do programa cresceu 154% no segundo trimestre de 2024, quando comparado com o primeiro trimestre do ano. Esse crescimento é reflexo dos ajustes recentes do teto de valores do programa. O volume de vendas também foi maior que o dobro do período anterior, fazendo com que o estoque de unidades do programa ficasse em apenas 10% do volume total de unidades ofertadas na cidade. “Isso demonstra a latência da demanda reprimida por habitações de interesse social na capital”, diz Credson Batista.

Venda de imóveis sobe 14% no primeiro semestre em Goiânia

Mercado imobiliário

Valorização de imóveis na Região metropolitana

O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida começou 2024 com uma forte valorização nos preços dos imóveis. No primeiro trimestre, apesar das empresas terem vendido 6,5% menos unidades que no mesmo período de 2023, o valor geral de vendas (VGV) aumentou 15,8% no mesmo período.

Um dos motivos foi a alta no valor médio do metro quadrado, que chegou aos R$ 8.356, contra R$ 7.952 no ano passado. As incorporadoras garantem que o mercado está aquecido, pois o número de unidades vendidas superou o de unidades lançadas nos três primeiros meses do ano, o que reduziu o estoque disponível.

Os números são de levantamento da Brain Inteligência Estratégica, especialista em pesquisas para o mercado imobiliário nacional, e divulgada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). No ano passado, as vendas de imóveis novos em Goiânia e Aparecida somaram R$ 6 bilhões, o que colocou a capital com o terceiro maior mercado imobiliário do País. No primeiro trimestre deste ano, as vendas já somam R$ 1,3 bilhão.

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Para o presidente da Ademi-GO, Felipe Mellazzo, isso traz otimismo em relação ao desempenho deste ano. Segundo ele, a valorização nos preços dos imóveis ocorre porque o mercado continua aquecido e vários fatores elevam o custo dos empreendimentos, como o preço da mão de obra e dos terrenos, que terão um aproveitamento menor depois que o Plano Diretor reduziu o índice de ocupação. “Quem deixou o dinheiro em aplicações financeiras ao invés de investir em imóveis, perdeu dinheiro nos últimos anos. E esse cenário se repetirá nos próximos meses”, prevê.

As vendas também superaram muito o volume de unidades lançadas no primeiro trimestre deste ano: foram comercializadas 1.923 imóveis, enquanto os lançamentos somaram 1.124 unidades.

O resultado final desta equação foi uma queda no total de imóveis disponíveis para venda: de 11.564 no final de 2023, para 10.765 ao final do primeiro trimestre de 2024. Isso também ajuda a pressionar os preços no mercado.

Credson Batista, diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO, afirma que, nos bairros mais valorizados de Goiânia como os setores Marista, Bueno, Oeste e Jardim Goiás, os preços médios praticados estão acima de R$ 10 mil. Ele acredita que esta valorização deve continuar, pois o mercado permanece aquecido e saudável, vendendo mais do que lançando.

Alta de custos

Nos três primeiros meses do ano, a prévia de valorização dos imóveis foi de 5%, comparado com o preço médio do ano passado. Para o presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, lembra que este índice vem se somar aos 23% de valorização média em 2022 e aos 18% registrados em 2023. Ele também ressalta que diversos fatores pressionarão o aumento dos custos de produção dos imóveis.

Se, antes, os preços dos materiais de construção tiveram uma forte alta por causa da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, agora há um aumento no custo com a mão de obra, que ficou mais escassa e cara, por causa do grande volume de lançamentos nos últimos anos e de obras iniciadas. Atualmente, são 157 obras simultâneas em Goiânia, contando apenas os canteiros de incorporação, fora as obras comerciais, residenciais, de loteamentos e etc.

Além disso, Razuk lembra que os terrenos também estão cada vez mais caros e o fato de o Plano Diretor ter reduzido o índice de aproveitamento, que deve resultar em menos unidades por empreendimento, é outro fator que aumenta os preços dos imóveis.

A expectativa é que a demanda também continue aquecida por conta da queda nas taxas de juros, que reduz o valor das parcelas e facilita o acesso aos financiamentos bancários. “O mercado imobiliário funciona inversamente proporcional à taxa de juros”, destaca Razuk.

Outro fator de impulso é o crescimento econômico pois, enquanto o PIB do País cresceu 2,9% em 2023, o PIB de Goiás teve alta de 6,1%. “Esse aquecimento da economia local influenciou positivamente o mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida”, avalia. Com o mercado mais aquecido e os juros em queda, as empresas hoje têm maior facilidade para repassar as altas de custos para os preços dos imóveis.