Para ajudar os pequenos negócios no processo de retomada da economia, os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) serão destinados às micro, pequenas e médias empresas e aos microempreendedores individuais (MEIs), que passam a fazer parte dos grupos prioritários para concessão de financiamentos. A partir de agora, a concessão de crédito será limitada a empreendimentos que faturem até R$ 16 milhões brutos por ano.A decisão de priorizar os pequenos negócios com recursos do FCO, que visa pulverizar o crédito para que os recursos cheguem ao maior número de empreendedores goianos, foi ressaltada ontem pelo governador Ronaldo Caiado, durante uma edição especial do programa Café com CBN, realizada na sede do Grupo Jaime Câmara (GJC), que falou sobre o legado da pandemia em Goiás. Este ano, as empresas terão R$ 748 milhões do FCO para financiamentos em Goiás. Segundo o governador, estes recursos devem ajudar no processo de retomada da economia para fortalecer os pequenos negócios e ajudar na manutenção de empregos. “O FCO foi criado para combater as desigualdades regionais e deve ser destinado a investimentos nas regiões mais carentes do Estado”, ressaltou. Caiado diz que tem pedido aos prefeitos que intensifiquem essa campanha informando aos empresários que pretendem investir que a prioridade dos recursos será para empresas que queiram desenvolver as regiões mais carentes de Goiás. Além destas empresas contarem com o incentivo de uma taxa diferenciada no pagamento do ICMS, também terão prioridade na liberação do FCO. Segundo Caiado, este dinheiro mais barato não foi criado para financiar um ou outro segmento e fazer empréstimos vultosos para poucas empresas. “O incentivo deve ser proporcional ao resultado levado para regiões mais carentes. Antes, a política era de atração de megaestruturas. Hoje, temos mais instalação de pequenos e médios negócios em Goiás”, destacou. A restrição dos incentivos fiscais deu mais condições de amparo às pequenas empresas. Para o presidente do conselho do FCO em Goiás e secretário da Retomada, César Moura, a mudança na aplicação dos recursos do fundo vai beneficiar ainda mais os pequenos empresários nas mais diversas regiões de Goiás. “A partir de agora vamos intensificar a política de levar opções baratas de créditos aos empreendedores goianos, de forma que possam garantir o desenvolvimento regional, manter e ampliar o emprego e a renda”, comentou MouraFacilidadeO gerente de Negócios e Mercado Pessoa Jurídica do Banco do Brasil, banco que operacionaliza os recursos do FCO, Adonias Antônio Miranda, lembra que os microempreendedores individuais (MEIs) também poderão buscar mais os recursos do fundo. “Várias empresas que estavam com dificuldade em se enquadrar no FCO agora podem procurar uma unidade do Banco do Brasil para fazer uma análise de risco, com possibilidade de serem atendidas nesse novo modelo”, explicou. Vale lembrar que as novas regras do FCO não afetam os financiamentos da modalidade Rural.O governador garantiu que a prioridade do governo durante a pandemia continuam sendo as ações para o tratamento da doença e preservação de vidas. Depois, segundo ele, a meta é manter a atividade econômica e Goiás tem conseguido manter bons números, sendo o quinto na geração de empregos e registrando crescimento em vários setores. “Goiás tem capacidade de responder, rapidamente, com crescimento ainda maior ao final da pandemia”, afirmou Caiado. Durante o evento, ele ressaltou a importância da adesão do Estado ao Programa de Recuperação Fiscal (RRF) para realização dos investimentos necessários para ajudar no processo de retomada da economia. RRF não vai inviabilizar concursos, afirma CaiadoO Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pleiteado pelo Estado, estabelece que os gastos anuais com despesas primárias (folha de pessoal e custeio) só podem aumentar de acordo com a inflação. O PSDB havia orientado sua bancada na Assembleia Legislativa a votar contra o projeto. Uma das justificativas é que o sistema inviabilizará a realização de concursos públicos pelo governo estadual. O governador Ronaldo Caiado, entretanto, reconheceu que há déficit de pessoal em várias áreas e disse que ainda permitirá a realização de seleções, mesmo com o RRF, desde que apenas para repor vagas perdidas, o que acontece com aposentarias ou mesmo morte de servidores. “O importante é não ultrapassar o teto determinado pelo plano”, destaca. Ele ressalta que os reajustes salariais também não poderão superar o teto do índice inflacionário do ano anterior. O governador lembrou que, hoje, Goiás paga entre R$ 230 milhões e R$ 250 milhões mensais em juros da dívida, ou R$ 3 bilhões por ano. Com o RRF, este valor anual cairá para R$ 90 milhões já no primeiro ano e chegará ao pico de R$ 1,7 bilhão até 2028, uma diferença que, diz ele, possibilitará a realização de investimentos na melhoria da qualidade de vida da população. Até lá, a previsão é de que arrecadação estadual seja triplicada. “Como o Estado sobrevive numa situação como esta, pagando dívidas indexadas em dólar ou pelo IGP-DI, e não pelo IPCA? Estamos alongando o perfil da dívida, trazendo para juros compatíveis e indexadores honestos para baixar o gasto mensal. Os que são contra o RRF hoje são os mesmos que fizeram esta dívida”, afirmou.